O REBAIXAMENTO É MORAL

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FOTO: BRUNO HADDAD / CRUZEIRO E.C. / FLICKR OFICIAL

O capítulo 35 do rebaixamento moral do Cruzeiro no campeonato brasileiro veio com requintes de crueldade. Uma derrota por 1 a 0, contra o CSA, em pleno Mineirão. O Cruzeiro poderia sair da zona de rebaixamento com uma vitória, mas não conseguiu, não superou suas próprias dificuldades. Um time sem alma, apático. Sem brio. Que não honra a camisa que veste.

Alterações, escalações, substituições. Nada que Abel Braga faz dá certo. E a tendência é que isso permaneça enquanto a blindagem a determinado jogadores permanecerem. Thiago Neves não é mais jogador para o Cruzeiro, a camisa 10 não pode ser maltratada dessa forma por um jogador desinteressado. É a lógica do “pior que tá não fica”. E não fica mesmo, era hora de mudar radicalmente, colocar a base pra jogar e já começar a pensar em 2020.

Sim, pensar em 2020. Aceitar que o rebaixamento é iminente. E que se, por algum milagre permanecer na série A, a reestruturação precisa ser a mesma de uma possível queda. Como diz o título desse texto, o rebaixamento é moral. É justiça divina, é pagar por escolher e blindar uma diretoria com um presidente omisso e incompetente, por um conselho comprado, composto de várias pessoas sem índole, tudo isso apadrinhado por gente irresponsável, gente que usou o clube e segue usando.

A bola é reflexo. E o que é possível de enxergar no espelho, hoje, é a corrupção, a falcatrua, o jeitinho, o golpe político, o conchavo. E muita gente sem sangue na veia pra expor e apontar os culpados. Muita gente ganhando algo e deixando o Cruzeiro a mercê. A bola pune.

E não adianta pedir por apoio incondicional. Não adianta fazer movimentos e pedir para ídolos relembrarem como essa camisa é gigante e como esse clube é imortal. O que adianta é boa gestão, transparência, gente honesta, competente. O que adianta é fazer o certo, mesmo que isso não leve o clube a títulos, mas ao menos também não irá aparecer nas páginas policiais. O Cruzeiro não é clube de Itair Machado, Sérgio Nonato, Flávio Pena, Fabiano de Oliveira Costa, Leandro Freitas, Amarildo Ribeiro, Valdir Barbosa, Zezé Perrella e tantos outros. O Cruzeiro é o clube do seu povo, da sua torcida fanática. O Cruzeiro deveria ser democracia, não de “pacto” ou de “grande acordo”.

O jogo de hoje não tem pontos positivos.

O jogo de hoje só tem pontos negativos. 

Um adendo para finalizar: não é fugindo das entrevistas e sendo um clube ainda mais fechado e menos transparente. Que tudo no Cruzeiro mude pra 2020. Tudo.

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