
FOTO: IGOR SALES / FLICKR / CRUZEIRO E.C.
O presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, concedeu entrevista ao programa Redação SporTV na tarde desta quarta-feira (28) e após ser questionado pelos comentaristas, respondeu sobre a situação atual do clube, planejamento desportivo e afirmou que a saída da situação atual em que se encontra passa pela criação da Sociedade Anônima do Futebol, popularmente conhecido como “clube empresa”.
Sérgio iniciou sua participação comentando a situação atual do clube e os problemas financeiros que enfrenta. Atualmente, o time encontra-se punido pela FIFA com o impedimento de registrar atletas por conta de duas dívidas não pagas e julgadas pela entidade máxima do futebol. Ainda assim, o presidente reiterou que trabalha pensando ainda no acesso à série A em 2022.
“Todos sabem dos problemas que a gente vem enfrentando. Hoje temos dois transfer ban ativos, as limitações não só financeiras, mas de punições pra poder registrar. Mas a gente trabalha pensando nisso (acesso à série A), sempre mirando pra cima. Quando a gente vai analisar, por mais que a gente esteja na parte de baixo, a nossa diferença pra zona de acesso seria de três rodadas. Faltando mais da metade do campeonato pra correr.”
Vale ressaltar que para voltar a contratar, o Cruzeiro terá que desembolsar mais de R$13 milhões. Isso porque o clube foi punido duas vezes pela FIFA. A primeira vez por conta da dívida com o Defensor, clube do Uruguai que revelou e vendeu o meia Arrascaeta para o Cruzeiro. Já a segunda punição, por conta do atacante Riascos, que gerou uma dívida de R$6 milhões a ser paga ao Mazátlan, antigo Monarcas Morélia, do México.
Questionado sobre os motivos que o levaram a escolher Mozart, um treinador ainda com pouca experiência no comando técnico do futebol, Sérgio disse que o trabalho apresentado pelo técnico na última temporada (conseguiu tirar o CSA da zona de rebaixamento e quase conseguiu o acesso) foi fator determinante para sua contratação.
“Na verdade, é o trabalho também. A gente analisou bastante o trabalho que o Mozart fez ano passado no CSA, sabia que era praticamente o primeiro trabalho dele de longo prazo. Mas conhecemos a pessoa, ele jogou aqui contra a gente, já com o Felipão, tivemos um empate e vimos como o CSA jogou e à época já havia me chamado a atenção.”
O time, que atualmente ocupa a zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro, está estacionado na 19ª posição e há oito jogos sem vencer. Vivendo seu pior momento no ano, o técnico Mozart passou a ser questionado sobre suas escolhas de escalação e substituição. O presidente atribuiu a dificuldade do time de performar às seguidas expulsões e lesões.
“O problema da escalação, o Cruzeiro deve ser o time que mais teve expulsões, a gente começa o campeonato com duas, lesões seguidas acontecem. Não é só uma opção técnica. (Sobre o projeto) teve uma mudança de técnico no meio, a gente sabe que isso é uma realidade do futebol brasileiro e todo técnico quando chega busca fazer isso. Então, realmente, quando a gente tinha um técnico no começo do ano ele tinha alguns jogadores de confiança que ele gostaria de fazer.”
Por fim, o presidente do Cruzeiro voltou a falar do clube empresa. O Projeto de Lei que regula sobre a criação da Sociedade Anônima do Futebol foi aprovado no Congresso Nacional pelas duas casas e aguarda apenas a sanção do presidente Jair Bolsonaro para entrar em vigor. Sérgio, que nos últimos tempos se mostrou entusiasta e partidário da transformação, disse que a saída do Cruzeiro passa por essa transformação e pelo aporte de verbas que podem tirar o clube da situação atual.
“A gente trabalhou pensando em conseguir o acesso ano passado. Mas mesmo tendo o acesso, essa diferença da TV, por exemplo, não seria o suficiente. Os dois transfer ban que eu tenho hoje, é um absurdo um ser do Arrascaeta. Um atleta que foi vendido por 13 milhões de euros e não pagaram ele. Outro do Riascos, entre outros. Os títulos que foram ganhados aqui, antes, foram construídos às custas do “vou ganhar da forma que for e o resto sobra pra frente”. Infelizmente na nossa gestão, nós tivemos vencidos quase R$60 milhões só de dívida FIFA. Eu tenho bloqueio trabalhista de atleta que jogou no Cruzeiro em 2013. São as surpresas, entre aspas. A saída que eu falo é a Sociedade Anônima do Futebol, porque o volume de dinheiro que a gente precisa pra poder superar, pra poder respirar um pouco mais, a melhor forma de captar é através da S.A.F. o que nos anima.”
O Cruzeiro volta a campo na próxima sexta-feira (30), buscando quebrar a série de jogos sem vitória. O adversário será o Londrina, no Mineirão, às 21:30h.