
FOTO: RICARDO DANILO / LIGHTPRESS / CRUZEIRO E.C.
Antes de começar é importante dizer que ninguém imaginava que seria fácil reconstruir o clube após uma devastação financeira, moral e administrativa. Adilson Batista aceitou uma missão que poucos em seu lugar teriam topado e pedir sua saída agora é ignorar que os nomes disponíveis no mercado não sinalizam melhora e o que está cambaleante pode piorar. Um técnico de ponta, hoje, é inviável devido a nossa realidade. No entanto, os problemas listados não são desculpa para algumas escolhas que até aqui se mostraram equivocadas dentro do campo e aí é papel do treinador fazer um mea culpa.
Foi o técnico que bancou a contratação de jogadores como Roberson e João Lucas. Dois veteranos que chegaram e já de cara viraram titulares. Rafael Santos que vinha atuando na lateral esquerda, nunca mais recebeu uma oportunidade. Vinicius Popó, tratado com cautela devido ao receio de ser “queimado”, entrou na fogueira nos dois últimos jogos sem conseguir mostrar muita coisa já que a bola não chegava. O Mineiro deve ser usado como laboratório e já sabemos o que veteranos podem apresentar pelo seu histórico de carreira, agora nossos jovens precisam de minutagem até para indicarem se dão conta de uma Série B ou não. Marco Antônio, por exemplo, vem entrando razoavelmente bem nos jogos e, diferente de Everton Felipe, consegue achar bons passes no setor ofensivo. Não seria a hora de testá-lo de forma mais contundente? Maurício no lado direito sem um lateral com boa capacidade de ultrapassagem (Edílson é lento e não chega à linha de fundo constantemente) limita sua capacidade criativa, além de deixá-lo longe do gol por ter recompor na segunda linha.
Nas pontas vimos Adilson dando seguidas chances ao jovem Alexandre Jesus de apenas 18 anos (mesma idade de Popó) ainda que nos jogos ele demonstre precisar de um pouco mais de preparação antes de jogar com assiduidade nos profissionais. Caio Rosa que era o ponta titular da base jogou apenas alguns minutos do segundo tempo contra o Vila Nova. Welinton Torrão em quatro partidas marcou 1 gol e participou de outro contra a Patrocinense. Ambos estão atrás de Jhonata Robert que vem recebendo oportunidades mesmo estando emprestado pelo Grêmio sem passe fixado. Outro que merece atenção é volante Adriano, muito bem nos jogos que entrou e que também foi pro banco quando Machado ficou disponível (o jogo de ontem não conta, pois estava suspenso).
O momento é complicado sim, mas algumas escolhas precisam ser revistas. Veteranos não precisam de paciência, ainda mais quando em sua grande maioria não estão apresentando nível superior aos garotos da base que subiram. Por incrível que pareça, o único reforço que vem surpreendendo positivamente é Machado. Everton Felipe e Jhonata Robert, num contexto de time organizado taticamente podem render mais, mas no momento também não justificam vaga cativa. A hora de testes é agora e o treinador precisa entender essa parte e promover mudanças necessárias para extrair o melhor do time e do grupo.
#MeDibre