
O Cruzeiro empatou em 1 a 1 contra a Chapecoense neste domingo (13) em partida válida pela 25ª rodada do campeonato brasileiro. O jogo em si é a síntese do que vem sendo o Cruzeiro nessa árdua batalha contra o rebaixamento: não faltou disposição, não faltou perna, mas faltou qualidade, faltou fôlego, faltou pontaria, faltou sorte e ainda sobrou incompetência por conta do polêmico VAR. Não há injustiça no placar e os números do jogo deixam isso bem claro.
De fato, o time não merecia perder, mas o gol no último minuto foi de uma crueldade enorme pra quem precisava e até fez por onde ganhar, mas esbarrou na incompetência ofensiva. Antes do jogo acabar, já havia avaliado que a vitória serviria para dar confiança a jogadores como Fred, que mesmo sob muitas críticas, fez uma partida aceitável (participando do gol e criando boas chances, desperdiçadas por David, T. Neves e Pedro Rocha). Mas com o resultado adverso, não há mais essa sensação. A insuficiência em fazer os gols em oportunidades claras custou caro.
Até o momento eu não consegui uma imagem que comprovasse que havia algum jogador do Cruzeiro dando condições ao gol da Chape. Um gol mal validado pelo VAR não seria novidade – e com isso, em teoria, o Cruzeiro estaria sendo prejudicados há duas rodadas seguidas, deixando escapar 4 pontos importantíssimos para sair do Z4. Mas entender que a existência de erros seguem acontecendo deve ser parte de qualquer planejamento, o futebol aqui sempre foi assim.
O retrospecto de três resultados negativos contra adversários da zona da degola (derrota pra Goiás e empate contra Fluminense e Chape) só não assusta mais que os próximos adversário: o eterno algoz São Paulo, no Mineirão, e o Corinthians, fora de casa – lembrando que o Cruzeiro não ganha uma partida fora de Belo Horizonte, pelo brasileiro, desde o dia 3 de junho de 2018.
Cabe a Abel fazer algo a mais: abrir mão do “companheirismo” que tem com alguns atletas e montar um time mais rápido, mais jovem, com mais fôlego. Infelizmente, a cada jogo fica mais difícil acreditar que Edilson, Thiago Neves e outros sejam capazes de tirar o Cruzeiro dessa situação. Hora de colocar o orgulho de lado para poder superar dificuldades. Talvez o uso pontual de algumas dessas peças seja possível, mas mantê-los os 90 minutos, num campeonato de ritmo tão intenso e calendário tão apertado, é exigir mais do que os mesmos podem dar.
De bom, se é que existiu, foi o reencontro de Dedé com o gol – além da boa partida que Fred vinha fazendo – peças vistas como fundamentais para que ainda exista esperança em escapar do rebaixamento. De ruim, além do óbvio resultado e da péssima colocação – o Cruzeiro termina a rodada em 18º, 4 pontos abaixo do primeiro fora do Z4 – a ineficiência dos atacantes e meias em matar o jogo quando as oportunidades existiram.
Enfim, exigir racionalidade da torcida nesse momento é doloroso e crual, claro. Mas num momento de bastidores conturbados – mas com indícios de que a situação vai melhorar – é preciso de um apoio inteligente, não aquele incondicional, mas o que sabe o momento certo de criticar, de cobrar. É torcer, acima de tudo.