QUEM É AMARILDO RIBEIRO?

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FOTO: FLÁVIO SCARABELLI / REPRODUÇÃO GE

Braço direito do vice-presidente de futebol Itair Machado, Amarildo Ribeiro é hoje o diretor-geral das categorias de base do Cruzeiro. Assumindo a Toca I na metade do ano passado, Amarildo coleciona histórias e casos problemáticos ao longo de sua carreira. Em entrevista concedida ao portal globoesporte.com na última quarta-feira (22) o diretor explicou sobre sua atuação na base, falou sobre captação de atletas e questionou a base e a formação de atletas das gestões anteriores.

Em um dos variados assuntos abordados na entrevista, Amarildo – que nunca teve atuação direta em categorias de base de clubes grandes como o Cruzeiro – cita que quando assumiu a base não tinha atletas de bom nível, que o time precisava de reforços e que não existiam categorias inferiores. Declarações que não correspondem com a verdade. Mas os fatos apontam o contrário.

Quando assumiu a base no lugar do ex-diretor Eduardo Freeland, Amarildo herdou um time que recém havia conquistado o Campeonato Brasileiro sub-20 e a Supercopa sub-20. No elenco campeão, formado em grande parte por atletas do Cruzeiro e também feitos através de captação sem custos, estavam os goleiros Brazão (negociado por R$11 milhões), Vitor Eudes (integrado ao profissional); os laterais Vitinho (negociado por R$10 milhões), Lucas Soares (liberado sem custos e sem lucros) e Vitor Luiz (repassado ao Tombense); os zagueiros Cacá (integrado ao profissional), Ronaldo (outro liberado sem custos e sem lucro) e Rissi; os meias Vander (que não teve seu contrato renovado), Nonoca (hoje treina separado), Tonny Anderson (vendido ao Grêmio por R$500 mil) e Nickson (devolvido ao Vitória) e os atacantes Marcelo (chegou a subir ao profissional) e Jonata (devolvido ao CRB e depois vendido ao Estoril, de Portugal, sem qualquer lucro ao Cruzeiro).

Ao contrário das declarações de Amarildo, a gestão anterior da base celeste tinha uma política de custo baixo – uma vez que até as captações eram feitas em valores acessíveis – e bom retorno tanto para o time profissional, quanto para vendas. Mesmo sendo vendidos pelo valor abaixo do mercado, a base celeste arrecadou para o clube naquele ano mais de R$20 milhões de reais em vendas – além dos títulos já citados.

Outro ponto que contradiz o atual diretor responsável pela base celeste é o próprio time vice-campeão da Copa do Brasil sub-20. Formado por diversos atletas que estão no clube desde os seus 13 anos, a “geração 2001” que chegou a ser campeã mineira em 2015 e ostenta em seu currículo um feito inédito na história celeste: nunca perdeu para o rival Atlético-MG até chegar ao juvenil, tem ativos valiosos: os atacantes Popó – considerado uma das maiores promessas da base celeste – e Caio (que não esteve na final por conta de uma lesão).

A captação de atletas para as categorias de base é algo normal no futebol, desde que feita com responsabilidade. De fato, o Cruzeiro foi bem ao mercado ao reforçar o time sub-20, mas os valores gastos extrapolam (e muito!) o orçamento de anos anteriores. Jogadores como Jadsom, comprado do Sport, por exemplo, que sozinho custou quase R$1 milhão aos cofres celestes. Outras contratações não tiveram seus valores anunciados, mas foram diversas ao longo desse período em que Amarildo está a frente da base. Alguma delas chegaram com status de possíveis reforços até para o profissional, mas nem chegaram a fazer a transição, caso do atacante Laércio, comprado pelo valor de R$600 mil e emprestado diretamente ao Ipatinga. Muitos, inclusive, estiveram recentemente nessa mesma condição de emprestados ao Ipatinga – ex-clube onde Amarildo trabalhou – numa parceria questionável para o clube.

Polêmicas:

Amarildo tem histórico polêmico nos clubes do interior de Minas. No Guarani de Divinópolis, por exemplo, é “persona non grata” de acordo com o ex-presidente José Maria “Carioca”. Após contato, o ex-presidente contou que Amarildo era “ruim de serviço” e achou estranho que hoje ele seja o responsável pela base celeste, mesmo só tendo feito trabalhos com o futebol profissional. Ele qualificou a passagem do dirigente pelo Guarani como “ruim de serviço” após contato do DMD.

No Democrata de Governador Valadares, Amarildo deixou a direção do clube após várias polêmicas, entre elas uma que acarretou o cancelamento de uma peneira logo antes da eleição que definiria um novo presidente para o clube (você pode ver a matéria clicando aqui). Após isso, o diretor retornou ao Ipatinga.

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