Pepa faz análise da eliminação, fala sobre opções, substituições, condição física e já projeta clássico

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FOTO: STAFF IMAGES / FLICKR / CRUZEIRO

A derrota do Cruzeiro por 1 a 0 para o Grêmio, em pleno Mineirão, mostrou ao torcedor um técnico Pepa bastante confiante e bem seguro do que sua equipe ainda pode apresentar nesta temporada. Ressaltando a frustração pela eliminação, Pepa também deixou claro que entende que seu time segue no caminho certo nesta temporada.

Em sua coletiva pós jogo, o português fez a sua análise da partida, falou sobre as suas opções iniciais, comentou a ausência de Bruno Rodrigues entre os titulares, substituições no decorrer do jogo, problemas de eficiência do ataque e até sobre a condição do gramado do Mineirão. 

O técnico também já falou sobre o duelo contra o Atlético, no clássico da próxima rodada da Série A do Brasileiro, projetando a importância de buscar uma vitória em Uberlândia, que será o palco da equipe. 

Confira a coletiva do técnico Pepa na íntegra:

Análise da eliminação

“O sentimento é de frustração enorme. Nós fizemos tudo. Com todo respeito pelo Grêmio e por todas as equipes. Fomos melhor lá e fomos melhor aqui. Mas o futebol é isso mesmo, a justiça é no placar, bola na rede. E nós não fomos competentes. Bola em cima da linha, bola no travessão… encontramos os caminhos, eliminamos bem a primeira linha de pressão do Grêmio. Faltou também algumas situações pra atrair mais e depois ligar por dentro, mas mesmo assim conseguimos ter muito volume. Portanto, aqui, sinceramente… parece estranho dizer isso, mas dar os parabéns aos jogadores por tudo que fizeram. Nem sempre na melhor execução, nas melhores decisões, mas pra haver justiça no futebol hoje, o Cruzeiro tinha ganho. Mas o futebol é isso, há momentos e há jogos que somos superiores… os números comprovam isso, devem ser os jogos em que mais escanteios tivemos, mais chutes tivemos, por isso é que está essa frustração enorme. Queríamos oferecer pra torcida e pra nós, não é a toa que somos o rei (de Copas), mas… é seguir em frente. Pegar as coisas boas que fizemos hoje e foram muitas, e pequenos detalhes que marcam a diferença e hoje fomos castigados. Futebol é assim mesmo.”

Condição física dos atletas

“A questão fisiológica está boa. Tanto é que dominamos o jogo. Alguns jogadores, em termos individuais, temos que gerir, por exemplo o Bruno (Rodrigues). Foi preciso gerir e tomar uma decisão. Um grande espírito de sacrifício do Bruno, tivemos até as últimas horas, o departamento médico fez um trabalho fantástico. É recuperá-lo. A decisão era 45 minutos no primeiro tempo ou 45 minutos no segundo tempo. E no segundo é quando se decide as coisas. A questão física está boa, não há jogo nenhum que nós vamos abaixo, temos uma queda física, nenhum. E quando isso acontece de forma individual, temos opções pra entrar.”

“Essa questão do (elenco) curto, é em parte de quantidade por aquilo que aconteceu. Não em termos de qualidade, nunca vou me queixar das opções que temos. Pelo contrário. Agora, é verdade, tem nos acontecido várias coisas, foi o Ramiro, foi o Bilu, o Richard, o Vital algum tempo. Mas isso são situações que acontecem, acima de tudo é confiar no grupo todo e confiamos. A resposta tem sido dada, tem sido boa. Tirando o resultado, tudo fizemos pra ganhar e merecíamos. Mas é futebol.”

Displicência em momentos do jogo

“Eu não vejo displicência. Vejo algumas más decisões, isso eu concordo. Em termos técnicos, por a bola lá dentro, servir melhor o colega, na fase de construção perdemos ali uma bola ou outra. Mas temos que perceber a dificuldade que o gramdo não ajuda, mas isso não serve de desculpa pra nada. Tanto é que criamos o que criamos. Fomos infelizes ali em duas ou três saídas, onde demoramos a dominar a bola, pra servir melhor o colega. Agora fomos penalizados com uma situação ou outra e no futebol paga-se muito caro. É esse sentimento que fica, uma frustração enorme, de termos sidos superiores, mas o Grêmio é que passou.  O que podemos tirar disso? Eliminação é claro, mas uma equipe com muito caráter e muita personalidade. Frustrado, mas orgulhoso do que fizerma dentro de campo.”

Minimizar o erro e eficiência do ataque

“Isso são as ondas. As ondas vão batendo na pedra até virar areia. Eu acho que temos que criar muitas vezes, temos que criar muito volume. No Red Bull fizemos 3 gols, no último jogo (Flamengo), primeiro arremate e gol. Se nós não criássemos, se não tivéssemos volumes ofensivos, diria aqui que estou preocupado. É uma questão de momento, de felicidade, de tranquilidade no momento do último passe, do arremate. O que que eu posso dizer? É trabalho, claro que é trabalho. Mas tem coisa que não é só o volume do trabalho. É uma questão de colocar a bola dentro do gol. Eu vejo o Cruzeiro criar muita dificuldade pro adversário. Mas esse detalhe faz a diferença no placar. É continuar com confiança com tudo e todos.”

Condições do gramado do Mineirão

“(o que influenciou o gramado?) Nada. O gramado é pras duas equipes. Nada. Em termos técnicos, a bola ressalta mais, é verdade. Mas é pra um lado e é pro outro. Criamos mais oportunidades hoje do que contra o Cuiabá. O gramado nunca vai servir de desculpa… agora, não vou dizer que o gramado estava bom, não está.”

Saída de Wallisson e permanência de Dourado

“Wallisson deu o berro. Pura e simplesmente, só saiu por isso. E podíamos ter feito várias situações, poderia ter entrado o Dani (Jr.), mas a opção com o volume ofensivo que estávamos a ter, a opção foi colocar dois centroavantes. Wallisson tem essa característica: ele entrega tudo. Com o tempo, com os minutos, com os jogos, vai aprendendo, mesmo em termos fisiológicos, vai tendo cada vez mais capacidade de aguentar os jogos, portanto foi mesmo uma questão física e alterarmos porque estávamos com muito volume ofensivo e continuamos.”

Eficiência do ataque e reforços para o elenco

“A minha confiança é total no Gilberto e no Dourado. Eles não são os responsáveis só pelos gols, é a equipe toda. Eu vou ser repetitivo, mas se nós não criássemos, eu estava preocupado. Há pouco a fazer, é continuar com essa dinâmica. É melhorar nesse último terço, mas a confiança é total e até a abertura do mercado é o foco no grupo que temos.”

Clássico contra o Atlético em Uberlândia

“O estádio como mandante, não há nada a fazer. É o que é. Preferíamos jogar aqui, mas é o que é. O mental é confiança total. É fazermos o que fizemos hoje. Da mesma forma como nós ganhamos não está tudo bem, quando nós perdemos não está tudo mal, é seguirmos o nosso caminho. Vamos ter um grande clássico já no sábado. É descansar e já viajar. Seja o Atlético ou seja quem for. Não são só 3 pontos, são os 3 pontos. É um clássico, o maior rival, mas não vamos fugir em nada do que trabalhamos e do nosso processo.”

Bruno Rodrigues no clássico?

“Em relação ao Bruno e a todos, é muito prematuro. Vamos ter tempo para avaliar e perceber com o departamento médico a condição física dos jogadores. Em relação ao jogo, vale muito pra nós. Assim como o América, estava atravessado aqui (na garganta). E nós temos que carregar isso para dentro de campo, temos que levar essa gana da torcida pra dentro de campo. Pra nós, é como se fosse uma final.”

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