POR NÃO TER MONTADO O ELENCO, CENI TERÁ DESAFIOS

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FOTO: BRUNO HADDAD/ FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C

Quando Pedro Rocha teve que ser cortado de última hora no confronto contra o CSA, em Alagoas, Rogério Ceni viu seu esquema tático prejudicado. Com Fred na frente (35 anos), o veloz atacante seria fundamental para pressionar a defesa adversária, enquanto o experiente centroavante ficaria na sobra esperando o momento certo de antecipar a marcação aproveitando às escapadas do seu companheiro. Sem Pedro, Ceni optou por Robinho (31) ao lado de Henrique (34) e Thiago Neves (35) mais adiantado ao lado de Fred. David e Marquinhos Gabriel seriam os pontas responsáveis pelos flancos.

Se a linha defensiva inteira foi composta por jogadores abaixo dos 30, do meio pra frente foi o contrário. Apenas dois abaixo desse limite, numa zona do campo onde o desgaste físico é maior e a intensidade é fundamental para pressionar, retomar a posse e atacar. O Cruzeiro teve problemas no segundo tempo devido à queda física da equipe, algo que acontece desde o início do Brasileiro e com uma nova comissão técnica que exige intensidade máxima, será um desafio diante de tantos atletas acima dos 30 anos.

Na coletiva de imprensa pós jogo, Ceni deixou claro que sente falta de mais opções de velocidade no grupo. No Fortaleza, por exemplo, o treinador chegava a ter 7 opções de velocidade para utilizar e rodar o ataque lançando peças de acordo com o adversário. Romarinho, por exemplo, além de atuar aberto chegou a jogar como segundo atacante, algo que Pedro Rocha vem exercendo. Atualmente, o técnico tem a disposição Marquinhos Gabriel, David e Pedro Rocha. Welinton foi promovido ao profissional por Rogério e deve ganhar algumas oportunidades. Maurício, promovido pelo Mano, ainda precisa de mais tempo pra evoluir principalmente fisicamente e não é exatamente um velocista, tendo mais qualidade na condução e construção saindo da ponta pra dentro.

Ceni chegou no meio da temporada pra tirar o time de uma posição incômoda no Brasileiro e tentar uma remontada na Copa do Brasil. O elenco não foi montado por ele, aumentando ainda mais o desafio de adaptar um grupo de jogadores com uma média de idade alta e que há três anos eram estimulados a atuar de forma pragmática, com baixa intensidade e atacando com menos ímpeto a pressionar no ataque e totalmente ofensivo. Tropeços acontecerão, a ruptura é inevitável e, sem dinheiro, restará ao treinador ter muito jogo de cintura e criatividade.

#MeDibre

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