Foto: Cruzeiro E.C./Flickr Oficial
No meio da nossa maior crise institucional, com Polícia Federal levando documentos devido a ingerência de cartolas, conseguimos enfrentar o campeão da América e sair nos pênaltis. Entendo a revolta, mas o problema pra mim é maior do discutir o estilo de jogo do técnico. Esse estilo, aliás, estaria sendo exaltado se a bola do Pedro Rocha, aos 15′ do primeiro tempo, não tivesse sido defendida milagrosamente pelo Armani e depois batido na trave. Futebol é feito de detalhes.
Agora, temos uma semifinal de Copa do Brasil com chances de classificação à final e possibilidade de reabilitação no Brasileiro. Com uma diretoria amadora e possivelmente corrupta, sigo convicto de que manter o Mano, pelo menos até dezembro, é o ideal para buscar, pelo menos, um segundo semestre livre de mais turbulências. O ano não acabou ainda. Pior do que o estilo pragmático do treineiro é confiar na atual diretoria para tocar o futebol. Em dezembro sou a favor de mudanças não só na comissão técnica como também no corpo diretivo. Hoje, somos geridos por amadores e pessoas sem credibilidade.
Vejo o seguinte cenário: Resultados estão ruins? Sim. São 16 jogos em sequência e apenas 1 vitória, não marcamos gols há 6 jogos e o futebol apresentado parece estagnado, com um treinador incapaz de fazer mudanças expressivas, mas duvido que algum técnico sério aceitaria assumir a barca do jeito que está. Mais fácil é aparecer algum cupincha do Itair. Então, novamente, é se apegar no que temos e sobreviver até o fim do ano. Mano já apagou dois incêndios entre 2015 e 2016 e, agora, nada mais justo do que cobrar dele uma solução para um problema criado pelo próprio.
A situação é preocupante, o trabalho do Mano está saturado, elenco enfraquecido, medalhões em baixa. Percebem quantas coisas ruins ao mesmo tempo? Infelizmente uma gestão sem responsabilidade e profissionalismo culmina nisso. Nosso elenco possui falhas e limitações. Ontem não tinha um jogador criativo com capacidade de fazer o que o Robinho faz (ele só podia jogar 30 minutos). Thiago Neves estava mal e sem condições físicas ideais, mas seu concorrente está no DM (Rodriguinho). O Cruzeiro teve mais volume com Robinho e Fred em campo. Robinho pela capacidade de manter a posse no ataque e associar com Thiago e Fred. Faltou tempo e plantel. Fred, aliás ressaltou aquilo que falei no Deus me Dibre (clique aqui), seu estilo vai de encontro ao praticado pelo técnico.
O momento é de reflexão e sabedoria. A eliminação dói, incomoda e deve ser assim. Contudo, tomar decisões com a cabeça quente nunca é a melhor solução. Tivemos a pausa pra Copa América para pensar em mudanças, porém nada foi feito. O elenco segue sendo enfraquecido (Romero deve ser o próximo a sair) e jovens da base estão sendo lançados pela falta de dinheiro para contratar. Temos o Internacional pela frente, é se apegar no que esse elenco já apresentou anteriormente para buscar, pela terceira vez, uma final de Copa do Brasil para, quem sabe, salvar o ano com uma vaga na Libertadores em caso de conquista. Em 2020 há muito o que se repensar tanto em termos de futebol como Instituição.
#MeDibre