
Após a excelente vitória fora de casa contra o time do Santos, a equipe celeste se encontra apenas a quatro pontos do líder Flamengo e muita parte de nossa torcida já começa a mirar o topo da tabela.
Foto/Site Goal
Ainda que estejamos falando da situação da sétima rodada, de trinta e oito rodadas totais, a vitória celeste permite que a torcida sonhe e almeje o título nacional?
A meu ver, falta pouco, senão vejamos:
Com a certeza de que temos uma das melhores defesas do campeonato o sonho se torna factível. Muitos treinadores afirmam e repetem: um bom ataque pode ganhar jogos, mas, boas defesas ganham campeonato.
Hoje, o Cruzeiro tem uma das melhores defesas do ano. Quando o trio Dedé-Leo-Fábio estiveram juntos a nossa defesa se revelou a melhor do Brasileirão.
Nosso meio campo defensivo, principalmente com o ressurgimento do bom futebol de Lucas Silva vem dado grande segurança ao setor. Henrique, ao lado de Lucas Silva, tem ficado menos sobrecarregado na marcação que em relação ao período em que fazia dupla de volantes com Ariel Cabral. O fato do Cruzeiro ter boas opções de banco
talvez façam que a turma do time titular corra mais que o normal, até porque, se bobear vai para o banco e nova chance poderá custar a ocorrer (vide o caso do Cabral que até pouco tempo era um titula inquestionável).
Já na parte do meio campo de criação temos excelentes jogadores no plantel, mesmo com a possibilidade de perda de Arrascaeta pós Copa do Mundo. Em que pese o fato de Robinho não render em sua plenitude na faixa direita do campo (a meu ver ele rende melhor jogando mais centralizado) sua última atuação contra o Santos deixará um pingo de dúvidas na cabeça do técnico Mano Menezes que poderá optar pela sua utilização em mais de uma parte do campo.
Thiago Neves dispensa comentários. Além de ser um jogador de decisões é um jogador que não se omite nos jogos cujo dever de vitória se torna presente. O único receio que devemos ter se encontra justamente na sua condição física. Com Thiago Neves “nos cascos” e “afiado” o time do Cruzeiro rende muito bem.
Até o presente momento, qualquer um que leia esse texto achará que é só questão de tempo para levantar o caneco.
Contudo, o que nos faz manter os pés no chão, ainda que haja, SIM, grande chance de canecos nacionais e internacionais esse ano?
As laterais do Cruzeiro têm rendido muito bem. QUANDO o Edílson joga as opções de bola parada e cruzamentos crescem substancialmente. Todavia, a questionável condição física do lateral egresso do Grêmio não nos permite contar 100% com o mesmo. Romero, improvisado, tem rendido bem na medida do possível, mas, ainda sim, pelo fato de não ser lateral de ofício em algumas vezes temos tido problemas na faixa direita. Temos que torcer para que não precisemos de Ezequiel pois este não está no mesmo patamar dos demais jogadores do elenco.
Se consideramos que Ezequiel ainda se encontra anos luz atrás do improvisado Romero correr o risco de vê-lo em campo é o mesmo que diminuir substancialmente as chances de vitória escorrerem pelos dedos. Se o Cruzeiro pretende brigar na tábua de cima nos campeonatos que disputa temos que arrumar, urgentemente, um reserva de ofício para o Edílson (até mesmo para que o Romero possa disputar posição com os demais volantes e fazer sombra necessária para estes em eventual disputa). Quem sabe o recém promovido da base, Vitinho, não poderia surgir como opção para a reserva de Edílson (ainda que com características totalmente diferentes)? Certo é que precisamos de um reserva de ofício para a lateral direita.
Igualmente, na lateral esquerda, onde Egídio tem se notabilizado positivamente como grande assistente no ataque, a reserva deste não inspira grande confiança (pelo menos para mim). Como foi pouco testado na temporada não há como saber precisamente se Marcelo Hermes pode substituir Egídio à altura. Nesse caso temos que pagar para ver (para o bem ou para o mal).
Por fim, com relação à parte final e decisiva do campo, ou seja, no ataque, entendo que nosso Calcanhar de Aquiles mais se revela para o restante das trinta e uma rodadas do Brasileiro e partes finais da Copa do Brasil e Libertadores (e se Deus quiser, até o Mundial de equipes).
Hoje, o elenco celeste conta com número de peças muito limitada para o ataque. Além desse número limitado, ainda temos que destacar que temos, também, pouquíssima opção de variação tática no ataque.
Em que pese Sóbis por diversas vezes atuar como “secretário” de lateral e pelo lado de campo, nem ele, nem Sassá, nem Raniel jogam aberto pelo lado de campo e nâo são jogadores para puxar os contra-ataques com velocidade. Todos eles gostam de jogar mais próximo do gol e é lá que rendem mais.
No ano passado, o Cruzeiro contava com Alisson e Élber – mesmo com suas qualidades e limitações (principalmente esse último) – para desafogar o time em jogadas de beirada.
Nesse ano, a diretoria investiu suas fichas no David como o jogador para fazer essa beirada de campo e negociou os dois atacantes de lado egressos da base celeste. Infelizmente chegamos na metade do ano de 2018 e David não tem mais de 90 minutos somados com a camisa celeste e a equipe celeste não conseguiu desenvolver jogadas de beirada.
Nessa faixa de campo, pela constante falta do atacante David, o técnico Mano Menezes deslocou o Arrascaeta para jogar na beirada de campo e, nas poucas vezes que lá atuou, partindo para cima dos laterais, foi muito bem (vide o jogo no Mineirão contra a Universidade do Chile, pela Libertadores). Com a provável negociação do meia uruguaio e com a total falta de confiabilidade médica do atacante egresso do Vitória, entendo como esse a faixa de campo mais carente da equipe celeste.
Para que possamos sonhar com os canecos restantes da temporada, a meu ver, a diretoria celeste tem que envidar todos os esforços necessários para a contratação de 3 a 4 reforços pontuais (considerando apenas a saída do meia Arrascaeta no pós Copa): um lateral direito para a reserva, um meia para repor o meia uruguaio, e dois atacantes de beirada para puxarem o contra-ataque quando o jogo não for de passe e posse de bola como o Cruzeiro vem desenvolvendo.
Com a torcida dando show na arquibancada, lotando todos os jogos e apoiando como sempre, qualquer esforço feito nesses pontos citados, as chances de título, a meu ver, tornar-se-ão cada rodada que se passar mais real.
Vamos, vamos Cruzeiro!