Pezzolano fala sobre relacionamento com imprensa e diz que há “respeito mútuo”

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FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR / CRUZEIRO

Técnicos estrangeiros são um dos pontos mais relevantes de discussão atualmente. Após o sucesso de Jorge Jesus no Flamengo de 2019, o domínio de Abel Ferreira no Palmeiras e o trabalho em evidência de nomes como Vojvoda no Fortaleza e Vítor Pereira no Corinthians, o debate sobre até onde um técnico vindo de fora é realmente um diferencial para o futebol brasileiro.

Quase sempre envolvidos em polêmicas nas principais páginas e veículos de comunicação do país, seja por conta de declarações que fogem do que os jornalistas estão acostumados a ouvir ou por diferenças culturais na forma de trabalhar, um desses tem se tornado destaque positivo, com um perfil mais discreto, mas igualmente focado e transparente em suas palavras.

Paulo Pezzolano, o uruguaio de 39 anos que assumiu a responsabilidade de levar o Cruzeiro de volta à Série A do Campeonato Brasileiro, é considerado o ponto forte da retomada do clube e o idealizador de um sistema de trabalho que tem dado resultados dentro e fora de campo: o Cruzeiro é o líder da Série B, praticamente garantido na primeira divisão e com grandes chances de se sagrar campeão – o que só foi possível porque os próprios jogadores compraram o projeto apresentado e que passava pelo modelo adotado pelo técnico.

Nesta terça-feira (13) o Cruzeiro abriu as portas do seu centro de treinamento para um evento-teste com a imprensa. A ideia é ver como seria a retomada dos veículos de comunicação em dias de treino na Toca da Raposa II. Questionado sobre sua relação com a imprensa no Cruzeiro, Pezzolano focou no “respeito” entre as partes e na qualidade do serviço de assessoria prestado pelo clube.

“O que representa, para mim, é o respeito mútuo. Você tem que saber que o treinador é uma pessoa, um ser humano, que quando não está ganhando, fica sensível, é um momento difícil. Mas o respeito que tive a todo momento foi muito bom e isso ajuda a cercar. Hoje, o bom trabalho que faz a comunicação do Cruzeiro, se você não tem gente como o Bruno (Faleiro) que está no entorno da imprensa e não são boas pessoas, não sabem lidar com a imprensa, não está perto ou qualquer coisa chegada ‘trocada’, ou muito detalhes, começam os problemas entre imprensa e clube, entre imprensa e treinador, entre imprensa e jogador. O trabalho que fazem eles (comunicação do Cruzeiro) fazem é espetacular.”

“Hoje temos a sorte de estarmos pertos e ter esse respeito que é muito importante. Eu trabalhei em clubes que não tinha esse respeito, então eu sabia que se o resultado viesse iam falar bem e se não viesse o resultado iriam falar mal. Mas o respeito que se vê é diferente aqui dentro. Hoje eu tive a sorte de ver isso. Eu perdi clássico, perdi uma final e para mim perder uma final é o pior que há, um clássico então é o pior que há.”

O técnico ainda ressaltou que a leitura crítica do que vem sendo feito no dia a dia é um dos principais pontos para a existência desse respeito mútuo entre imprensa e profissionais do clube.

“Eu gostei porque viram o trabalho, viram o esforço de cada jogador e isso não se vê sempre. Esse respeito se ganha com trabalho, se ganha no dia a dia, a verdade é que é um prazer tê-los aqui conosco e que aproveitem o treino.”

Apesar do bom relacionamento, pautado pelo respeito, Pezzolano teve a liberdade de brincar com os repórteres e demais presentes, dizendo que essa abertura para a imprensa é legal, mas que não quer que isso aconteça todos os dias.

“Se me falarem que vão vir todos os dias, vou dizer que não, né?! Vai ser difícil trabalhar (risos). Eu acho legal estarem mais pertos, porque o torcedor gosta de ver os treinos e as vezes está vendo televisão e gosta disso. Mas o que vocês vão ver hoje, é um treino como qualquer outro, não troquei nada. Tentamos que todos trabalhem com a intensidade que nós queremos. “

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