O QUE FALA A MINAS ARENA

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Os problemas do Cruzeiro com a Minas Arena começaram após o segundo semestre de 2013 e ganharam notoriedade após a judicialização dos processos. A Minas Arena alega que os valores cobrados são devidos e que em nenhum momento houve qualquer tipo de favorecimento. O Cruzeiro, ainda na administração de Gilvan de Pinho Tavares, amparado pelo seu corpo jurídico, entenderam que poderia deixar de pagar as despesas a partir do momento que tal condição foi oferecida ao rival.

“Se eles ofereceram uma condição para o Atlético jogar sem a necessidade de pagar despesas como limpeza, taxa de segurança, água e luz, esse direito foi transferido para o Cruzeiro. Porque, no contrato que firmamos com a Minas Arena, há uma cláusula de que qualquer benefício dado a outro clube que usar o Mineirão, o Cruzeiro fará jus a ele”, foi o que disse o ex-presidente Gilvan na época. Por fim, discutir na justiça foi o que restou às partes e até então o problema vem piorando e gerando desgaste entre as partes.

O atual vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, chegou a apontar que os responsáveis eram “atleticanos” e que tinham o objetivo de prejudicar o Cruzeiro, durante uma entrevista na rádio 98FM. Na mesma entrevista alegou que o Mineirão é do povo e que se fosse preciso a torcida entraria no estádio a força.

É claro que durante todo o cenário de imbróglio entre Minas Arena e Cruzeiro fica difícil mensurar qual parte está com a razão e até onde a decisão de rescindir o contrato é benéfica para ambas as partes. Mas, ao mesmo tempo, mostra a fragilidade e a falta de competência de diversos setores do Cruzeiro em lidar com uma situação que atinge diretamente sua torcida. O Mineirão é o estádio onde o Cruzeiro poderia usufruir da sua estrutura e fazer valer sua força.

Encaminhamos algumas dúvidas à assessoria da Minas Arena e disponibilizamos aqui as respostas na íntegra:

1) Com a rescisão do contrato, o Cruzeiro pode ser prejudicado de alguma forma em relação aos próximos jogos, por exemplo, o jogo das quartas da Copa do Brasil (que será contra o Atlético)?

A negociação das condições de jogo já está acontecendo previamente à realização das partidas desde o dia 03/05/2019. Importante ressaltar que não é intenção das Minas Arena impedir que o clube realize partidas no estádio, desde que aconteçam acordos específicos para os jogos.

É fundamental destacar também que o Mineirão sempre esteve e sempre estará de portas abertas para o Cruzeiro e quaisquer clubes de futebol que tenham interesse em realizar as partidas no estádio. A concessionária que administra o estádio sempre se colocou à disposição para discutir novos termos operacionais e econômicos para que o clube dispute partidas no Mineirão.

2) Quais foram os benefícios que o Cruzeiro perde com a rescisão do contrato?

Além de utilizar uma das mais modernas estruturas esportivas do país para a prática de futebol, em função do contrato de fidelidade, havia vantagens que nenhuma outra agremiação possui no Mineirão, como recebimento de 1/3 da renda com estacionamento e bares, uso gratuito de 100 vagas no estacionamento, inserções de ações institucionais nos telões, áreas para mascote e parceiros, comodato de loja no complexo, proibição que a Minas Arena comercialize os ingressos da concessionária por preços inferiores ao correspondente ao valor do ingresso mais caro do anel superior, além de pagar somente 70% das despesas operacionais das partidas. A Minas Arena arca com os 30% restantes.  Porém, nas negociações jogo a jogo que já ocorreram, a Minas Arena tem mantido esses percentuais, desde que o pagamento do valor referente ao clube seja feito antecipadamente.

3) A diretoria do Cruzeiro diz não ter conhecimento da rescisão e que ainda cumpre o que foi estabelecido (conforme publicado no portal Superesportes), qual a posição da Minas Arena a respeito dessas declarações?

A Minas Arena e o Cruzeiro firmaram, em 2013, um contrato de fidelidade para que o clube mandasse suas partidas oficiais no Mineirão até o final de 2037. Devido ao inadimplemento do clube desde o segundo semestre de 2013, e após inúmeras notificações e tentativas de soluções amigáveis para a questão, a Minas Arena notificou mais uma vez o clube, em abril/2019, para a quitação de todo o seu débito, o que não ocorreu. Portanto, conforme consta do próprio contrato, o mesmo foi rescindido.

Importante destacar que, durante a vigência do contrato de fidelidade, a concessionária que administra o Mineirão sempre colocou o estádio à disposição do Cruzeiro em pleno funcionamento, tendo assegurado, mesmo com a inadimplência do clube, a contratação e o pagamento integral das despesas, como segurança, limpeza, orientação de torcedores e demais condições necessárias para que as partidas pudessem ser disputadas, conforme exigido no contrato.

4) Qual o valor total devido entendido pela Minas Arena? Quanto desse valor está em juízo?

O valor total da dívida está em cerca de R$26 milhões.

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