Domingo amanhece
minha boca está seca, as mãos estão suadas, a barriga sofre em um estranho frio costumeiro
Essa manhã é mais uma como as outras
Mas jamais vou me acostumar
Hoje é um dia
Em que minha alma não para de gritar
Visto minha farda
Cinco estrelas no peito
O coração bate mais forte
Vou atrás daquilo que sou
Só de aproximar
Meu corpo passa a arrepiar
Escuto o som da bateria
A felicidade me invade
Mastros de bambus
Bandeiras históricas
Determinam nosso território
Mostram nosso orgulho
No interior do gigante
Gargantas e canções não param de ecoar
O cheiro da grama verde
É quem me recebe
O estouro do rojão
A subida do bandeirão
11 mantos sagrados celestes
Parece que em meu peito para o coração
O apito estridente
Faz meu mundo sumir
Agora sou uma nação
Dali, só levarei emoção
O couro riscando o nylon
Por um instante um silêncio me invade
Para uma explosão em êxtase
Esse momento não tem explicação
A bancada de concreto
Parece q vai ruir
O azul estrelado
Tem que viver pra sentir
Essa vida, essa sensação
Herdei de meu pai
Como uma missão
No futuro
Meus filhos irão aprender
Somos eternos
Na arquibancada vamos sempre viver
Pedro Barros Lobato