
FOTO: CRIS MATOS / STAFF IMAGES / CRUZEIRO E.C.
O Cruzeiro conheceu sua terceira derrota no Campeonato Brasileiro, a segunda como mandante, em duelo considerado “direto” na tabela se analisarmos a perspectiva da diretoria em relação ao posicionamento ambicionado na competição. O técnico Pepa falou após a derrota e reconheceu que o gramado foi um dificultador, mas evitou utilizar “desculpas, apontondo a falta de paciência e a boa marcação do Cuiabá como determinantes para o revés:
“Tanto o Gilberto quanto o Wallison tiveram um desgaste grande no jogo passado. Foi um trabalho tremendo e um desgaste grande, hoje sabíamos que o Cuiabá estaria com uma linha mais baixa e precisávamos de outras características de jogadores que com bola tenham outra capacidade técnica e uma presença mais física na área. Tivemos dificuldades, falta de paciência nos duelos, não fomos melhores que o Cuiabá e tivemos muita dificuldades com o gramado. Isso não é desculpa, mas nessa situação fica melhor para quem está a defender. Temos que ter mais calma para decidir melhor as nossas jogadas.
Pepa seguiu descrevendo a superioridade do Cuiabá atuando de forma mais recuada e com uma linha baixa, dificultando a ultrapassagem dos laterais. O treinador destacou que desde o aquecimento o time sentiu que teria uma dificuldade técnica em controlar a bola devido as condições adversas do gramado da Arena do Jacaré. Deste modo, o técnico ressaltou que tal dificuldade diante de um adversário mais fechado é um desafio a mais para o time e pra ele:
Dá pra elogiar na atitude. Corremos, trabalhamos, mas não conseguimos. Temos que olhar acima de tudo para aquilo que não conseguimos fazer. Já enumerei várias situações. Não é desculpa nenhuma, é o que é. O Cuiabá defensivamente foi superior a nós, nos duelos individuais foram superiores. A nós faltou ter mais paciência com bola, e sentimos desde o aquecimento que teríamos muita dificuldade técnica em controlar. E quando encontramos uma equipe em linha baixa, é um desafio pra mim e pra nós. Temos que ter capacidade de desmontar melhor esse tipo de contexto. A partir que o Cuiabá marcou primeiro, ficou ainda mais compacto, mais baixo e isso é normal. Nós que temos que ter capacidade de desmontar melhor essas situações.
Questionado sobre a utilização de Gilberto e Henrique Dourado juntos, esquema que o treinador ainda não havia utilizado, Pepa comentou que são situações e dinâmicas do jogo. Destacou que o time não poderia entrar em desespero e deveria manter os dois centroavantes mais próximos, alargando o campo diante de um time mais compacto e em bloco baixo:
“São situações e dinâmicas de jogo. O Gilberto era muito mais importante próximo do Dourado e o Bruno ocupando aquela zona e precisávamos de presença na área. Quando tivemos o Gilberto mais próximo do Dourado, tivemos uma situação na cara do goleiro. Não podemos entrar em desespero, temos que manter nossos centroavantes mais próximos um do outro e abrir mais o campo porque teríamos uma equipe mais baixa e compacta, e aí temos que ter a cabeça fria para abrir mais o campo com bola e mais presença na área”, concluiu.
O comandante também não evitou abordar sobre a situação itinerante que o clube vem passando atuando como mandante. Até o momento no Brasileiro, a equipe atuará em quatro estádios diferentes: Independência, Mineirão, Arena do Jacaré e Uberlândia, no clássico diante do Atlético-MG pela nona rodada:
“Falar sobre isso depois de uma derrota parece que estou me agarrando a essa situação. Poderíamos jogar a mil km, sempre teremos o apoio da torcida. Há coisas que não vale a pena fugir, nós sentimos desde o aquecimento que estava difícil. A bola saltava muito. Nós quando dominávamos uma bola perdíamos um segundo, isso é tempo para pressionar, organizar, baixar. Sentimos essa dificuldade. Mesmo assim, temos que conseguir mais e melhor. Prefiro me agarrar aquilo que temos que fazer do que buscar situações que não justificam tudo. Mas não adianta fugir, é uma realidade. Independente de onde for, temos que fazer dentro de campo, mas sentimos essa dificuldade.”
O Cruzeiro agora se prepara para uma maratona fora de Belo Horizonte pelo Campeonato Brasileiro enquanto terá nesse meio a Copa do Brasil. No sábado, o time viaja para o Rio de Janeiro onde enfrentará o Flamengo, no Maracanã, às 18h30. Na quarta-feira, a equipe joga o duelo da volta contra o Grêmio, pelas oitavas de final de Copa do Brasil. Três dias depois, terá o clássico contra o Atlético-MG em Uberlândia. Uma semana depois, encara o Bahia, na Fonte Nova.