NO 21 NASCEMOS…

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FOTO ORIGINAL: BRUNO HADDAD / CRUZEIRO E.C. / REPRODUÇÃO

Conforme muito bem explicado pelo amigo e colega Iron Luiz na coluna nomeada “CRUZEIRO OF CARDS” (clique aqui para ler) a política do Cruzeiro não tem sido algo para amadores. Infelizmente, o sistema que vem prevalecendo é o que favorece a pessoas buscarem por interesses pessoais através do clube. Numa breve ilusão com o cenário político, as pessoas viram no clube uma brecha para ganhar dinheiro fácil sem muito esforço. Os conchavos e o jogo de interesse continua acontecendo não só por debaixo dos panos, mas também às claras.

Hoje, 21 de outubro, poderia ser um dia de renascimento para o Cruzeiro. A ideia de criar um comitê gestor composto por pessoas tecnicamente capazes e suportadas por um conselho consultivo de notáveis cruzeirenses parecia uma luz no fim do túnel para o início de uma reconstrução do clube – com mais transparência e mais responsabilidade. Entretanto, o movimento não conseguiu forças suficientes para enfrentar a politicagem e o populismo.

É claro que conhecer e entender o que se passa nos bastidores políticos do clube não é premissa para ser torcedor. Pelo contrário. É legítimo que as pessoas se preocupem com o futebol apenas como o que ele deveria ser: uma forma de lazer. Mas até para o futuro do futebol, não se pode fechar os olhos para as situações que o Cruzeiro vem enfrentando.

Em nenhum ambiente a perpetuação do poder como vem fazendo a família Lemos – e você pode conferir isso neste texto sobre a dinastia da família clicando aqui – é saudável. Rejuvenescer e modernizar o estatuto do Cruzeiro seria essencial para tirar o clube de uma posição tão refém de políticas atrasadas e baseadas no compadrio.

Veja a situação dessa ótica: a falta de comando e visão do Gilvan – que tinha nas mãos a possibilidade de mudar o estatuto – abriu espaço para a inserção e perpetuação de pessoas como Wagner e Itair no comando do clube. Após tantas denúncias, envolvimento com irregularidades e imoralidades, a atual administração conseguiu se manter no poder num jogo de cartas marcadas que culminou na figura do ex-presidente Zezé Perrela retomando todo o controle do clube. Andamos em círculos e nenhuma grande mudança foi feita. Os conselheiros remunerados seguem, as regalias continuam disponíveis, nada mudou de fato. É claro que a chegada do ex-presidente pode mudar alguns contextos, tipo o próprio campo, uma vez que a presença de Itair Machado no clube afastava investidores. Mas o clube ainda segue sangrando nos mais diversos aspectos.

É claro que não existem heróis. Personificar um salvador é um erro crasso que cometemos em situações de desespero. Mas existe um grupo de pessoas com pensamento moderno e capacidade de democratizar o clube, de agregar mais gente capacitada. Inclusive, a participação de Zezé Perrella era necessária para esse movimento – mas o mesmo preferiu tomar as rédeas da situação e ser o homem forte, outra vez, contrariando ao próprio discurso que disse que só ficaria à frente do clube por 60 dias. Sim, um ex-senador da república cedeu à pressão do sistema.

A ideia da reunião que não acontecerá hoje segue vigente. Ideias não morrem. Aqueles que lutaram e enfrentaram o sistema para reconstruir o clube ficarão marcados, sim, na história. E a luta ainda não acabou. Mesmo com o desânimo que uma derrota pode proporcionar. É hora de realizar uma verdadeira união para combater aqueles que também se denominam “união” mas que na verdade atuam apenas em causa própria.

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