FOTO: GUSTAVO ALEIXO/BRUNO HADDAD/FLICKR OFICIAL/CRUZEIRO E.C.
A lateral esquerda vem sendo um problema crônico do Cruzeiro nesse ano de 2020. Aliás, o ano passado também marcou um péssimo momento dos atletas que passaram por ali. Tanto Egídio (hoje no Fluminense) e Dodô não conseguiram levar segurança pra função. A chegada de João Lucas se deu com grande desconfiança, afinal sua última temporada atuando pelo Ceará não foi das melhores. Indicado pelo então técnico Adilson Batista, atuou em 9 das 12 partidas que o clube realizou na temporada, todas como titular. Em nenhum momento conseguiu confirmar a confiança do ex-treinador e virou alvo da torcida, sendo vaiado em alguns jogos.
Já o jovem Rafael Santos chegou ao Cruzeiro no fim de 2017 para atuar pelo Sub-20. Foi titular durante a Copa-RS daquele ano e foi promovido aos profissionais no ano seguinte. Com poucas oportunidades, passou o ano de 2018/19 apenas treinando, tendo somado somente 98 minutos como profissional. Em 2020, com todo o processo de reconstrução que o clube atravessa, a expectativa era que recebesse mais chances. Contudo, a chegada de João Lucas e a confiança do técnico em seu futebol tirou espaço do garoto. Foram apenas 4 jogos (3 como titular) e 315 minutos somados. Rafael Santos está há dois anos e meio nos profissionais e não possui 500 minutos de tempo de jogo. É pouco até para fazer uma avaliação sobre seu futebol. Deveria receber mais oportunidades pois tem potencial pra evoluir, diferente de um veterano que se aproxima dos 30 anos.
Agora chegamos no caso Dodô. Diferente de atletas como Ederson, David, Fabrício Bruno e Rafael, o lateral acionou o Cruzeiro na Justiça do Trabalho pedindo tutela de urgência para que possa voltar a treinar no clube. O problema está na forma que o contrato foi costurado, com a diretoria entendendo que o clube não conseguirá arcar com as cláusulas estipuladas. Dodô chegou ao Cruzeiro em janeiro do ano passado emprestado pela Sampdoria. O contrato assinado por Itair Machado era válido até 31 de dezembro de 2019 e previa a obrigação de compra caso o lateral disputasse três jogos e o Cruzeiro fizesse 15 pontos no Brasileiro. Se as metas fossem cumpridas, o clube deveria assinar um vínculo definitivo com o lateral com validade até dezembro de 2023. Dodô fez 28 jogos em 2019 e o Cruzeiro somou 36 pontos no Brasileiro. Ainda assim, a renovação não ocorreu.
Com a renovação obrigatória e o contrato em definitivo, o clube deveria pagar 300 mil euros à Sampdoria e o atleta seguiria recebendo um salário de R$ 330 mil/mês, valor que ultrapassa em mais de 50% o teto de R$ 200 mil estabelecido pelo conselho gestor. Além disso, ainda era previsto que o Cruzeiro arcasse com luvas de R$ 8,8 milhões ao jogador em 18 parcelas que variavam entre R$ 366 mil e R$ 587 mil. Infelizmente, o contrato foi assinado e mais cedo ou mais é provável que o clube tenha que arcar com o que foi combinado. A solução em curto prazo é conversar com Dodô e seu staff para que cheguem a um denominador comum com valores ajustados para o mais perto da nossa realidade e um parcelamento do restante do débito. Indiscutivelmente o atleta possui qualidade superior aos outros jogadores da posição que ficaram no clube e pode agregar pro restante da temporada.
MARCELO HERMES, PATRICK BREY E VICTOR LUIZ

Mesmo aceitando readequação salarial, Marcelo Hermes treina em separado no clube. Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro
Os laterais esquerdos Marcelo Hermes, Patrick Brey e Victor Luiz devem se reapresentar ao Cruzeiro após o fim dos estaduais e serão avaliados pela comissão técnica de Enderson Moreira. Hermes treina em separado no clube. Mesmo após aceitar redução salarial, não entrou nos planos do ex-treinador Adilson Batista. Sem nunca ter convencido pelo Cruzeiro, esteve por empréstimo no Goiás em 2019 e atuou em 26 partidas, 20 como titular. No Brasileiro esteve em campo em 12 oportunidades. Já Patrick Brey jogou pelo Coritiba em 2019 e também não conseguiu se firmar. Foram 24 jogos (17 na Série B), 19 como titular alternando entre a lateral e o lado esquerdo do meio-campo. Nesse ano, fez 8 partidas pela Ferroviária sendo titular em cinco oportunidades. Victor Luiz, por sua vez, disputou 5 jogos dos 9 que o Vila Nova fez no Mineiro, todos como titular. Está claro que de todas as opções disponíveis, Dodô segue – de longe – como a melhor.