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Prestes a superar Filpo Núñez, Paulo Pezzolano muda história de treinadores estrangeiros no Cruzeiro

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FOTOS: STAFF IMAGES / FLICKR / CRUZEIRO E ARQUIVO / PALMEIRAS

Os feitos recentes de Paulo Pezzolano no Cruzeiro empolgam não só pelo momento, mas também pela história sendo construída diante dos nossos olhos. Acostumado a ter jogadores naturais de outros países da América – entre eles, ídolos, como o argentino Sorín e o uruguaio Arrascaeta – a história do clube nunca havia tido uma passagem tão marcante de um técnico estrangeiro.

Antes mesmo de conseguir qualquer título, ou garantir o acesso do clube para a Série A do Campeonato Brasileiro, Paulo Pezzolano se tornará o técnico estrangeiro que mais vezes comandou o Cruzeiro em toda sua história.

Pelo Cruzeiro Pezzolano irá superar Filpo Núñez em número do jogos no duelo contra o Vasco, no próximo domingo (12). O jogo será o 30º com o comando do uruguaio no time. Até o momento, são 29 jogos com 21 vitórias, 2 empates e 6 derrotas, um aproveitamento de 74,71%. Para além dos números, Pezzolano levou o Cruzeiro de volta às finais do Campeonato Mineiro e às oitavas da Copa do Brasil, depois de duas temporadas sem conseguir atingir esse nível em ambas as competições.

A lista de técnicos estrangeiros que já comandaram a Raposa não é tão extensa, com apenas quatro nomes. Além de Pezzolano e Filpo, o uruguaio Ricardo Díez e o português Paulo Bento foram os únicos que também tiveram essa oportunidade.

Histórico

Curiosamente, o primeiro técnico estrangeiro da centenária história celeste também foi um uruguaio: Ricardo Díez. Diéz foi técnico do Atlético em diversos momentos nos anos 50, chegando a marcas consideráveis e conquistando um título do Campeonato Mineiro. Mas o compatriota de Paulo Pezzolano não conseguiu repetir no Cruzeiro o sucesso que teve no maior rival. Pela Raposa, Diéz comandou a equipe em apenas 12 jogos, no ano de 1953.

Dois anos após a passagem de Diéz, foi a vez de outro treinador estrangeiro assumir o clube do Barro Preto, ainda durante o período de profissionalização do futebol brasileiro. E esse merece um destaque a parte: Nelson Ernesto Filpo Núñez.

Filpo Núñez

Filpo Núñez era considerado excêntrico e com pouco tempo se tornaria uma figura folclórica no futebol. Um argentino com vivência em vários países sul-americanos, Filpo chegou ao Cruzeiro com ideias ousadas para o futebol. Aqui, um paralelo com a situação vivida por Paulo Pezzolano: na época, 1955, o Cruzeiro viveu momentos turbulentos em relação a questões financeiras. O clube destinava boa parte da sua receita para a construção de sua sede social e enfrentava dificuldades em contratar bons jogadores, ou pagar caro para técnicos.

Com duas passagens pela Raposa, a primeira em 1955, com 17 jogos (7 vitórias, 7 derrotas e 3 empates) e a segunda em 1970, com 12 jogos (4 vitórias, 4 derrotas e 4 empates), Filpo Núñez é, até então, o técnico estrangeiro que mais vezes comandou a Raposa. São 29 jogos no total, marca que com certeza será batida por Paulo Pezzolano no próximo domingo (12).

Filpo Núñez marcou época no futebol brasileiro, mas não teve grandes números pelo Cruzeiro. (FOTO: Arquivo / Palmeiras)

Apesar de não conseguir sucesso no Cruzeiro, Filpo é reconhecido como o técnico da “Academia”, era de ouro do time do Palmeiras na década de 60, que encantou o Brasil e tinha em seu elenco Ademir, Djalma Santos, Dudu e Tupãzinho. 

Paulo Bento

Outro estrangeiro que também teve uma passagem curta pela Toca da Raposa foi o português Paulo Bento. Contratado em 2016, Paulo Bento chegou com o currículo de já ter passado pela Seleção de Portugal e trouxe ideias novas. Apesar de agradar o torcedor com o seu estilo de jogo, a falta de resultados encurtaram a passagem do treinador por Belo Horizonte. Paulo Bento comandou o Cruzeiro em 17 jogos, com 6 vitórias, 3 empates e 8 derrotas.