MY NAME IS TEM QUE SABER SOFRER

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FOTO: VINNICIUS SILVA / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.

Sim, o que importa é a classificação. O torcedor do Cruzeiro já sabia que não seria fácil. Aliás, há mais de dois anos não vem sendo fácil e não importa o placar. A verdade é que o manobol, quando aliado ao nível técnico absurdo de alguns jogadores – como Fábio, Dedé, Thiago Neves e Robinho – segue dando resultados. Desnecessário? Muito. Mas é o que temos e o homem já disse uma vez que seu mantra é: “tem que saber sofrer!”

A dinâmica do jogo foi o que já sabíamos que aconteceria. Um Cruzeiro jogando sem a bola, apostando na marcação e tentando fechar o espaço dos jogadores mais decisivos do Atlético. Até metade do primeiro tempo isso funcionou e o ímpeto inicial do rival foi controlado, sem sustos. A situação começou a mudar logo após o gol de Cazares, o Atlético ganhou corpo e a pressão acabou consagrando os dois grandes nomes dessa classificação heroica: Fábio e Dedé. Com menção honrosa a Orejuela. O primeiro tempo terminou com domínio alvinegro e aquela velha retranca celeste.

O segundo tempo não começou diferente. Cruzeiro acuado, Atlético no ataque até que um contra-ataque fulminante celeste acabou no gol de Pedro Rocha, anulado pelo VAR. Um lance que, sinceramente, eu tenho minhas dúvidas. De fato, houve uma falta no Fábio Santos na origem do lance, mas a regra do árbitro de vídeo segue obscura e foi usada para invalidar o gol que seria a redenção e o fim do jogo. Com o 1 a 0 mantido no placar, o tempo se tornava o grande destaque do jogo. Atlético criava, Cruzeiro defendia, relógio corria e a classificação cada vez mais próxima. Patric ainda acertou um chute na gaveta ampliando o placar pra 2 a 0, mas a partida já estava nos acréscimos e foi isso.

De positivo, além da classificação, a partida nota 10 de Dedé e Fábio. De negativo, esse estilo de jogo que ainda vai diminuir o número de torcedores do Cruzeiro por motivos de infarto.

O Cruzeiro está classificado pra 4ª semifinal seguida de Copa do Brasil, mostrando para o Brasil o tamanho dessa camisa copeira e terminando de vez com qualquer ladainha histérica criada pelo rival. Hoje, classificado com muito mais sorte do que juízo. Com muito mais Dedé e Fábio, do que com Fred, o que é a tônica do estilo de jogo do Mano Menezes. E além da classificação, fica a lição de que não se pode viver assim, perigosamente, em todo mata-mata… ou pode, pelo jeito. A gente tem falado frequentemente que uma hora isso vai dar errado, mas a verdade é que só tem dado certo, felizmente.

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