FOTO: STAFF IMAGES / CRUZEIRO E.C.
Depois de dois jogos atuando fora de Belo Horizonte, o Cruzeiro voltou a jogar como mandante e recebeu o Coritiba, no Independência, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. A equipe não conseguiu controlar o jogo, e novamente viu seu ataque falhar em criar oportunidades e concluir em gol. Wesley e Vital perderam as melhores chances, enquanto Rafael Cabral foi fundamental para evitar a derrota da equipe.
O técnico Pepa falou sobre o empate na entrevista coletiva e lamentou, principalmente, a parte coletiva e a ansiedade em querer definir as jogadas de qualquer jeito. O técnico comentou que logo nos primeiros dez minutos sentiu que o time poderia ter problemas. Apesar de ter mais posse de bola, o Cruzeiro não conseguia agredir o Coxa.
Confira os principais pontos da entrevista:
“Foi um jogo ruim da nossa parte. Mal começou o jogo e fiquei preocupado logo de início. Costumamos ser agressivo em casa e fora, é nossa marca. E quando até os 10 minutos começamos a perder duelos, dar espaços, comecei a perceber que poderíamos ter um dia ruim. Depois conseguimos ter a bola, mas faltou agredir, fazer mais movimentos. A segunda parte foi muito mal pra nós. Quisemos resolver muito no individual, mas somos uma equipe coletiva com e sem bola. Quem esteve acima da média foi o Rafael (Cabral), todo resto esteve abaixo, inclusive eu.”
O que faltou por parte da equipe no jogo:
“Teve duas coisas muito importantes que nesse jogo não tivemos e não nos deu tranquilidade com bola que é o normal: o jogo coletivo e mais energia para agredir o adversário. Quem toca de pé em pé, tem a bola, o gramado alto, sabemos, mas temos que ter acelerar mais o jogo, procurar a profundidade, variar o lado de jogo mais rápido. O Coritiba estava bem organizado, todos atrás da linha da bola e bem, só que o próprio balanço defensivo deles foi muito tranquilo, pois estávamos a circular a bola, temos que ser mais verticais, nos faltou nisso. Mesmo que faça um mal passe, mas temos que colocar em sentido mais a equipe adversário. Se não variarmos mais o jogo fica confortável pra quem defende, depois acabam saindo todos de frente e levamos na transição, como aconteceu mais no segundo tempo.”
Preparação física da equipe:
“Mexemos mais cedo pra refrescar, mas nem foi tanto a questão física. Cansamos mais na parte emocional. Estávamos a correr muito de forma individual e nos desgastamos. A bola precisa correr mais. Há o desgaste sem bola e com bola, quando não temos discernimento e pela decisão de agredir mais, procurar mais a profundidade, criar mais ruído. Estávamos muito de pé em pé e fica confortável pra quem defende”, finalizou.
Dificuldades contra o Goiás, que também deve atuar mais recuado:
“Temos tido problemas com equipes mais baixas. O Coritiba fez um grande jogo, principalmente na segunda etapa, aproveitou muito bem os espaços e o Cabral fez um grande jogo. É uma dificuldade que temos tido, nós vemos isso também. Cabe a nós ter essa capacidade, a ansiedade de querer ganhar a todo custo, mas não se ganha no individual, no desespero. E é isso que vamos ter, mais do que trabalhar, ter essa paciência com bola e experiência, não querer ir no individual a todo custo porque não resolvemos nada. Pontualmente, o individual ajuda, mas o coletivo tem que estar sempre a frente e hoje não esteve.”
Lances de escanteio:
“Temos que melhorar a batida, quem está na área na forma agressiva que aparece. Temos que criar outros tipos de lance, pois são muitos escanteios e sai muito pouco. Temos que ser mais efetivos, agressivos e competentes na bola parada ofensiva.”
Reflexão sobre o nível do Campeonato e diferença para Europa:
“Quando empatamos jogos como contra o Inter, hoje, ficamos com sentimento de derrota. Hoje ficamos com sentimento de uma performance ruim, agora o resto são equipes competitivas, muito boas. Esse campeonato é fascinante, é impossível não ficar louco. É aquilo que sinto quando me perguntam a diferença ao futebol europeu, é ir muito na emoção, querer resolver a toda força, e nós conseguimos pontos e vitórias pelo coletivo. Quando o coletivo não funciona, ficamos banais. Não queremos isso, sabemos onde erramos e o caminho que temos pela frente. Já fizemos muito melhor.”
Mercado de transferências:
“É um trabalho feito há muito tempo e acima de tudo temos que ser cirúrgicos. Sabemos onde faltam opções. Já conseguimos alguns jogadores, que é normal, falta ainda algum entrosamento com o time. Está sendo trabalhado há muito tempo, não é cometer loucuras de vir e sair um caminhão de jogadores, mas sabemos o que pretendemos para elevar não só a competitividade interna, mas também ter outros tipos de opções com características diferentes e elevar a qualidade da equipe.”
Com o empate, o Cruzeiro perde a oportunidade de se aproximar do G4 e permanece de forma provisória em 9º, com 22 pontos após 15 rodadas. A equipe ainda pode ser ultrapassada por Internacional, Athlético-PR e Atlético-MG, que ainda jogam na rodada e estão com 21 e 20 pontos, respectivamente. O próximo jogo será contra o Goiás, no domingo (23), 17º colocado, às 16h, também no Independência.