FOTOS: THOMÁS SANTOS/ STAFF IMAGES/ CRUZEIRO
O Cruzeiro não vencia um jogo de Série A desde a 29ª rodada do Brasileirão de 2019, ano do rebaixamento. Após 1.269 dias (3 anos e 5 meses), a Raposa finalmente voltou a vencer pelo Brasileiro. Em coletiva após a vitória sobre o Grêmio, no Independência, o técnico Pepa destacou o apoio do torcedor desde o momento que saíram da Toca até o fim do jogo:
“É arrepiante. Desde que saímos da Toca até o Independência sentimos um apoio no percurso, na chegada, no aquecimento e durante o jogo todo. Agora cabe a nós puxar pela torcida, não vale a pena fazer um bicho de sete cabeças desse estádio. Se tivermos que jogar onde for sempre teremos a torcida ao nosso lado e temos que ser nós a puxar por eles.”
O treinador também destacou o grande jogo da equipe diante do Grêmio, valorizando a entrega dos jogadores e reforçando que já mereciam uma vitória. Foram 20 finalizações da Raposa (6 no alvo) contra 11 do Grêmio:
“Fizemos um grande jogo, a minha felicidade vai toda para os jogadores que já mereciam uma vitória como essa. Tivemos de tudo, tivemos sofrimento no fim. Percebo esse sofrimento, agarramos a vantagem e acabamos permitir que o Grêmio tivesse mais a bola. Tivemos 20 finalizações, muito volume ofensivo, muitas oportunidades. O Gabriel (Grando) foi pra mim um dos melhores em campo, o goleiro do Grêmio. Teve muita intensidade da nossa parte, qualidade no último terço. A torcida foi impressionante, a primeira vez que senti isso é arrepiante. Não vamos ganhar sempre, mas precisamos ter sempre essa atitude dentro de campo.”
O próximo duelo da Raposa será contra o Náutico, no Independência, pela terceira fase da Copa do Brasil, na próxima terça-feira (26). O treinador já projetou o duelo, que o time precisa vencer por pelo menos dois gols de diferença e ratificou a ambição na Copa do Brasil:
“O foco é no jogo de terça-feira, que é mata-mata. Estamos a perder, mas temos muitas ambições na Copa e nosso foco está no Náutico. Não diria que é só confiança, mas acho que tivemos muito respeito pelo Corinthians no primeiro tempo e no segundo quando estávamos melhor tomamos o gol. É perceber que todas as equipes farão jogos intensos, de qualidade. Nós fomos superiores, não pode ficar essa imagem dos últimos 20 minutos, mas é normal. Quem está dentro de campo se agarrou no resultado, o grupo soube sofrer e é preciso ter uma equipe com muita raça durante os noventa minutos.”
Confira outros pontos da entrevista:
Aproveitar melhor as chances
“Nós criamos muitas chances, o Gabriel foi um dos melhores em campo. Não está tudo bem com vitória nem tudo mal com derrota para o Corinthians. Fomos superiores, tivemos mais volume ofensivo, oportunidades e escanteios, mais um gol de bola parada que é sinônimo de muito trabalho e dedicação dos jogadores. Não vamos conseguir marcar em todas as oportunidades, mas chegamos lá com muito volume, muitos jogadores no último terço e os gols vão surgir com naturalidade. Gilberto teve várias oportunidades, Vital teve, esse é o principal, muito trabalho. O resto vai acontecer com naturalidade.”
Transformar essa vitória em confiança:
“Estamos a criar, jogar bem, ser protagonistas, queremos ter a bola e mandar no jogo. Essa confiança vem com o trabalho, se ficar esperando ganhar um jogo para ter confiança ficaríamos sentados até cair do céu. Veio com trabalho, isso que dá confiança.”
Planos para Henrique Dourado, novo reforço celeste e o atacante Juan Christian:
“Sobre o plantel, durmo absolutamente descansado. A confiança é 100% no elenco. O Henrique foi um pedido, algo que já tínhamos analisado há muito tempo, precisávamos de um centroavante e ele está com muita fome, trabalhando no limite, sabemos até onde podemos ir para que ele esteja em condições mínimas e não tenho dúvidas que será mais um para ajudar. O Juan tem trabalhado bem, é um jogador com muita disponibilidade, proativo nos treinos. Estou 100% confiante no elenco.”
Momento sem gols de Gilberto e aspecto psicológico:
“Não me incomoda. Se ele não trabalhasse e não desse a vida dentro de campo, não só incomodava como também não jogaria. Ele dá a vida dentro de campo, é natural (jejum de gols). Eu fui centroavante, nunca na vida podemos passar essa ansiedade aos jogadores. Com naturalidade a qualquer momento, a bola vai entrar. Ele trabalha muito.”
Opção por Ramiro:
“A confiança é total em todos. Ramiro é muito experiente, tem muita experiência em Série A. Há coisas que o Ramiro faz sem bola que passa despercebido. Não podemos ter jogadores só para tocar violino, temos que ter jogadores que saibam carregar o piano. Não gosto muito de falar em questões individuais, mas o Ramiro fez um grande jogo e aqui é a necessidade de usar todo o elenco.