O diretor de futebol do Cruzeiro, Pedro Martins, concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira na Toca da Raposa II e tratou sobre diversos assuntos em relação ao clube, fazendo um balanço sobre o início de temporada, a atuação do clube no mercado, as pretensões de reforços futuros, eliminação na Copa do Brasil e mais.
O principal assunto abordado foi a renovação de Matheus Pereira. Emprestado pelo Al Hilal até o meio do ano, o Cruzeiro precisa desembolsar um valor de R$ 60 milhões para garantir o atleta por mais tempo. Martins mostrou-se confiante para conseguir um acerto:
“A gente vem conversando bastante. A vinda do Matheus foi complexa porque envolvia a construção com o Al Hilal, seu staff e o próprio atleta e agora acontece da mesma forma. Estamos conversando bastante com o Al Hilal, atleta e seu staff. Além da complexidade que envolve uma compra dessas, também envolve muito a vontade do jogador querer estar aqui, fazer esforços para que essa transferência possa ocorrer. São várias conversas e acredito que estamos evoluindo bem. Não dá pra cravar nada ainda porque envolve possibilidade de condições de pagamento, acerto de contrato com o jogador, mas vejo que há boa vontade de todos os lados para ser concretizado.”
Confira outros pontos importantes da coletiva
Se ainda chegará um reforço para o ataque
“A gente quer fazer com que a equipe evolua não só através da chegada de novos jogadores. Estamos vendo o comportamento da equipe ao longo do Mineiro, como ela está respondendo ao trabalho do Larcamón. Tivemos a chegada de vários atletas que estão se adaptando ao modelo. Quando falamos de aumentar o nível do elenco envolve investimento e fazer da melhor maneira possível é preciso ser assertivo, escolher o melhor jogador para que ele suba o nível do que aqui está. Conseguimos fazer movimentos importantes e esse atacante ou essa possibilidade ofensiva que ainda não está clara onde vai atuar, faremos da melhor maneira, sem pressa, fazendo uma escolha correta. Não vamos trazer por trazer, preferíamos avaliar o mercado, se não nessa janela, em junho, mas sem acelerar etapas.”
Modelo de contratações por empréstimo com opção de compra e permanência de João Marcelo:
“Nosso objetivo nesses tipos de empréstimo é para conseguir avaliar o desempenho do atleta aqui dentro, e também não deixa de ser uma ferramenta para quem não tem a capacidade de investimento imediato. Perante as limitações orçamentárias do clube, preferimos trazer o jogador emprestado, ver se vai se adaptar a nossa rotina e forma de atuar, e no momento de fazer essa aquisição podemos sentar com o clube e jogador e construir da melhor maneira possível. Não é porque tem um valor estipulado na opção que o clube precisa executar a opção. Negociar faz parte do jogo, e assim estamos avaliando todos os casos, assim como do João Marcelo, estamos muito felizes com seu progresso. É uma decisão que irá ocorrer no meio do ano e o clube está se preparando para caso seja necessário executar as opções de compra, a gente se estruture para que não quebremos o clube. Queremos manter o clube sustentável, para que a evolução do elenco aconteça de ano a ano. Acredito que os jogadores que vieram por empréstimo em grande maioria vão querer permanecer e isso conta muito na negociação.”
Planos para o atacante João Pedro, afastado por indisciplina:
“Todos os jogadores que sobem da base, e aí não só falando do João, mas o Fernando, Ian, Japa, Kaiki, a gente procura entender qual o processo de adaptação desse menino a primeira equipe do Cruzeiro. Jogar no Cruzeiro exige uma responsabilidade grande, não só pelo que se faz dentro como fora de campo. Quando o jogador tem potencial, a gente entende que precisamos fazer esforços e se dedicar para que eles sejam bem formados. E ser bem formado significa voltar ao Sub-20, emprestá-lo para que ele amadureça e depois retorne. A gente emprestou alguns jogadores que acreditamos ter potencial futuro. O caso do João estamos avaliando, porque jogador para se desenvolver precisa estar jogando e é assim que vamos formar os atletas dentro do clube. Uma coisa inegociável no clube é a equipe. Ninguém se coloca acima do Cruzeiro e isso a gente não vai abrir mão.”
Renovação de Marlon:
“Todas as renovações de contrato que vamos fazendo, jogadores que trazemos e construímos a permanência, e aí são alguns como Marlon, William, Rafael Cabral, diversas histórias construídas ao longo desse período de SAF. A gente entende que esses atletas renderam não só em campo, mas também entenderam o que é o Cruzeiro fora. Pra nós é fundamental. Quando falamos em construir um elenco vencedor, vamos identificando atletas que entendem o projeto. Não basta render só dentro de campo, queremos jogadores que vistam a camisa, entendam os valores do clube. Renovações como a do Marlon são importantes porque demarcam um caminho para quem quer permanecer no clube. São jogadores que agora tem uma responsabilidade cada vez maior de estabelecer regras no grupo, que tipo de atleta pode ficar no Cruzeiro. A responsabilidade aumenta cada vez mais quando renovam.”
Atuação do clube no mercado Sul-Americano:
“Quando falamos de olhar o mercado Sul-Americano, o clube já vem estudando bastante o comportamento de janelas. Tem algumas como essa da MLS que nos deu algumas oportunidades, e também estamos avaliando janelas de outros mercados para atuar em julho. Isso significa um posicionamento para o clube aumentar o nível do seu elenco, a capacidade de investimento, e a gente vê o clube progredindo como projeto assim. A partir que vamos conseguindo se livrar das dívidas, aumentar a capacidade de respeita, naturalmente vamos posicionar o Cruzeiro e ser competitivos em ligas cada vez mais fortes com jogadores que aumentem o nível do nosso grupo.”
Eliminação na primeira fase da Copa do Brasil:
“Independente de campo, estádio, condição climática, um clube como o Cruzeiro não pode cair fora na primeira fase da Copa do Brasil. Não com a história que temos dentro da competição e pelo elenco que estamos montando. Isso depois do jogo e durante os dias seguintes, ficou claro para o grupo que esse jogo deve servir como uma cicatriz. Temos que lembrar o que deixamos de fazer naquela partida toda semana. Se temos que levar alguma coisa é o aprendizado. Com o perfil de atletas e pessoas que temos aqui esse aprendizado foi rápido, mas nunca podemos esquecer o que fez com que a gente fosse eliminado na primeira fase. Pra isso que servem as cicatrizes, é para se lembrar. O aspecto financeiro o clube tenta se reorganizar para não ter impacto no dia a dia, mas inegável que cair na primeira fase tem um impacto em toda estrutura.”