Para avançar na Sul-Americana, Cruzeiro deve superar histórico ruim contra argentinos em torneios continentais

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O Cruzeiro enfrenta um desafio que envolve seu histórico contra equipes argentinas em jogos eliminatórios para alcançar as quartas de final da Conmebol Sul-Americana, nesta quinta-feira, às 21h30, no Mineirão. A equipe mineira carrega na bagagem memórias de eliminações na Libertadores nas últimas décadas e precisará superar esse “tabu” para conseguir seu objetivo.

No entanto, a Raposa também tem bons motivos para recordar de enfrentamentos contra os argentinos, principalmente durante a década de 90, quando disputou torneios como Mercosul, Supercopa da Libertadores e Recopa. Para avançar no tempo normal, o Cruzeiro precisa de uma vitória por mais de um gol de diferença sobre o Boca. Em caso de vitória por um gol, a decisão irá para os pênaltis.

Desde 1976, o Cruzeiro acumula sete eliminações seguidas para clubes argentinos quando disputou a Copa Libertadores. A única vez que o Cruzeiro superou um time argentino em um mata-mata de Libertadores foi contra o River Plate, na final de 1976, o ano da primeira conquista continental. Naquele tempo, o regulamento não considerava o placar agregado, mas sim uma série “melhor de três”.

No primeiro confronto, no Mineirão, a Raposa venceu com uma goleada de 4 a 1. No segundo jogo, no Monumental, o River Plate devolveu com uma vitória por 2 a 1. O desempate ocorreu no terceiro duelo, realizado no Estádio Nacional de Santiago, no Chile, onde um gol de falta de Joãozinho, aos 43 minutos do segundo tempo, selou a vitória por 3 a 2, tornando-se um símbolo da primeira conquista internacional do clube celeste.

No ano seguinte, em 1977, Na decisão contra o Boca Juniors, cada equipe venceu em casa por 1 a 0, forçando um terceiro jogo. No Estádio Centenário, em Montevidéu, o título foi decidido nos pênaltis após um empate sem gols no tempo normal, com o Boca vencendo por 5 a 4 nas cobranças.

Década de 2000

Na década de 2000, o Boca voltou a ser uma pedra no sapato do Cruzeiro. Em 2008, a Raposa encarou os argentinos nas oitavas de final e foi derrotado nos dois jogos: Perdeu por 2 a 1 na ida e na volta, no Mineirão.

Em 2009, a derrota mais amarga: Na grande final, encarando o Estudiantes em um Mineirão lotado, acabou perdendo de virada por 2 a 1, em grande noite de Verón. Na ida, a Raposa havia empatado de forma heroica por 0 a 0, com grande atuação do goleiro Fábio.

Década de 2011

Nas quartas de final de 2014 e 2015, San Lorenzo e River Plate interromperam o sonho do tricampeonato do Cruzeiro e seguiram até conquistar o título da Copa Libertadores em suas respectivas edições.

O River Plate, em particular, deixou uma marca dolorosa ao impor ao Cruzeiro sua pior derrota como mandante na competição: 3 a 0 no Mineirão. Naquela noite o sentimento foi de pura frustração, já que a equipe celeste havia vencido o jogo de ida por 1 a 0, no Monumental.

Em 2018, o Boca Juniors novamente encerrou a campanha do Cruzeiro na Libertadores, agora nas quartas de final. O time comandado por Mano Menezes foi derrotado por 2 a 0 na Argentina, em um jogo marcado por um erro grave do árbitro paraguaio Eber Aquino, que, após consultar o VAR, expulsou equivocadamente o zagueiro Dedé por uma cabeçada acidental no goleiro Andrada. No jogo de volta, no Mineirão, o Cruzeiro até conseguiu abrir o placar, mas acabou sofrendo o empate nos minutos finais.

Em 2019, o River voltou a ser o “carrasco” da Raposa. O Cruzeiro conseguiu um bom resultado fora de casa, arrancando um empate por 0 a 0. No entanto, a equipe não conseguiu aproveitar a vantagem no Mineirão e acabou eliminada nos pênaltis, perdendo por 4 a 2 após um novo 0 a 0 no tempo regulamentar.

Sul-Americana

Na Conmebol Sul-Americana de 2005, o Cruzeiro foi eliminado nas oitavas de final pelo Vélez Sarsfield. Após perder por 2 a 0 em Buenos Aires, no Estádio José Amalfitani, a equipe mineira venceu por 2 a 1 no Mineirão, mas não conseguiu reverter a desvantagem e acabou sendo eliminada.

A década de 90 marcou boas campanhas do Cruzeiro contra argentinos em torneios como Mercosul, Recopa e Supercopa. Confira como foi o retrospecto:

Mercosul

Em 1998, o Cruzeiro chegou à final da Copa Mercosul, mas terminou como vice-campeão após enfrentar o Palmeiras. Nas fases anteriores, o time mineiro superou o San Lorenzo e o River Plate. Contra o River Plate, venceu os dois jogos das semifinais por 2 a 1 e 2 a 0. Contra o San Lorenzo, venceu por 1 a 0 na Argentina e empatou por 1 a 1 no Mineirão.

Recopa Sul-Americana

A Recopa Sul-Americana de 1998 foi a nona edição do torneio, disputada em dois jogos de ida e volta entre o Cruzeiro, campeão da Copa Libertadores de 1997, e o River Plate, vencedor da Supercopa Libertadores de 1997.

Devido a um desacerto de datas, as partidas da Recopa, originalmente marcadas para abril de 1998, só foram realizadas em 1999 e também valeram pela primeira fase da Copa Mercosul. O Cruzeiro saiu vitorioso em ambas as partidas (2 a 0 na ida e 3 a 0 na volta), conquistando o título.

Supercopa da Libertadores

O Cruzeiro foi bicampeão da Supercopa torneio, que aconteceu de 1988 a 1997, superando dois argentinos: O Riverplate, em 1991 (perdeu por 2 a 0 na ida e venceu por 3 a 0 na volta) e Racing (4 a 0 na ida e 1 a 0 na volta).

Em 1988, na estreia do torneio, perdeu para o Racing (2 a 1 na ida e 1 a 1 na volta) e em 1996, para o Vélez Sarsfield, perdendo por 1 a 0 na ida e 2 a 0 na volta. Em 1990, o time celeste voltou a ser eliminado pelo Racing nas oitavas de final, depois de ganhar por 1 a 0 na ida e perder por 1 a 0 na volta. Os argentinos venceram nos pênaltis por 4 a 2.

Já em 1994, o Cruzeiro passou pelo Estudiantes nas quartas de final (perdeu por 1 a 0 na ida e venceu por 3 a 0 na volta) e caiu para o Independiente na semifinal. A Raposa venceu em casa por 1 a 0, mas acabou sendo goleado na Argentina por 4 a 0.

A Raposa é, ao lado do Independiente-ARG, o maior campeão do torneio com duas conquistas, além de dois vices (Vélez e Racing).

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