PARCERIA COM O IPATINGA: O QUE GANHAMOS?

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Créditos: Halef Silva/Facebook/Reprodução

Ao olhar a imagem da capa, você deve estar se perguntando quem é o jogador ao lado de Marcelo Djian, diretor do Cruzeiro. Sim, sei que é difícil lembrar sem dar um google, mas trata-se de Halef Pitbull. Contratado em 2017, ainda na gestão Gilvan, foi emprestado ao Santa Cruz onde foi vice-artilheiro com nove gols. Sem nenhum motivo aparente, teve seu contrato – que se encerraria em janeiro de 2020 – estendido até janeiro de 2022. Mais inacreditável do que isso, foi ter sido repassado ao Ipatinga para disputar o Módulo II do Mineiro em 2018. Retornou ao Santa Cruz posteriormente e lesionou o joelho, ficando fora de combate até os dias atuais.

Não é segredo que o Ipatinga foi parceiro do Cruzeiro entre 2004 e 2006, na gestão Itair. Agora, no cargo de vice-presidente remunerado de futebol, parece que há uma intenção de se reaproximar com seu antigo clube. Além de Halef, Eurico e Lucão também foram repassados ao clube em 2018. O contrato do Eurico, inclusive, já havia expirado com o Cruzeiro em dezembro de 2017 e com o jogador acertado com o Tupi, retornou a Belo Horizonte para formalizar novo vínculo – até o fim de 2018 – para ser repassado ao Tigre. O Cruzeiro não conseguiu nenhum retorno técnico ou financeiro com essas movimentações. Afinal, qual jogador irá se valorizar disputando a segunda divisão do Mineiro? É pouco provável.

Laércio no Ipatinga: o mesmo erro será repetido? Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro E.C.

Contudo, isso não parece ter sido problema, já que a diretoria está novamente apostando nesse modelo com o jovem Laércio, que veio do Salgueiro-PE para reforçar o Sub-20 do Cruzeiro e, com 20 anos (atingindo idade limite na base) será adquirido por 600 mil reais e repassado ao… Ipatinga. Thonny Anderson foi negociado com o Grêmio 100 mil reais mais barato.  Lógica? Parece não haver. Não vejo problema em contratar uma jovem promessa, o valor é até baixo pensando que o retorno pode ser muito superior se ele tiver destaque. Agora, esperar que isso ocorra com o atleta disputando um torneio tão fraco tecnicamente é quase impossível. Os exemplos estão no próprio texto. Recentemente, o clube chegou ao ponto de acabar com o atletismo, modalidade tão bem sucedida desde os anos 80, visando “corte de gastos”. Se falta dinheiro, não se compra um ativo e o desperdiça dessa forma. Menos mal que essa decisão será revista, como adiantaram os vices Ronaldo Granata e Hermínio Lemos (confira aqui).

O goleiro Elisson, que recentemente perdeu seu filho em uma tragédia sem precedentes, foi procurado pelo Cruzeiro para um novo vínculo até dezembro de 2019, numa atitude louvável. O jogador havia sido anunciado pelo Vila Nova para disputar a Primeira Divisão do Mineiro e também recebeu sondagens de equipes do interior de São Paulo (confira aqui), mas acertou com o Ipatinga.

A parceria pode ter sido útil na década passada, com o clube do interior chegando a conquistar um Mineiro e disputando a Série A do Brasileiro. Porém, más administrações do próprio Itair acabaram por afundar o clube em rebaixamentos sucessivos e dívidas financeiras. Hoje, o Cruzeiro precisa estreitar laços com equipes que estejam em alguma vitrine, não na segundona do Estadual. Isso é jogar dinheiro fora. Não bastaram as péssimas negociações entre Gilvan e Genivaldo no passado, vamos repetir o erro em outra modalidade? Não faz sentido.

Saudações celestes
#MeDibre

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