
A temporada 2018 já passou da metade e já entra em sua reta final. Até aqui, o Cruzeiro vem trabalhando com duas realidades distintas: o Brasileirão foi rebaixado à um treino recreativo de luxo, ganhar, empatar ou perder parece ter o mesmo valor. Se o time é titular ou reserva, o desempenho em campo é o mesmo (ruim). Foram 7 vitórias em 20 jogos até aqui e o título foi pro inferno com 20 rodadas de antecedência.
Claro, você pode ser o chatão diferentão que acha que ainda dá, que o Cruzeiro incomoda muita gente e que tudo isso não passa de uma conspiração da ”aldeia” plantando crise. Realmente, você tá certo. Com 16 vitórias nos próximos 18 jogos chegamos na pontuação média de um campeão brasileiro, pode se apegar a isso se te faz feliz, não sou eu que vou te impedir.
Voltando ao mundo real: a outra frente de trabalho da Raposa Baguda é o foco total na Libertadores e na Copa do Brasil. E aqui as chances são grandes. Todas as fichas foram apostadas nas copas: torneios mais curtos, com jogos de mata-mata, e mesmo se ficar devendo no futebol, dá pra ser campeão, 2017 provou isto. Além disso, a premiação é diferenciada: só a Copa do Brasil por exemplo, pagará R$ 50 milhões ao campeão. Um prêmio destes já quitaria 4 meses da folha salarial do Cruzeiro, que investiu pesado em reservas de grife para o time base campeão em 2017.
Há mais de dois anos à frente da Cruzeiro, o maestro da orquestra Mano Menezes é considerado um trunfo para conquistar ao menos uma destas copas em disputa. Abaixo um resumo do retrospecto em jogos de mata-mata do treinador, que é sinônimo de esperança e títulos na opinião da imprensa e grande parte da torcida:
DESEMPENHO ”ERA MANO MENEZES” EM MATA-MATA (Desde 2016)
(não foi considerado Estadual e Primeira Liga)
21 jogos (9v, 7e, 5d) = 54% de aproveitamento
27 gols marcados (1,3 gols/jogo), 21 gols sofridos (1 gol/jogo)
Vitórias = 42,9% dos jogos
Empates = 33,3% dos jogos
Derrotas = 23,8 % dos jogos
Compare com a média geral do Cruzeiro quando enfrentou times da elite sob a batuta graduada UEFA e chegará à conclusão de que não tem nada diferente, a receita é a mesma, mas num contexto onde pode funcionar (ou Fábio pode garantir nos pênaltis):
DESEMPENHO ”ERA MANO MENEZES” CONTRA TIMES DA ELITE (Desde 2015)
137 jogos (60v, 41e, 36d) = 53,7% de aproveitamento
180 gols marcados (1,3 gols/jogo), 129 gols sofridos (0,9 gols/jogo)
Vitórias = 43,8% dos jogos
Empates = 29,9% dos jogos
Derrotas = 26,3% dos jogos
Na próxima semana (dia 29/08) teremos Libertadores e a chance de sepultar de vez o Flamengo, que deu o azar de cruzar com um dos maiores especialistas em mata-mata do futebol brasileiro: o Cruzeiro Esporte Clube (quem mais poderia ser?). Quando o assunto é jogo eliminatório, é ruim de bater de frente com este gigante, a camisa é muito pesada.
São 15 títulos conquistados neste modelo de competição, e este especialista em mata-mata escreveu CAMPEÃO no currículo de 11 técnicos diferentes, sem fazer distinção entre bons, medianos e ruins. Este especialista em mata-mata transforma técnicos em campeões, não o contrário. Nunca se esqueçam disto.
TÉCNICOS CAMPEÕES EM MATA-MATA PELO CRUZEIRO
TAÇA BRASIL 1966: Airton Moreira
TAÇA LIBERTADORES 1976: Zezé Moreira
SUPERCOPA LIBERTADORES 1991: Ênio Andrade
SUPERCOPA LIBERTADORES 1992: Jair Pereira
COPA DO BRASIL 1993: Pinheiro
COPA OURO SUL-AMERICANA 1995: Ênio Andrade
COPA MASTER DA SUPERCOPA 1995: Ênio Andrade
COPA DO BRASIL 1996: Levir Culpi
TAÇA LIBERTADORES 1997: Paulo Autuori
RECOPA SUL-AMERICANA 1998: Levir Culpi
COPA DO BRASIL 2000: Marco Aurélio
COPA SUL-MINAS 2001: Luiz Felipe Scolari
COPA SUL-MINAS 2002: Marco Aurélio
COPA DO BRASIL 2003: Vanderlei Luxemburgo
COPA DO BRASIL 2017: Mano Menezes
#VamoQueVamo
FOTO: Conmebol/Divulgação