MOMENTO DE ESCOLHAS E REFLEXÕES

Compartilhe

Foto: Geraldo Bubniak / Light Press / Cruzeiro

É inegável que a chegada de Abel Braga trouxe uma melhora no ambiente interno – natural, afinal foi escolha dos medalhões – e uma sequência no Brasileiro que até o momento nos mantém fora da zona de rebaixamento. Contudo, os problemas que enxergamos na equipe seguem sendo justamente o foi identificado por Rogério Ceni e, por não conseguir gerir da melhor forma, culminou em sua queda: a baixa produção ofensiva dos medalhões aliada a lentidão e pouca intensidade que os mesmos apresentam em sua performance. Essa dificuldade transforma a tarefa de marcar um gol quase numa missão impossível.

São 11 partidas com Abel no comando, 10 jogos de invencibilidade e apenas 1 derrota. Porém, foram 7 sete empates no período. De 33 pontos disputados, conquistamos 16. Um aproveitamento de 48%. Se antes não conseguíamos vencer fora de casa, engatamos duas vitórias seguidas fora do Mineirão. Acontece que agora a dificuldade vem sendo justamente superar os adversários em nossos domínios. Já são 3 partidas seguidas terminando com empate, o que mantém o time próximo da zona de rebaixamento. Nesses jogos, situações marcantes aconteceram. Contra o Fortaleza, Thiago Neves teve, de cabeça, a melhor oportunidade do jogo. Falhou. Contra o Bahia, Fred e David conseguiram perder duas chances claras dentro da pequena área. No clássico, novamente Thiago Neves e Fred, dentro da grande área adversária, desperdiçaram as melhores situações do time.

O Cruzeiro é o 18º do campeonato em finalizações para marcar um gol, precisando de 14,8 tentativas pra ir às redes. É o vice-lanterna em passes trocados até marcar um gol com 513,5 e cruzamentos necessários para o mesmo fim: 183 tentativas. Enfim, os números demonstram bem a improdutividade da equipe, que apresenta dificuldades coletivas gigantes para chegar a meta adversária. Somos um time lento, pouco incisivo, letárgico e que geralmente despenca fisicamente nos 30 minutos finais das partidas, onde costuma recuar e sofrer pressão. É difícil ver um tabela, triangulação ou passes verticais buscando o gol rapidamente. Sempre há um toque a mais (pro lado) ou um atacante optando por recuar ao invés de tentar o drible. Uma mistura de falta de coragem e personalidade com treinamentos ineficientes e pouca movimentação.

Antes do confronto contra o Avaí, Abel terá uma semana livre para trabalhar. Nos últimos 3 jogos apenas 1 gol foi marcado. Não dá pra esperar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas. Os medalhões tiveram muitas oportunidades de tirar o time dessa situação, escolheram o técnico e não entregaram, como deixo claro no segundo parágrafo desse texto. Maurício e Popó, por exemplo, deveriam estar com os profissionais, não treinando pra Copa São Paulo na Toca I que ocorrerá somente em janeiro. Welinton, que foi promovido por Rogério Ceni e bastante elogiado nos treinamentos, voltou pra base. Marquinhos Gabriel e David já esgotaram todas as oportunidades, pois não marcam gols há 33 e 39 jogos, respectivamente. Seria ele pior? Joel foi elogiado pelos treinos que vem fazendo, não seria hora de testá-lo? Fred segue sem marcar um gol com bola rolando desde o confronto contra o CSA. Enfim, não temos garantia de que isso resolverá, mas estamos vendo uma total inoperância ofensiva com os medalhões atuando juntos (Thiago Neves, Fred e Robinho). Abel vai ter que decidir. É preciso de sangue novo na frente e ousadia. Acredito que Ederson, Cacá e Fabrício Bruno deixaram claro que a base precisa de oportunidade.

#MeDibre

Compartilhe