Primeira coletiva de Cássio no Cruzeiro: novo ciclo, ansiedade, adaptação, ídolos e mais

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Na tarde desta quinta-feira (20), o goleiro Cássio concedeu sua primeira coletiva de imprensa como jogador do Cruzeiro, na Toca da Raposa II. O já experiente goleiro, que recentemente deixou o Corinthians após um ciclo de 12 anos, abordou diversos temas, desde sua adaptação ao novo clube até sua relação com os novos colegas e a disputa por posição.

Cássio iniciou a coletiva expressando sua felicidade com a nova fase da carreira:

“Tô muito feliz aqui. É um novo ciclo. Um ciclo com muitas alegrias. Dedicação e empenho com a camisa do Cruzeiro”

Ele também agradeceu ao proprietário da SAF do Cruzeiro, Pedrinho, além de outras figuras importantes como Pedro Junio e Edu Dracena, pelo apoio recebido desde sua chegada. “Pedrinho me falou que estamos perto de pessoas vitoriosas, que conseguiram fazer grandes trabalhos. Muito contente de estar aqui.”

O goleiro destacou a importância de integrar-se ao grupo e ajudar os mais jovens. “Está sendo muito legal. Onde eu estava, tinham meninos novos e acho que a gente tem que agregar, ajudar. […] Tô trabalhando com o Robertinho, está sendo muito bacana, muito legal. Essa junção, de um ajudando o outro, todo mundo sai ganhando.”

Escolha pelo Cruzeiro e ponto de virada

Ao falar sobre sua escolha pelo Cruzeiro, Cássio mencionou os motivos que o atraíram.

“Eu sei da força do Cruzeiro. Vai vir muito forte nos próximos anos. Honestamente, todo dia que chego aqui, chego com muita alegria. Estrutura muito boa. É bom salientar, não estou fazendo uma comparação de onde eu vim e se do que eu tô vivendo aqui no Cruzeiro. Cabe a mim me dedicar ao máximo, fazer meu melhor pra ajudar meu Cruzeiro a estar no lugar onde a maioria das vezes eu vi: brigando por título, com grandes ídolos.”

Adaptação e recepção

Sobre sua rápida adaptação, Cássio foi enfático: “Desde o primeiro dia que a gente começou a conversar e tudo se resolveu, foram dias maravilhosos, felizes e não teve um dia que eu não chegasse aqui com alegria, com vontade de jogar.” Ele também elogiou Pedrinho, destacando sua afinidade e integridade. “Pedrinho é uma pessoa muito bacana. Um ser humano extraordinário, do bem. […] É contagiante. Pessoas do bem, corretas, que tentam fazer o melhor e se dedicam à instituição.”

História dos goleiros do Cruzeiro

Cássio mostrou respeito pelos grandes goleiros que passaram pelo Cruzeiro.

“Não tem nem o que falar. Só goleiros que marcaram história. Tive o privilégio de jogar com o Gomes na Holanda, quando cheguei lá. Foi um cara que me ajudou muito. Foi um vencedor, a triplíce coroa. O Fábio não tem nem o que falar, tudo que ele passou aqui, títulos, conquistas, um cara que eu respeito muito e tá jogando em alto nível até hoje. Raul eu não vi jogar, mas tem uma história da camisa camisa amarela que eu gosto muito também de usar. Ídolo se constroi não só dentro de campo. O que eu puder fazer, vou fazer pra ser o melhor e fazer o melhor pelo Cruzeiro.”

Disputa pela titularidade e ansiedade para jogar

Quanto à disputa pela titularidade com Anderson, Cássio foi diplomático. “Isso é com o Seabra. Tem o treinador. Eu nunca me meti e não vou me meter. Anderson tem jogado bem, tem ajudado.”

Demonstrando humildade e foco no coletivo, ele afirmou que está ansioso para jogar, mas entende a importância de se preparar adequadamente. “Tem coisa pra fazer, se preparar, evoluir, trabalhar. Pra mim é importante eu conhecer a maneira de jogo do Seabra, posicionamento, escanteio, bola parada.”

Escolha pela camisa 1 e aposentadoria

Cássio também falou sobre a escolha da camisa número 1, um novo começo para ele. “Eu sempre gostei da camisa 12, mas um novo ciclo eu quis começar com um novo número. […] O número 1 sempre foi emblemático no Brasil.”

Sobre a possibilidade de encerrar a carreira no Cruzeiro, preferiu ser cauteloso:

“Prefiro viver o ano a ano. Mas, perante tudo que aconteceu aqui no Cruzeiro, só vou sair se os caras não me quiserem. Porque eu fui tão bem recebido e as pessoas foram tão honestas, o Pedrinho falou que conversou com o Fábio antes, são coisas que são raras no futebol. Foi tão espontâneo, é difícil você ver isso, sabe? Eu vim pra cá, o Cruzeiro abriu as portas pra mim… fazer meu melhor, independente se tiver dias ruins.”

Referência no Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Por fim, Cássio abordou um tema pessoal e importante: sua voz como alguém disposto a conscientizar pessoas sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista) e citou o caso pessoal de sua filha, Maria Luiza:

“Primeiro, acho que muitas vezes a gente dá atenção quando bate a nossa porta. Eu tenho a Maria Luiza, minha filha tem autismo e eu não conhecia sobre. Quando aconteceu eu fiquei surpreso. Ela é uma autista não-verbal. Ela não vai ter uma conversa como a nossa assim. O jeito que ela se expressava era diferente. No começo eu tive preconceito por não entender. Ela não brincava com as crianças, vivia no mundo dela. Eu achava que era normal e com o tempo se normalizava. Autista não tem cura, tem evolução, tratamento. Esse tratamento evoluiu muito, mas eu tenho condição e muitas pessoas não tem. E isso é importante.”

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