
Foto: Cruzeiro E.C./Flickr Oficial
Enquanto a situação política segue indefinida e caótica, o time do Cruzeiro se reapresentou para – finalmente – dar início a inter-temporada que será realizada durante a Copa América. Serão 17 dias até o retorno aos gramados, contra o rival pelas quartas de final da Copa do Brasil (só isso) e, diante da dificuldade financeira para reforçar o elenco, é necessário recuperar quem está no plantel. Por exemplo, Rodriguinho.
O início do meia foi avassalador. Marcou gols importantes na Libertadores e Mineiro, chegando a 8 tentos em 20 partidas pelo clube. Não vai às redes desde o confronto contra o Goiás (302 minutos de jejum), curiosamente a última vitória da equipe na temporada. É fato que há bastante tempo o meia não apresenta um bom nível. Contratado por um valor elevado e com idade ligeiramente avançada, é pouco provável que consigamos recuperar o investimento financeiro além do retorno que ele entregar nos gramados. Até por esse motivo, a pausa é fundamental para melhorar o atleta fisicamente. Rodriguinho conviveu com problemas lombares desde o confronto contra o Emelec no Equador e chegou com déficit físico por ter passado os últimos 6 meses no mundo árabe.
Mesma situação ocorreu com Thiago Neves no início de 2017 numa escala até maior. Após passar quase 4 temporadas no Oriente Médio, com uma média de 28 a 30 jogos por temporada, o atual camisa 10 apresentou dificuldade para entrar no ritmo do futebol brasileiro, mais desgastante fisicamente e intenso se comparado ao praticado por lá. Chegou a ser vaiado, ter atuações abaixo da crítica e ser questionado. Com o tempo, conseguiu entrar em forma e ser um jogador decisivo. Rodriguinho teve em menor escala esta exposição, mas nos meses que ficou no Egito, entrou em campo apenas 11 vezes, numa média de 2 jogos por mês. No mesmo período aqui no Brasil, tínhamos uma média de 1 jogo a cada 3 dias.
Além do mais, os treinamentos nestes países são menos intensos e quantitativos. Devido ao calor, os jogadores costumam treinar a noite, poucas vezes na semana e, por isso, muitos acabam trabalhando à parte com personal trainer para manter a forma física. Entretanto, sabemos que não é a mesma coisa de um acompanhamento dentro de um clube de alto rendimento. Enfim, pode parecer desculpa, mas a grande verdade é que jogar no mundo árabe traz um retorno financeiro excelente, mas o atleta acaba perdendo potência física, ritmo e competitividade. Pela idade (31 anos) fica ainda mais latente. Rodriguinho começou bem enfrentando equipes inferiores no Mineiro, mas com o Brasileiro em disputa fica claro que ainda precisa recuperar sua melhor forma. Acredito ser possível dar a volta por cima utilizando essa inter-temporada para retomar o nível que apresentou no Corinthians antes de ser vendido.
#MeDibre