FOTO: STAFF IMAGES / FLICKR / CRUZEIRO
Após o empate em 1 a 1 contra o Grêmio, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, o técnico Pepa, em sua coletiva pós-jogo, fez a análise da partida em que sua equipe dominou boa parte, mas por conta de erros de finalização, não conseguiu sair com a vitória.
Pepa ressaltou o comprometimento e a entrega dos atletas, que mesmo jogando fora de casa, conseguiram ser superiores ao adversário na maioria do tempo. Ainda que prefira falar sobre o bom jogo do Cruzeiro, o técnico português não nega que fica a sensação de que o resultado poderia ter sido melhor.
“Foi um jogo muito intenso. Foi um grande jogo. É muito difícil jogar aqui, por tudo. Eu tenho que realçar a atitude, a personalidade, a forma como entramos em campo. Se nós tivéssemos ganho o jogo, os elogios iam todos pros jogadores. Mas, mesmo não ganhando, tem que ser elogiados. Criamos muitas oportunidades com uma organização muito boa. Bloqueamos o jogo interior que o Grêmio tem, muita qualidade do Grêmio. Nesse aspecto estávamos fazendo um jogo muito bom. Mesmo na segunda parte, o Grêmio sem grande oportunidades… mas depois do gol é normal, jogando em casa, cresceram nos últimos 5, 10 minutos e não tem a ver com recuar ou não, é mérito do Grêmio. Todo o resto tem que enaltecer a atitude, qualidade, caráter, personalidade dos jogadores. Queríamos ganhar o jogo, fizemos por isso, tivemos oportunidades para isso, não conseguimos. Duas equipes muito fortes. Mas minha cabeça já está no Cuiabá, na segunda-feira. Acredito que na volta será mais um grande jogo, mas vamos sentir o apoio da nossa torcida. Hoje, com alguns torcedores, tivemos muita personalidade dentro de campo.”
“Fica (a sensação de que poderia ser um resultado melhor). Sobre isso, até falei agora com todos que não quero ambiente de derrota e ambiente pesado, longe disso. Porque estamos com esse sentimento? Porque queremos ganhar, ganhar sempre. Mas vamos empatar, perder e isso faz parte da vida. E no futebol, a justiça é marcar mais que o adversário. Se separarmos de separar o placar daquilo que o jogo foi, eu arrisco a dizer que tivemos mais oportunidades, muito sóbrios no jogo. Não conseguimos dilatar, fazer o segundo gol. É agarrarmos aquilo que fizemos, a forma corajosa e com personalidade que tivemos nos 90 minutos. Mesmo nesses últimos minutos do acréscimo, conseguimos ter bola, respirar com a bola e sempre com os olhos no gol.”
Pepa também fez uma análise rápida e elogiou muito a equipe do tricolor gaúcho, comandada por Renato Gaúcho:
“Acima de tudo analisamos o Grêmio pelo jogo anterior. Em relação ao que o Renato falou ou não falou, não vou comentar. O que eu vi foi um Grêmio com muita qualidade individual, é uma grande equipe, é muito difícil jogar aqui. E o que nós fizemos tem que ser valorizado. O jogo é isso, dinâmica, intensidade e parte emotiva.”
Autor do gol do Cruzeiro – um golaço, diga-se – o artilheiro da equipe na temporada, Bruno Rodrigues, também perdeu um lance inacreditável após driblar o goleiro do Grêmio e ficar com o gol aberto para empurrar a bola. Bruno escolheu tentar driblar o zagueiro adversário e acabou desperdiçando a melhor chance da partida. Pepa preferiu ressaltar a boa partida do camisa 9.
“Com confiança. Aquilo saiu daquela forma, foi natural. É apoiar, apoiar, apoiar. Eu não gosto de falar de falhas… a forma como ele abriu o espaço, como foi servido, como conseguiu enganar o goleiro adversário, tem muito mérito. Tentou travar pra dentro… mas isso faz parte. Prefiro valorizar o jogo que ele fez, o golaço que ele fez e o volume ofensivo que nós criamos por ele, pelo Wesley, pelo Gilberto, pelos meias, por fora. Wallisson também, enquanto esteve em campo, foi importante nos duelos. Nesse aspecto, cumprimos de uma forma muito boa. Uns falham, outros marcam e em pequenos espaços acontecem as oportunidades de gol.”
Agora o Cruzeiro terá quatro dias de folga até o próximo confronto, contra o Cuiabá, pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo, que deverá acontecer na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Pepa também falou sobre esse período um pouco maior de descanso e treinamentos:
“Mais do que pensar no Flamengo, é pensar no Cuiabá. É casca grossa toda hora. Esses quatro dias e jogar no quinto, deixa-nos satisfeitos. É normal, é muito jogo, muita intensidade. E nem estamos na Libertadores, nem na Sul-Americana. Eu não posso me queixar. Temos que olhar pra nós e percebermos. Nós, antes de viajarmos, preparamos vários jogadores pra iniciar e só hoje é que conseguimos perceber com os departamentos quem é que estava em condições de iniciar. Isso é conhecimento também. Porque o futebol é tão intenso que temos que estarmos em nosso melhor. Nós estando bem fisicamente e bem emocionalmente, somos uma equipe bem competitiva.”