FOTO: BRUNO HADDAD/CRUZEIRO E.C.
O lateral-direito Edilson e o meia Robinho não fazem mais parte do elenco do Cruzeiro. Através de nota, o clube comunicou na manhã dessa sexta-feira que iniciou o processo de rescisão amigável com os atletas. O motivo, de acordo com a diretoria, foi a questão financeira. Os dois jogadores estavam entre aqueles que aceitaram repactuar os salários no início desse ano, recebendo até maio do ano que vem o valor dentro do teto de 150 mil estipulado pelo conselho gestor que deixou o clube no fim de maio. Com salário de R$ 500 mil, o contrato de Edílson ia até o final desse ano, enquanto Robinho possuía vínculo até dezembro de 2021 e salário de R$ 450 mil.
Os dois jogadores estiveram envolvidos em algumas polêmicas no fatídico 2019 que culminou com o rebaixamento. Com salários atrasados, Robinho foi aos microfones após a vitória contra o Corinthians no Brasileiro externar como o dinheiro estava “jorrando” em 2018. O jogador era próximo do então vice-presidente de futebol, Itair Machado, e teve seu contrato renovado ainda em 2019, após o jogo contra o Fluminense pela Copa do Brasil. O meia marcou apenas 1 gol em 27 partidas no Brasileiro do ano passado. Desde 2016 no clube e convivendo com altos e baixos devido a problemas físicos, o jogador de 32 anos se despede com 180 jogos, 23 gols e 32 assistências. Conquistou a Copa do Brasil de 2018 e 2019, assim como dois campeonatos mineiros nos mesmos anos.
Já Edílson nunca caiu efetivamente nas graças da torcida. Envolvido num negócio que levou Alisson e Thonny Anderson para o Grêmio, o lateral nunca repetiu em Minas o nível de atuações que teve no tricolor gaúcho. Apesar dos títulos da Copa do Brasil de 2018 e 2019 e dos campeonatos mineiros, alternou bons e maus momentos sendo algumas vezes substituído pelo volante Lucas Romero, que atuou improvisado na direita. Além disso, foi pivô dos problemas de vestiário entre o técnico Rogério Ceni com atletas como Dedé e Thiago Neves, que tomaram duas dores quando o mesmo foi preterido. O treinador acabou demitido após 8 partidas. Com a camisa do Cruzeiro foram três gols marcados em 75 jogos. Esteve disponível em apenas 49% das partidas da equipe devido a constantes problemas físicos.
Passivo trabalhista
O presidente Sérgio Santos Rodrigues declarou em nota que a rescisão com os atletas se deve exclusivamente ao aspecto financeiro. O Cruzeiro teve um déficit financeiro de R$ 394 milhões no último ano de gestão de Wagner Pires de Sá.
“Infelizmente, devido ao cenário que envolve o Clube nos últimos anos, precisamos chegar a essa decisão extrema. Robinho e Edilson são atletas vitoriosos, que contribuíram para o time com grandes conquistas, e nós os agradecemos muito. Mas a realidade e necessidade de austeridade do Cruzeiro daqui pra frente nos impõe essa mudança. Um dos principais compromissos da nossa gestão é preservar a saúde financeira do Clube, e foi isso o que pesou na decisão”.
Segundo informações apuradas pelo portal, o clube ainda está discutindo com os representantes dos atletas a forma que a rescisão será realizada. Apesar da nota divulgada expor a busca do processo de rescisão de forma amigável, o acordo ainda não feito pelas partes. Essa questão é importante porque pode interferir diretamente no orçamento do clube no médio prazo, com dívidas trabalhistas relevantes caso os atletas busquem receber na Justiça Trabalhista o valor integral de seus contratos.