QUAIS PEÇAS DO ELENCO ENCAIXAM NA TÁTICA DE ROGÉRIO CENI?

Compartilhe

FOTO: BRUNO HADDAD / CRUZEIRO E.C.

No texto de ontem (clique aqui e veja) abordei o esquema tático utilizado por Rogério Ceni no Fortaleza. Fazendo um exercício de futurologia e se baseando nas táticas utilizadas pelo técnico, quais jogadores do elenco atual possuem características para atuarem dentro do seu sistema? Vamos falar sobre isso.

4-4-2 (4-2-4)

Um dos pontos mais delicados do atual elenco é a falta de um arqueiro com boa qualidade no jogo com os pés. Fábio e Rafael não foram estimulados a jogarem dessa forma em nenhum momento. No Fortaleza, Rogério explorava bastante a habilidade de Felipe Alves que jogava quase como um terceiro homem entre os zagueiros. Nesse caso, é possível que recue um volante pra ser este “suporte” ou tente adaptar os goleiros, algo mais complexo.

Os zagueiros precisam ter bom passe vertical curto ou longo pra fazer a saída pelo chão ou com lançamentos. Dedé possui alguma qualidade, apesar de não ser seu forte. Por outro lado, Léo apresenta certa dificuldade com a bola nos pés e, quando pressionado, tem problemas. Atuar pelo lado esquerdo da defesa é um agravante. Orejuela e Egídio serão bastante exigidos pra dar amplitude e profundidade. Pelo momento delicado que atravessa o segundo, Dodô pode aparecer como uma possibilidade até por conseguir trabalhar com a bola pelo meio, abrindo assim o ponta por aquele lado (Pedro Rocha, David ou Marquinhos).

Rogério aposta em dois extremos abertos. Sua função é cortar pra dentro quando os laterais sobem ao ataque ou dar profundidade. Pedro Rocha e Marquinhos Gabriel são favoritos, tendo David, Maurício ou até Welinton como opções. O centroavante precisa ter intensidade pra tabelar e infiltrar, pois receberá passes geralmente em diagonal. Não imagino Fred e Thiago Neves atuando juntos. Até pelos últimos dois jogos, Sassá merece uma sequência. Caso Thiago seja seu parceiro, também precisará ser agressivo e dinâmico com a bola. A conversa em particular com Rogério sugere que deve ser titular. Os volantes precisam ter bom passe pra acelerar nas transições, Robinho pode ser deslocado pro meio e atuar com Henrique. O desafio será no momento defensivo. Ambos fisicamente não apresentam capacidade de atuar em alta intensidade por muito tempo. Ariel Cabral, por característica, deve perder espaço. Ederson ou até mesmo Jadson são mais indicados para entrar.

4-2-3-1 

Na Série B, Rogério utilizou bastante o 4-2-3-1 explorando a capacidade física, a bola área e o pivô do centroavante Gustagol. Com ele, o camisa 9 viveu sua melhor fase da carreira marcando 30 gols em 45 jogos. O conceito era simples: linha alta na defesa, laterais chegando à linha de fundo pra cruzar e aproveitar o jogo aéreo do seu camisa 9 e pontas trabalhando por dentro se associando com o “camisa 10” (Dodô ou Marlon) que tinha liberdade pra flutuar entre o ataque e o meio buscando bola entre os volantes. No Cruzeiro atual, Fred pode ser o cara a se beneficiar deste sistema. Sabemos que sua mobilidade não é a mesma de outrora, seus gols são feitos dentro da área com no máximo dois toques. Contudo, Fred tem mais recursos técnicos que Gustagol e Rogério pode recuperá-lo. Em sua melhor fase, saia da área, abria espaços, puxava marcação e fazia bom pivô para os pontas infiltrarem e marcarem gols. Sua dificuldade é atuar distante da área adversária, tendo que marcar em linha baixa saindo no contra-ataque.

Nesse caso, Thiago Neves daria lugar a Robinho que passaria a atuar centralizado, tendo que em alguns momentos receber a bola de costas e girar, algo que não combina tanto com sua característica, mas que o faria atuar como o verdadeiro 10 que é. Jadson faria dupla com Henrique, tendo Ederson ou até mesmo o jovem Adriano pra disputar com Henrique a função de primeiro volante. Nos dois sistemas Ariel Cabral não seria meu titular, pois vejo sua lentidão como empecilho para encaixar na equipe. Aliás, é o nosso setor mais carente e precisamos urgente de um volante capaz de atacar e defender com qualidade.

Apresentei apenas dois esquemas táticos pois foram os mais utilizados por Rogério Ceni durante sua passagem pelo Fortaleza. Até pela situação delicada do time no campeonato, não acredito em grandes mudanças no time titular ou revoluções táticas. Rogério deve fazer ajustes pontuais no momento com bola, aplicando mais velocidade e intensidade, mas o restante deve vir de forma gradual.

#MeDibre

 

 

Compartilhe