O momento pedia reconstrução, não eleição…

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CRUZEIRO E.C./DIVULGAÇÃO

O relatório feito pela empresa Kroll ao invés de gerar surpresa – esta já dirimida ao longo de um ano desde a entrevista no Fantástico e várias denúncias apresentas nesse portal – causou apenas mais indignação ao já tão ferido torcedor cruzeirense. A forma como o clube foi usurpado de todas as maneiras imagináveis e inimagináveis externou a zona (literalmente, inclusive) que a administração Wagner Pires proporcionou ao Cruzeiro: talvez a pior gestão da história do futebol mundial. 

A ganância e politicagem não impediram que mesmo após um rebaixamento inédito e a abertura da caixa preta das contas do clube mostrando uma dívida que se aproxima de algo em torno de R$ 850 milhões, houvesse disputa pelo poder da Instituição. Pois é, mesmo combalido, não deram trégua ao gigante Cruzeiro. Sérgio Santos Rodrigues, derrotado por Wagner Pires em setembro de 2017 e Ronaldo Grata, 2° vice-presidente da última gestão que renunciou, disputam o pleito após desistência de Emílio Brandi, representante do Conselho Gestor que estaria disposto a gerir o clube de forma temporária neste mandato tampão até setembro, mas não se envolveu na briga política que assola o clube. Afinal, estavam ali para ajudar e se para vencer uma eleição significa fazer alianças com quem ajudou a deixar a situação como está, preferiram deixar agendado o retorno à arquibancada, no fim desse mês.

Diante de tudo isso, o que a Instituição mais precisava era de tranquilidade e equilíbrio. O Cruzeiro é um paciente com câncer e o Conselho Gestor foi sua quimioterapia. Mas, como sabemos, a cura só acontece quando o tumor é completamente removido e, nesse momento, vários “tumores” assolam o clube: estatuto defasado que permite que 30 conselheiros expulsos por receberem como “funcionários” entrem na Justiça e recebam uma liminar dando direito a voto, velhas “lideranças” nocivas sigam dando às cartas e a famigerada família união se divida para conquistar, não assumindo lado, mas estando em todas as partes. O conselho precisa ser purificado.

O Conselho Gestor precisava de mais tempo e infelizmente não terá. Deixarão projetos que mesmo embrionários são fundamentais para modernização do Cruzeiro: Reformulação do Estatuto, Portal da Transparência, demissões e correções pontuais no setor administrativo e proposta orçamentária. Fico na torcida para que o próximo presidente dê sequência nessa reconstrução moral e estrutural do clube. Se o Estatuto obriga o Dalai a convocar eleições agora, o ideal teria sido conciliar e deixar Emílio Brandi com mandato provisório até setembro. Teriam mais tempo para colocar a casa em ordem.

O mantra “Bora Reconstruir” lançado pelo Conselho Gestor, um grupo de empresários que resolveram colocar a mão no chiqueiro ao invés de apenas fazerem vistas grossas, nunca foi tão necessário. Infelizmente, há uma eleição no meio do caminho que implodiu e colocará um ponto de interrogação em todo esse trabalho. Torçamos que o melhor aconteça para o nosso Cruzeiro.

#MeDibre

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