
FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
Existem derrotas que inspiram e expiram. A de hoje, definitivamente, ligou o sinal de alerta. O Cruzeiro saiu do Mineirão derrotado pelo CRB-AL pela terceira fase da Copa do Brasil (adversário que enfrentaremos na Série B) com dois gols de Léo Ramalho e o choque de realidade foi pesado. A vitória dos visitantes foi justa. Pela primeira vez a equipe de Alagoas venceu o Maior de Minas. Nos seis confrontos anteriores, foram 4 vitórias e 2 empates da Raposa. Resultado e principalmente desempenho foram terríveis que não passam confiança de que haverá evolução. Chegou a hora do Conselho Gestor discutir o planejamento e o trabalho departamento de futebol. Elenco não é dos melhores, mas em campo deve ser ao menos organizado. Hoje não tivemos nada disso.

Marcelo Moreno tentou, mas sozinho não conseguirá fazer o ataque produzir. A bola não chega. Foto: Gustavo Aleixo/ Flickr Oficial/ Cruzeiro E.C.
Adilson repetiu a escalação com dois centroavantes (Marcelo Moreno e Thiago) que apresentou um nível razoável no segundo tempo do clássico, com Maurício e Everton Felipe pelos lados, Machado e Jadsom no meio. Contudo, o desempenho da equipe na primeira etapa foi abaixo da crítica. Com um CRB organizado taticamente e agressivo na marcação, o time não conseguia trocar passes verticais e levar perigo a meta do goleiro adversário. Aos 16′, Lucas Mendes cruzou na segunda trave, Cacá fez o corte parcial e a bola sobrou para Erik, livre pelo lado esquerdo, cruzar na cabeça de Léo Gamalho. Arthur e principalmente João Lucas não conseguiram fazer o corte. Edilson, inclusive, não achou o garoto Erik durante o jogo. O primeiro tempo acabou sem nenhuma finalização celeste ao alvo, 317 passes trocados, 25 bolas longas (60% de aproveitamento) e 11 cruzamentos (nenhum certo). Muito abaixo.
No segundo tempo, Adilson finalmente cedeu e tirou Everton Felipe e João Lucas que novamente foram muito abaixo em relação ao resto do time. Rafael Santos entrou pela esquerda e Robinho estreou na temporada após longo tempo parado se recuperando de lesão no joelho. Ainda assim, o desempenho não melhorou e a sensação era de que o time atacava de forma intuitiva, sem um padrão tático definido, totalmente anárquico. A esperança de ver a equipe reagir foi por água abaixo aos 13 minutos. Edílson errou a saída de bola e devolveu no pé de Carlos Jabotá, que conduziu, passou pelo lateral sem nenhuma dificuldade, serviu Dudu que driblou Machado e Cacá e cruzou rasteiro para Léo Gamalho escorar livre. 2×0. A partir daí, qualquer tentativa de organização foi deixada de lado com a entrada de Welinton no lugar de Edilson (muito abaixo), com Jadsom indo fazer a lateral direita e uma sequência de cruzamentos e tentativas fracassadas de furar a forte marcação do CRB. Terminamos o jogo com 22 finalizações e apenas duas certas, com 32 cruzamentos e 51 bolas longas, deixando evidente que organização ofensiva passou longe na partida de hoje.
Para avançar à quarta fase da Copa do Brasil, precisaremos ganhar do CRB por três gols de diferença na próxima quarta-feira, às 19h15, no Estádio Rei Pelé, em Maceió. Naturalmente que o objetivo no ano não é vencer a Copa do Brasil, mas avançar na competição garantiria, pelo menos, mais R$ 2 milhões na conta. Acima de tudo, o desempenho realmente preocupa e fica o questionamento: Quando haverá reconstrução dentro de campo?
Saudações celestes e até a próxima.