MENOS É MAIS

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O Cruzeiro investiu alto na formação do elenco em 2018. Somados, os valores para aquisição dos direitos econômicos de Bruno Silva, Mancuello e David custaram aos cofres do clube R$ 22 milhões. Além disso, atletas com salário elevado chegaram ao Maior de Minas, como o lateral Edílson e os atacantes Barcos e Fred. Contratos prorrogados como dos ídolos Dedé, Ariel Cabral, Arrascaeta e Raniel também elevaram o custo da folha de pagamento. A conquista da Copa do Brasil aliviou em partes, já que o próprio vice-presidente de futebol, Itair Machado, explicou que precisarão de R$ 20 milhões para fechar o ano com o plantel no azul.

Acrescentem nesse bolo um trecho da carta de despedida divulgada pelo ex-vice-presidente executivo, Marco Antônio Lage, onde ele diz que …deixo as funções executivas no clube, mas continuarei contribuindo com outras soluções criativas para que o Cruzeiro possa superar a mais grave crise financeira da sua história. […] O momento difícil realmente exige a participação de grandes cruzeirenses. Prestes a fazer 100 anos, no dia 2 de janeiro de 2021, o Clube precisa urgentemente ser saneado. E isso significa cortar na própria carne e mexer criativamente e responsavelmente até no seu patrimônio. Para isso é preciso criar uma agenda consensual de longo prazo, sem política, sem rancor.”

Quando analisamos o retorno técnico trazido pelos reforços dentro de campo, percebemos que somente o Egídio conseguiu agregar algo relevante. O curioso disso tudo é que foi justamente quem chegou com maior desconfiança e menor custo. Esse cenário de dívidas, como bem explicado por Lage, não é exclusivo do clube, mas é preciso agir para estancar. O elenco celeste precisa de reforços pontuais, não sendo necessário despender tanto dinheiro para contratações. Nesse momento, a criatividade é o principal remédio. Lembremos de 2017, quando trocamos o Neílton pelo Hudson, extremamente importante na conquista do penta e buscamos o Sassá envolvendo o meia Marcos Vinícius. Dá para fazer.

Com alto salário e baixo rendimento técnico em 2018, Manoel pode ser uma boa moeda de troca. Foto: Cruzeiro E.C/Flickr Oficial.

No Cruzeiro desde 2014, o zagueiro Manoel já despertou interesse do futebol turco entre 2016 e 2017, mas nunca chegou a sair de fato. Com 144 partidas oficiais, nunca foi titular absoluto e possui um alto salário. Cacá, jovem zagueiro revelado na base, agrada ao técnico e Mano Menezes e precisa de mais espaço em 2019. Com isso, surge uma boa opção para a diretoria pensar em reforços utilizando a grife que o zagueiro Bi-Campeão Brasileiro e da Copa do Brasil possui no mercado, além de aliviar a folha.

Rafael Sobis possui mercado e pode ser boa opção ofensiva para clubes brasileiros. Foto: Weimer Carvalho/Light Press/Cruzeiro

É indiscutível a participação de Rafael Sobis no vestiário azul com sua experiência e boa relação com o grupo. Ajudou da forma que pôde, já que dentro de campo não conseguiu fazer grande diferença. Pensando nisso e na necessidade de um jogador de velocidade pelos lados, utilizar o atacante como moeda de troca com outro clube brasileiro que busque uma figura experiente pode ser um facilitador.

Outras peças que não vingaram como Bruno Silva, Mancuello e Ezequiel também devem buscar novos ares não só para alívio financeiro como também dar espaço para jovens do próprio elenco como Patrick Brey, Ederson, Cacá e das categorias de base, como o lateral esquerdo Rafael Santos e os atacantes Marcelo e João Luiz, por exemplo. Não há necessidade – nem dinheiro – para grandes investimentos e com um elenco de qualidade, experiente e vencedor, menos é mais. 

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