IMAGEM: REPRODUÇÃO / SPORTV
Seis jogos seguidos sem tomar gols, ganhando a confiança do torcedor jogo após jogo e com muito respeito à história do Cruzeiro. Rafael Cabral, atual dono da camisa 1 do gol celeste, participou na noite desta segunda-feira (24) do programa Bem, Amigos! do canal SporTV. Durante o papo, Rafael comentou sobre sua adaptação, a escolha pelo Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno como chefe e o papel de Pezzolano na equipe.
O goleiro começou deixando claro sua visão sobre a saída do goleiro e ídolo do clube Fábio, jogador com maior número de partidas na história do Cruzeiro. Rafael, como sempre faz quando é questionado, ressaltou que não tem a pretensão de substituir o ídolo do clube, mas sim de construir sua própria história.
“Sinceramente, eu sabia da pressão. A minha posição é de pressão. Todo mundo falava (em 2011) que o Rafael era muito novo, era melhor contratar um goleiro mais experiente. A pressão é normal. Todo gol que toma tem um pouco de questionamento. Eu não assustei, sabia que teria um vínculo, mas o Fábio ter saído não foi culpa minha. Eu só me sinto honrado de ter sido escolhido de jogar após o maior ídolo da história do clube.”
Questionado sobre sua escolha de voltar ao Brasil, especificamente para o clube que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro, Cabral disse que não foi uma escolha fácil e revelou que havia propostas até de outros times, tanto na Europa quanto na Série A, mas que o projeto o convenceu.
“Não foi uma decisão fácil. Não pela grandeza do clube, mas por aquilo que eu esperava pra carreira. Voltei com 31, jovem ainda pra goleiro. E eu tinha e tenho mercado na Europa, tinha outros clubes que tinham interesse, até da Série A do Brasil. E eu não tinha interesse em voltar pro Brasil. Mas após as conversas, as negociações… balançou comigo. Eu sou cara movido a desafios e eu me senti honrado de ser escolhido. Uma oportunidade de fazer parte da reconstrução, do momento do clube e eu quero viver coisas grandes assim. Eu vim com esse objetivo, acreditando no projeto. E estamos falando do clube brasileiro que foi considerado o maior do século XX.”
O goleiro foi um dos pedidos de Ronaldo ao seu departamento de futebol. Sua contratação foi vista como primordial para a proposta de futebol que o atual proprietário do Cruzeiro quer implementar. Rafael comentou sobre a estrutura do clube e como é lidar diretamente com o Fenômeno.
“Eu voltei pro Brasil e parece que estou na Europa. Em questão de organização. O que é você ter um dono, um presidente, as decisões não são tomadas por política, são estudadas, tem um grupo que faz um trabalho. O Cruzeiro está cheio de grandes profissionais. O clube está muito organizado mesmo. Em relação ao Ronaldo, é um fenômeno, não só como jogador, como pessoa. Ele é um cara inacreditável. Ele entra no vestiário e fica todo mundo bobo, só selfie (risos).”
Ainda no aspecto de ter Ronaldo como dono e da mudança que um clube passa após se transformar em um clube empresa, ou SAF, como foi o caso do Cruzeiro, Rafael comentou sobre a forma que a gestão é feita e o profissionalismo das decisões tomadas, revelando que hoje o Cruzeiro não só paga os salários rigorosamente, mas também de forma adiantada.
“A gestão é completamente diferente. Questões de salários atrasados, promessas não serem cumpridas, premiações, várias coisas assim que tem no futebol. Decisões que vão pela política. Pra sair do Reading eu tive que negociar minha saída, pela boa relação que eu tinha, conversei, eles me pagaram rigorosamente até o último dia. O Cruzeiro, toda essa dívida e problemas, eles têm pago o salário antecipado para a gente. Tudo por gestão, uma boa gestão.”
Outro tópico da conversa foi o técnico Paulo Pezzolano. Entendido como fundamental para o sucesso desportivo que o clube vem tendo atualmente – o Cruzeiro lidera a Série B com 19 pontos, após 8 rodadas – Rafael brincou, na mesma sintonia que a torcida vem fazendo, criticando o técnico como uma forma de “esconder” o trabalho dele para outros possíveis interessados.
“Sendo bem sincero. Ele é fraco. Não entende nada. Ninguém entende o que ele fala. (risos). Essa é uma sacada que os torcedores do Cruzeiro tem feito nas redes sociais, de criticá-lo, para tirar o foco dele, com medo de perdê-lo. Mas, brincadeiras a parte, é jovem, como pessoa e como treinador um cara que sabe administrar bem o grupo. Todas as contratações deram certo, então tem a mão do treinador. O trabalho que o Pezzolano tem feito, pra todo mundo tem sido excelente. É um cara que enxerga futebol com mentalidade vencedora. Nosso time tem ideia de jogo, tem posse de bola, que joga, que vai pra cima, que desfruta do jogo. A gente se diverte.”
Pelo Cruzeiro, Rafael completou 23 jogos, se consolidando como o goleiro titular de Paulo Pezzolano e uma das referências de um sistema defensivo que vem ganhando cada vez mais elogios da crítica especializada e dos torcedores.
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