Os três atos do Cruzeiro?

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É normal que grandes romances, tanto em livros quanto em filmes, sejam compostos por três atos. Uma narrativa clássica de início, meio e fim. Essa técnica de “contar histórias” segue presente no nosso dia a dia, em diversas situações, inclusive no futebol.  Para exemplificar a situação, vou usar um recorte específico do Cruzeiro que segue em pauta jogo após jogo: a segunda passagem de Mano Menezes pelo Cruzeiro.

Ato 1:

Geralmente, uma introdução dos personagens se faz necessária. Mas vou pular, nesse caso. Vamos focar no fato do nosso personagem principal. Mano Menezes reassumiu o Cruzeiro em 2016, brigando contra mais uma campanha medíocre. Geralmente o primeiro ato nos mostra algum tipo menor de caos e apresenta um problema bem possível de resolver.

E assim se concluiu o primeiro ato. Mano Menezes superou seu desafio e teve sucesso. Se fosse um filme como é Star Wars, poderíamos dizer que Luke resgatou a princesa Leia do perigoso Jabba. Mesmo que, de forma evidente, esse não seja o maior dos desafios, mas ainda é uma vitória.

A história começou aí. (Foto: Pedro Vilela/LightPress)

Ato 2:

Aqui, geralmente, é onde a história se prolonga e a intensidade aumenta. Os verdadeiros desafios aparecem e os problemas ganham notoriedade. É quando ocorre a preparação para a batalha, o plano para a invasão.

Em 2017 Mano Menezes teve todos os recursos necessários para se preparar para a grande batalha que estava por vir. Boas contratações, tempo de planejar e o apoio dos fanáticos com a causa. Com o Cruzeiro, o clímax ainda se deu com a conquista  Copa do Brasil, jogando um futebol questionável mas eficiente. A comparação aqui se dá com Karatê Kid: Daniel San se prepara, mesmo desacreditado, pra lutar. Muito treino e muita força de vontade que o levam à final do torneio!

O clímax foi um misto de sofrimento e felicidade! (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Ato 3:

O ponto crítico. Geralmente, é quando o problema se desenrola. E ao contrário do que geralmente acontece, não há obrigatoriedade de final feliz. Ao menos não todo feliz.

E esse é o momento da história do Cruzeiro hoje: o futebol e Mano Menezes se encontram em pressão absurda. O caminho já foi percorrido e é hora de começar a escrever a parte final. De um lado, se contesta a qualidade e o verdadeiro potencial dos nosso mocinhos. De outro, os caminhos que precisam ser trilhados são bem visíveis e ainda não é uma guerra perdida.

Nós só esperamos que nem tudo vire pó em um estalar de dedos. (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

Como ainda não chegamos ao final e podemos especular, sonhar e criar teorias sobre esse final, seja bom ou ruim, vou usar como exemplo um filme que também não tem fim: o grupo de heróis da Marvel, os Vingadores. A situação não parece boa, ainda estamos surpreendidos pela sensação de que ta “tudo errado”. Mas a gente sabe que tem mais um filme pra concluir esse ato e aguardamos ansiosamente por ele.

Até lá, só nos resta esperar. E torcer!

Foto de capa: Maurício Farias / LightPress

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