FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR / CRUZEIRO E.C.
Em entrevista coletiva realizada de forma virtual na Toca da Raposa II, o goleiro Rafael Cabral comentou sobre a experiência de viver pela primeira vez o clássico entre Cruzeiro e Atlético, a preparação do time para o jogo do próximo domingo (6), um possível favoritismo do rival e outros assuntos.
O goleiro ressaltou a determinação e a postura que o time deverá ter ao entrar em campo contra o rival, disse que vem estudando o Atlético, rechaçou comparações com o ex-goleiro Fábio (atleta que mais vezes disputou um clássico) e ainda falou da sua evolução dentro de campo, possível saída do zagueiro Maicon e a violência que vem assolando o futebol brasileiro.
Os principais pontos da coletiva do goleiro você confere abaixo:
Primeira vez em um Cruzeiro e Atlético
“Clássico é um jogo a parte. Sendo bem sincero, desde que eu comecei a jogar bola, sempre assisti Cruzeiro e Atlético. Sei da grandeza do jogo. É muito lindo ver a festa da torcida. Voltei pro Brasil pra jogar jogos como esse. A gente sabe que tem a zoação entre a torcida, tem a rivalidade entre nós atletas. Mas há sempre respeito, sempre admiração pelo rival como eles tem por nós. Toda história é digna de aplauso e reconhecimento. Mas eu estou muito feliz pois eu voltei para o Brasil pra jogar no Cruzeiro esperando jogos como esse. E a gente está muito preparado.”
Possível favoritismo no próximo jogo
“Quando você tá falando de um jogo com duas equipes do tamanho que são e do peso da camisa que tem, a história tem que ser respeitada. Todos falam de favoritismo porque analisam o passado recente, mas eu já tive experiência de jogar muitos clássicos onde eu era favorito e muitos onde meu time não era favorito e não necessariamente eu ganhei quando eu era favorito e perdi quando não era. Algo que eu acredito muito é que são 11 contra 11 dentro de campo.”
Estratégia de Paulo Pezzolano para a partida
“Hoje em dia todo mundo estuda muito o adversário. A gente tem que criar soluções pra fugir daquilo que eles estão estudando a gente. Temos uma metodologia de trabalho, que também a torcida está se adaptando, de sair jogando de trás e vale ressaltar que, se a gente analisar os nosso gols, muitos dos nossos gols começaram com a gente atrás, trabalhando, criando espaço. Até foi mandado a minha estatística de 195 passes e 193 certos. Você vê que a gente está trabalhando, sabemos que temos que melhorar, evoluir e o futebol é um jogo imprevisível, tem coisa que foge do nosso controle, mas a gente tem trabalhado muito para ter o maior número possível de controle do jogo. A gente não vai mudar a nossa maneira de jogar, vamos jogar com vontade, intensidade, respeitando o Atlético. Hoje em dia, camisa não ganha mais jogo. Hoje o futebol está muito nivelado. A gente se preocupa mais com aquilo que nós podemos fazer.”
“Nós somos uma equipe grande que temos que honrar a história do nosso clube. E não podemos mudar a nossa filosofia de jogo de acordo com o adversário, queremos jogar o nosso futebol, propor o nosso futebol. Com respeito, sabendo da qualidade do adversário. Acredito que tem tudo pra ser um excelente clássico, prazeroso e divertido pra quem vai assistir.”
Fórmula para ganhar o clássico?
“Acreditar em nós mesmos. Infelizmente, os treinos não são abertos, mas a gente vem se dedicando muito. Essa é a fórmula, acreditar no teu trabalho, no teu companheiro, você ter coragem pra jogar e impor o teu jogo. Ir pra casa com a sensação de que você fez o seu melhor. Nós não somos os donos da razão, mas temos que ter convicção daquilo que fazemos. E dentro de campo só queremos colocar em prática. Nosso início é muito bom, mas a gente não se contenta, porque jogamos numa equipe gigantesca, temos que estar sempre evoluindo. Queremos viver coisas grandes.”
Como está o ambiente na Toca da Raposa
“A gente tem criado um ambiente legal, de amigos, humilde, trabalhador pra caramba. Isso vai nos levar longe. E clássico é a coisa mais gostosa. Creio que vencer clássico é aquela sensação mais gostosa pro torcedor e pros atletas. Estamos motivados pra domingo. Ainda mais contra o campeão brasileiro, isso nos motiva ainda mais. Queremos mostrar que esse time tem coragem pra jogar, sabemos da dificuldade que vamos ter no jogo, mas eles também terão dificuldades.”
Primeiro clássico pós-Fábio
“Eu venho aqui pra construir a minha história. Ela não vai ser construída em 1 mês ou 2 meses. Requer tempo. Não venho pra substituir ninguém, venho pra construir a minha história. Meu primeiro clássico. São jogos assim que nos motivam a jogar futebol. E pra mim é um prazer e um presente de Deus ter a minha estreia num clássico desses.”
Provável saída do zagueiro Maicon
“O Maicon é um cara espetacular que todo mundo adora. A diretoria também. Como jogador, eu sei pouco em relação a isso e torcemos pra que seja o melhor pro Maicon e pro clube, é um cara querido que todo mundo gosta, um excelente atleta. O que eu posso falar é isso, que eu sei pouco.”
Evolução dentro de campo
“Eu sou um cara que dificilmente estou satisfeito comigo mesmo. Sou um cara grato, mas me cobro muito. Eu tenho muitos sonhos e esse é o motivo de eu estar no Cruzeiro, pelos sonhos que eu tenho. Eu quero evoluir, melhorar, ser perfeito. Acredito que quando a gente trabalha, se dedica, as coisas se encaixam. É normal ter uma adaptação, eu sou muito estudiosos, meus números são excelentes no clube em relação a estatísticas. Mas eu não estou satisfeito, quero melhorar, quero crescer, preciso ser melhor. E no final das contas o que vai valer é no final do ano.”
Violência nos estádios
“Importante o torcedor saber que somos seres humanos, pais de família, muitos no futebol sustentam a família, temos filhos, pais, pessoas como vocês. Isso é importante saber, estamos aqui sim, jogando futebol, representando uma instituição, mas para esses torcedores violentos vale lembrar que somos pessoas normais. Vamos no shopping, saímos pra jantar com nossos filhos, esposas que enquanto jogamos estão ali preocupadas. A paixão é válida, a crítica é válida, a cobrança é válida, mas quando parte para violência, falta compaixão. Nosso pedido e oração é para que haja uma consciência maior sobre isso. O torcedor tem que aprender a colocar isso de lado.”