
Criado na Toca da Raposa I desde os seus 14 anos de idade, Lucas Silva sempre foi visto por todos como uma das maiores promessas da base celeste e acabou correspondendo às expectativas no time profissional comandado pelo técnico Marcelo Oliveira. O volante da camisa 16 ficou marcado por ter feito parte do elenco bicampeão brasileiro em 2013/2014, sendo fundamental para os títulos e também se tornando um dos ativos mais valiosos do Cruzeiro.
Entretanto, desde que voltou ao Cruzeiro, o jogador que outrora foi xodó da torcida, parece não ter caído nas graças do técnico Mano Menezes. Ou não tinha, até agora.
Dos últimos quatro jogos da Raposa, Lucas Silva foi titular em três partidas, atuando no total de 212 minutos e sendo considerado destaque em pelo menos duas partidas (ambas contra a Universidad de Chile, pela Libertadores).
O volante mostrou que não esqueceu como se joga o bom futebol, dando passes e lançamentos precisos, compondo o meio de campo, preenchendo espaços e até desarmando – o que não é uma de suas maiores qualidades, mas que acaba por funcionar bem quando tem um bom parceiro de volância (sic), como é Henrique, ou como foi Nilton em 2013/14.

Mapas de calor das últimas partidas de Lucas Silva mostram boa movimentação e participação (Footstats)
Mas esse bom futebol do Lucas Silva aparecer num momento em que os volantes eram tão criticados não é a grande surpresa. A dúvida é: porque o técnico Mano Menezes (ou a diretoria do Cruzeiro) resolveram dar uma sequência para o volante só agora, passados mais de ano do seu retorno?
Vale ressaltar que Lucas Silva não pertence ao time celeste. O Cruzeiro detém os direitos do jogador por empréstimo até o dia 30 de junho deste ano.
Em entrevista coletiva realizada dia 10 de abril, na Toca da Raposa II, o diretor de futebol Marcelo Djian disse que abriria conversas com o Real Madrid para uma possível prorrogação de contrato até o final do ano. Vale lembrar que, como clube formador, o Cruzeiro tem direito a porcentagem da venda do atleta (entre 0,5 e 5%) antes do final de um contrato vigente.
Para o jogador, resta a dúvida sobre o seu futuro. Para o torcedor, a mesma dúvida, mas com o agravante de que Lucas tem mostrado seu desenvolvimento em campo e se mostrado peça importante, num período marcado pela instabilidade do meio de campo celeste.
Está nas mãos da diretoria do Cruzeiro resolver o problema, o que nos leva aos mistérios: Lucas Silva estaria jogando por opção técnica ou por pressão da diretoria em valorizá-lo logo em seu período final de contrato? E esse futebol que tem sido destaque, é fogo de palha? Ou o menino que encantou o Brasil está retomando seu espaço?
Enquanto as respostas não aparecem, que Lucas Silva continue jogando o bom futebol que a torcida do Cruzeiro não se cansa de ver.
Números de Lucas Silva em 2018:
Libertadores – 2 jogos; 1v, 1e, 0d
Brasileirão – 1 jogo; 0v, 0e, 1d
Camp. Mineiro – 6 jogos; 4v, 2e, 0d
(foto de capa: Washington Alves/Lightpress)