O QUE MELHOROU E O QUE PIOROU?

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Teremos apenas mais uma oportunidade de ver o Cruzeiro em campo antes da muito bem-vinda pausa de 32 dias para a Copa do Mundo. Hoje enfrentaremos o Paraná pela 12ª rodada do Brasileirão, e teremos a chance de recuperar a moral depois das derrapadas nos últimos jogos. Depois de um mês de maio quase perfeito, foram 2 jogos sofríveis e muito abaixo da média, que somados com uma arbitragem miserável de fraca nos rendeu apenas 1 pontinho em 6 disputados e uma queda para 8º lugar na tabela do Brasileirão.

Depois de ver um Cruzeiro pesado e se arrastando em campo, muito se foi comentado sobre desgaste físico, falta de um velocista (até hoje, David?) e a maratona de jogos que foi muito puxada. É um assunto que dá um bom debate.

O DmD fez um levantamento comparando os primeiros semestres dos anos 2017 e 2018, para analisarmos onde evoluímos e onde precisamos melhorar. Mas veja bem, vamos ser inteligentes: NÃO ESTAMOS COMPARANDO RESULTADOS, é evidente que o 1º semestre de 2018 foi mais produtivo em termos de resultado, como por exemplo um título estadual. O debate aqui é a montagem e administração do elenco em função do número de jogos. Então vamos lá!

PARTIDAS NO PERÍODO: 34 em 2017 (29/01 a 11/06) e 34 em 2018 ( 17/01 a 09/06).
Nº DE JOGADORES UTILIZADOS NO PERÍODO: 32 jogadores em 2017 e 31 jogadores em 2018.

Mesmo número de jogos no 1º semestre até aqui, nas duas temporadas. Porém devemos considerar que em 2018 estamos disputando a Libertadores, e por isso temos um maior desgaste físico nesta temporada (pelo nível dos adversários, viagens e etc). Algo que diretoria e comissão técnica deveriam ter levado em consideração na busca por reforços e na administração do plantel, o famoso ”rodar” o elenco, usar times mistos em jogos menos importantes (leia-se estadual. PRA QUÊ TITULARES NO ESTADUAL?).

Fizemos também o levantamento dos 11 jogadores mais escalados nas 2 temporadas, dentro do esquema tático que o treinador prefere, os que mais iniciaram como titulares em cada posição. E também a média de idade dos JOGADORES DE LINHA (que são mais exigidos fisicamente) em cada temporada. Ficou assim:

2017
GOLEIRO: Rafael (27 anos) – 25 jogos
LATERAL: Ezequiel (24 anos) – 14 jogos
ZAGUEIRO: Leo (29 anos) – 30 jogos
ZAGUEIRO: Caicedo (25 anos) – 16 jogos
LATERAL: Diogo Barbosa (24 anos) – 27 jogos
VOLANTE: Henrique (32 anos) – 21 jogos
VOLANTE: Ariel Cabral (29 anos) – 20 jogos
MEIA: Thiago Neves (32 anos) – 20 jogos
MEIA: Arrascaeta (23 anos) – 22 jogos
MEIA: Alisson (23 anos) – 17 jogos
ATACANTE: Rafael Sóbis (31 anos) – 19 jogos

MÉDIA DE IDADE JOGADORES DE LINHA: 27,2 ANOS

2018
GOLEIRO: Fábio (37 anos) – 29 jogos
LATERAL: Lucas Romero (24 anos) – 16 jogos
ZAGUEIRO: Dedé (29 anos) – 21 jogos
ZAGUEIRO: Léo (30 anos) – 24 jogos
LATERAL: Egídio (31 anos) – 27 jogos
VOLANTE: Henrique (33 anos) – 26 jogos
VOLANTE: Lucas Silva (25 anos) – 16 jogos
MEIA: Thiago Neves (33 anos) – 24 jogos
MEIA: Arrascaeta (24 anos) – 18 jogos
MEIA: Robinho (30 anos) – 23 jogos
ATACANTE: Sassá (24 anos) – 11 jogos

MÉDIA DE IDADE JOGADORES DE LINHA: 28,3 ANOS

Até aqui foi apenas INFORMAÇÃO. Um levantamento de dados. Agora vem a OPINIÃO PESSOAL deste que vos escreve na coluna ”Ousando e Atrevendo” do DmD.

O QUE PIOROU?

Em 2017, a média de idade já era um problema. Tanto que foi uma temporada difícil. Apesar de uma conquista de Copa do Brasil jogando no limite do aceitável, em momento algum estivemos na briga pelo título do Brasileirão, justamente pela falta de peças para disputar 2 competições ao mesmo tempo e com todo o desgaste físico envolvido.

Com a vaga na Libertadores garantida e um prêmio superior à R$ 50 milhões em jogo na Copa do Brasil, o planejamento para 2018 deveria ter sido mais bem feito. O elenco ao invés de baixar a média de idade, ficou mais envelhecido. Por exemplo, tínhamos em 2017 o Alisson como opção de velocidade (sem entrar no mérito se era solução ou não) e na falta de um jogador para esta função nesta temporada, o Robinho passou a ser o mais acionado (jogador mais lento e 7 anos mais velho). E isto comprometeu em muitos jogos, nem sempre pelo resultado, mas pelo desempenho geral do time.

O David foi contratado depois de se destacar pelo Vitória-BA, mas NÃO DEVERIA TER SIDO CONTRATADO lesionado (como passou nos exames médicos?), ainda mais depois de liberar o velocista titular. Estamos no meio da temporada e até hoje foram apenas 90 minutos jogados. Vitinho, a melhor promessa desta safra sub-20 e que foi convidado pelo Tite para participar dos treinos de preparação da seleção brasileira, poderia ser essa opção de velocidade nas pontas. Mas diretoria/comissão técnica consideram vender o jogador, ao invés de de dar chances no time principal.

Contratamos bons jogadores, mas que funcionariam melhor em outro contexto, em um elenco mais equilibrado, e não para se encaixarem no elenco remanescente de 2017. Não estou entrando no mérito da qualidade dos reforços, e sim a idade dos mesmos. A prova do meu argumento? Desempenho em campo nos últimos jogos e o DM.

Outro ponto: a base segue sendo sub-utilizada. Será que Nickson, Thonny Anderson, Caio Rangel e Nonoca não poderiam ter jogado ao menos o estadual antes de se decidir que não serviam? Na pior das hipóteses, os principais jogadores teriam menos desgaste físico por conta do excesso de jogos. Num cenário melhor, poderiam se mostrar úteis como bons reservas. Escalar titulares na maioria dos jogos do estadual foi um erro, e as consequências estão aparecendo agora. O Vitinho, que citei acima, também confirma meu ponto.

Os resultados até aqui estão ótimos, mas até quando? Será que o Cruzeiro vai ter bala na agulha para aguentar os 14 jogos em 45 dias após o fim da Copa do Mundo? Muitos destes jogos são eliminatórios pela Libertadores e Copa do Brasil, e alguns são confrontos diretos para brigar pelo título do Brasileirão (leia sobre este tema aqui).

O QUE MELHOROU?

Nem só de críticas vive esta coluna. Tivemos sim algumas evoluções. Por exemplo, a defesa. E a solução estava no nosso quintal, nem precisou buscar fora: Dedé. Apesar dos 29 anos, está voando baixo e forma com Léo uma das zagas mais seguras do Brasil, nem se compara à zaga de 2017, muito superior.

O nosso meio-campo virou outro com Lucas Silva, que além de ter rejuvenescido o setor está sendo uma opção muito superior ao Ariel Cabral. Renovem o contrato deste homem!

Sassá também tem se mostrado uma opção superior ao Rafael Sóbis de 2017, um jogador que ao meu ver está na categoria ”não compromete” e pelo nome, currículo e custo envolvido, sempre esperamos mais, muito mais.

Egídio apesar de ser 7 anos mais velho que Diogo Barbosa, não deixou o nível do setor cair de produção. Muitas assistências até aqui, poucas falhas defensivas e quase nunca se lesiona. Surpreendeu positivamente, melhor que a versão 2013/14 que tivemos por aqui.

O QUE PODE SER FEITO?

Reforços pontuais. Jogadores jovens. Que atendam a principal carência do Cruzeiro, que é a falta de velocidade. Já disse que a preferência são jogadores jovens? Então. Jogadores com menos de 24 anos, para chegar e vestir a farda. Falta o velocista, falta um reserva para o Thiago Neves, se negociarem o Arrascaeta vamos precisar de outro meia. Nada de medalhão e sim JOGADORES JOVENS, temos baixar essa média de idade antes que comprometa, a sequência será pesada.

Concorda comigo?

#VamoQueVamo

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