FOTO: DIVULGAÇÃO/FERROVIÁRIA
A situação do Cruzeiro não permite contratações de peso, bombásticas e de grife. Nos últimos anos nos acostumamos a jogadores “renomados” chegando a peso de ouro – o que acabou custando nossa saúde financeira – para deleite do torcedor. Essa prática, feita há algum tempo de forma irresponsável e por fim criminosa na última gestão nos deixou extremamente fragilizados. É preciso resgatar uma filosofia adormecida que o clube fez bastante entre os anos 90 e início dos anos 2000: apostar em jogadores jovens de potencial técnico e financeiro.
No bicampeonato brasileiro utilizamos esse método com nomes do perfil de Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, lançados pro mundo após vestirem nossa camisa. Graças ao rendimento que ambos tiveram aqui conseguiram movimentar milhões nos negócios que foram envolvidos posteriormente. Não cabe ao clube fazer loucuras e sim descobrir outros do mesmo perfil. O Cruzeiro sempre foi competitivo e ganhou títulos com os pés no chão. Nos últimos anos fomos mais agressivos, o que culminou no aumento da dívida, mas sempre gastando menos que clubes do eixo. O time de 13/14 custou o mesmo que o Corinthians pagou pelo Alexandre Pato, por exemplo.
Claudinho e até mesmo Guilherme Mendes são apostas interessantes com essa visão de mercado. Com as tecnologias disponíveis hoje é possível garimpar em busca de promessas que antes requeriam muito mais trabalho e em alguns momentos até mesmo “sorte” (casos de Ramires e Marcelo Moreno, por exemplo). São atletas em formação, com margem pra evoluir e podem render não só tecnicamente como também financeiramente. Os últimos dois anos principalmente mostraram que grife nem sempre é sinônimo de qualidade garantida. Vale ter paciência e acreditar. O caminho pra sair desse abismo é árduo, mas sem dúvidas um dos atalhos é justamente se reinventar com práticas que o próprio Cruzeiro fez muito bem em épocas passadas.