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Opinião: Montillo x Arrascaeta, qual gringo foi melhor com a camisa celeste?

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FOTOS: MONTAGEM / REPRODUÇÃO / CRUZEIRO E.C.

No dia do seu aniversário de 36 anos Montillo convive com mais uma drama em sua vida. Após perder o pai e o avô, sua mãe, Marta, foi diagnosticada com COVID-19, doença provocada pelo novo coronavírus. De acordo com o Infobae, o pai de Montillo teve o óbito confirmado com COVID-19, enquanto o avô não foi submetido ao teste do coronavírus. Desde já, desejamos força ao argentino e plena recuperação a sua mãe. Durante sua passagem pelo Cruzeiro, o meia chegou a atuar com o filho Santino na UTI. Um debate surgiu nas redes sociais nos últimos dias sobre quem jogou mais pelo Cruzeiro, Montillo ou Arrascaeta. Vamos falar sobre isso.

Montillo chegou ao Cruzeiro em julho de 2010 junto a Universidad do Chile por US$ 3,5 milhões (R$ 6,2 milhões) pelos 100% dos seus direitos econômicos. O jogador ainda atuou pelas semifinais da Libertadores daquela temporada contra o Chivas-MX que acabou classificado pra final que sagrou o Internacional como campeão. No Maior de Minas, o argentino já chegou trazendo impacto. Aos 26 anos, maduro como atleta e vivendo seu auge, estreou contra o São Paulo, no Morumbi, na 14ª rodada do Brasileiro. Marcou sete gols e deu sete assistências em 23 partidas e foi eleito o melhor meia pela direita no Prêmio Craque Brasileirão. Com o meia argentino em campo, o Cruzeiro conquistou 13 vitórias, empatou quatro vezes e sofreu seis derrotas, terminando com o vice-campeonato daquela temporada. Em 2011, brilhou na primeira fase da Libertadores com 3 gols e 4 assistências em 7 jogos. No entanto, caiu junto com o time precocemente contra o Once Caldas, nas oitavas de final. No Brasileiro em que lutamos contra o rebaixamento e escapamos na última rodada após uma série de lambanças da diretoria, foi responsável direto por gols que renderam 14 dos 43 pontos do clube. Terminou o torneio com 12 gols e 7 assistências em 34 jogos, ficando em segundo lugar como melhor meia do Prêmio Craque do Brasileirão. Em 2012, após brigar com o recém assumido presidente Gilvan por não ter sido vendido ao Corinthians, teve um ano melancólico e no Brasileirão sem brilhos do clube marcou apenas 4 gols e deu 7 assistências em 32 jogos. Em 2013 foi vendido ao Santos por € 6 milhões pelos 60% dos direitos econômicos além do retorno do volante Henrique. Montillo encerrou sua passagem por Minas Gerais como o 7º estrangeiro com mais jogos pelo Cruzeiro (122) e o 4º com mais gols (36). Venceu o Campeonato Mineiro de 2011 e curiosamente durante sua passagem nunca jogou no Mineirão que esteve em obras para Copa do Mundo.

Giorgian de Arrascaeta chegou num contexto diferente. Se destacou na Libertadores de 2014 pelo modesto Defensor, do Uruguai, que passou invicto pelo Maior de Minas e chegou às semifinais daquela edição caindo apenas para o Nacional-PAR. Foi adquirido pelo Cruzeiro após chegar a ser dado como certo pelo Internacional. O Maior de Minas pagou € 4 milhões (aproximadamente R$ 12 milhões) por 50% dos seus direitos econômicos. Aos 20 anos, chegou ao Brasil de forma tímida, fisicamente abaixo dos companheiros e precisando adquirir mais intensidade e competitividade num calendário mais exigente e desgastante do que estava habituado em seu país. O início não foi fácil, mas desde sua chegada já se mostrou carrasco do rival marcando duas vezes nas semifinais do Mineiro. Num 2015 oscilante do time, terminou o ano com 43 jogos, 9 gols e 4 assistências. No ano seguinte, apesar de seguir revezando entre os titulares e reservas, mostrou estar melhor adaptado ao Brasil e foi artilheiro do time com 14 gols e o líder em assistências (18). Uma participação direta em 34% dos 94 tentos anotados pela equipe. Em 2017, foi fundamental na conquista do penta da Copa do Brasil marcando o gol de empate no Maracanã no jogo da ida. Terminou a temporada com 11 gols e 6 assistências em 43 jogos. Em 2018, o auge aos 24 anos. Marcou gols fundamentais nos jogos finais do Mineiro que garantiram o título contra o rival, teve ótimas atuações no Brasileirão e foi eleito para integrar a seleção da competição, balançando as redes adversárias em seis oportunidades e distribuindo seis assistências. Foi responsável, entre gols e assistências, por 12 dos 34 gols marcados pelo clube no ano em que teve o seu pior ataque do Brasileiro em pontos corridos. Para disputar a final da Copa do Brasil 2018, viajou cerca de 25 horas de jatinho após defender o Uruguai em amistoso com o Japão na casa do adversário e foi dele o gol que garantiu o hexacampeonato. 

Carrasco do atlético-mg com 6 gols marcados em 16 confrontos, chamou a atenção do Flamengo em 2019 após maltratá-los em 2017 e 2018 (fazendo gol no Maracanã) pela Libertadores que o Cruzeiro se classificou. Foi a contratação mais cara da história do futebol brasileiro e maior venda já realizada pelo Cruzeiro. O uruguaio rendeu 13 milhões de euros (aproximadamente R$ 55 milhões) aos cofres mineiros. Sua saída rendeu muita mágoa por parte da torcida cruzeirense pela forma polêmica que foi. Contudo, sua passagem por Belo Horizonte ficou marcada. Arrascaeta saiu como maior artilheiro estrangeiro do Cruzeiro com 50 gols marcados e como estrangeiro com maior número de jogos (180). Além disso, é o artilheiro do clube no novo Mineirão com 30 gols.

QUEM JOGOU MAIS? 

É inegável que em termos de títulos, Arrascaeta entregou muito mais ao Cruzeiro durante suas quatro temporadas em Minas Gerais. Foi crescendo de forma gradativa. Chegou garoto, adquiriu maturidade e viveu no seu último ano de clube, aos 24 anos, o auge que perdura até o momento. Também foi beneficiado por times sólidos e competitivos, o que potencializou sua individualidade apesar de um técnico (Mano Menezes) que não era adepto de um futebol ofensivo. Já Montillo chegou ao Cruzeiro pronto e no auge (como o uruguaio que o Flamengo contratou) e desde o início encantou com jogadas plásticas, golaços e muitas assistências. Infelizmente, o argentino não gozou de grandes times e por isso não conquistou tantos títulos, mas ambos marcaram o clube como o modelo de contratações perfeitas. Chegaram, jogaram e saíram por mais do que custaram deixando boas memórias ao torcedor cruzeirense. Quem jogou mais? Bom, aí fica ao seu critério, caro leitor.