
FOTOS: EDER TERERE/ LIGHTPRESS / CRUZEIRO E.C.
Um sentimento: ufa! No apagar das luzes, Maurício (sempre ele) evitou a derrota do time em Patrocínio. Já são 3 gols e 3 assistências do garoto em 6 jogos pelo clube. Cada vez mais se tornando o símbolo dessa reconstrução e uma esperança de que algo diferente pode acontecer. Apesar do empate no último minuto foi uma das piores atuações do Cruzeiro no ano. Faltou aproximação, tabelas e um melhor acabamento. Em muitos momentos vimos um time estático com a bola, tocando de forma horizontal entre zagueiros e laterais no campo defensivo sem um companheiro aparecer entrelinhas como opção para gerar um desmarque.
Recém promovido da base, o lateral Valdir começou jogando devido a ausência de Edílson. Pedro Bicalho começou pela primeira vez como titular e fez boa partida, achando bons passes e mostrando personalidade. Na frente, Maurício fazia o lado direito e Alexandre Jesus o esquerdo. Everton Felipe flutuava por dentro encostando no Roberson, numa espécie de 4-4-2. Contudo, faltou criatividade e movimentação na primeira etapa. Jesus e Maurício, fixos pelos lados, não conseguiam agregar e E. Felipe e Roberson não davam opção de passe para os volantes que, por sua vez, ainda demonstram inexperiência. Em alguns momentos seguravam demais a bola ou combatiam pouco o adversário, algo natural pela pouca idade. O gol da Patrocinense saiu no último minuto do primeiro tempo quando Valdir se enrolou com a bola, perdeu a posse e, no cruzamento, Paulo Renê se antecipou ao Léo e cabeceou para o fundo das redes.
Adilson voltou pro segundo tempo com Marco Antônio no lugar de Jesus que pouco acrescentou ofensivamente. Com isso, Everton foi fazer o lado esquerdo enquanto Maurício apresentava mais mobilidade saindo da direita pro meio. Logo no início do segundo tempo, Roberson recebeu bom passe de Maurício e, cara a cara com o goleiro, chutou fraco e facilitou sua defesa. Mais uma vez o centroavante pouco agregou na partida. A promessa de movimentação, tabelas e pivô até agora não se cumpriu. Welinton entrou no lugar de Roberson e passou a atuar pela direita, depois Popó fez sua estreia na temporada entrando no lugar de Jadsom, com Marco Antônio sendo recuado para atuar ao lado de Bicalho. Apesar de ter a posse de bola, o Cruzeiro não conseguia criar situações de gol. Não só pelo aspecto técnico, mas também tático. João Lucas pouco acertava pela esquerda, não haviam tabelas e pelo lado direito Valdir pouco subia. Everton Felipe tentava uma jogada individual mas não obtinha sucesso e os passes de Marco Antônio não encaixaram. No apagar das luzes, Welinton recebeu pela direita, driblou o marcador e cruzou pra área, Popó deu uma casquinha e a bola sobrou pra Maurício empatar o jogo e evitar uma derrota que seria justa.
Hoje foi a partida que menos finalizamos (7 – 3) e a 3ª no quesito erros de passe (37). Somente contra América-MG (49) e São Raimundo-RR (48) erramos mais. Serve pra reflexão tanto no aspecto tático (time espaçado, pouca movimentação, posicionamento) quanto técnico (opções). Qualquer treinador que assumisse o Cruzeiro nessas condições teria um enorme desafio. No caso do AB soma-se a clara desconfiança da torcida com seu trabalho. Compreensível pelo seu histórico, mas preocupante. Somente com bom desempenho isso mudará, algo difícil nesse início. O time ainda busca uma identidade. Há ideias, mas falta uma melhor execução. No início de janeiro haviam apenas 13 jogadores disponíveis que foram completados com garotos da base inexperientes com uma transição acelerada devido a urgência. De alguma forma ainda estamos invictos. Além de não enxergar nenhum treinador disponível no mercado como solução e disposto a encarar tal realidade, poucos topariam as condições atuais do clube. Prefiro ter calma não por preferência, mas compreensão pelo momento.
É preciso evoluir na mesma proporção que precisamos ter paciência. De positivo fica o anúncio do retorno de Marcelo Moreno.
#MeDibre