O Cruzeiro encerrou o Brasileiro de 2018 com 53 pontos, 4 a menos do que em 2017, quando acabou em 5º lugar, com 57 pontos. Foram 14 vitórias, 11 empates e 13 derrotas, 34 gols marcados e 34 sofridos. Fica nítido o pífio desempenho ofensivo da equipe, não por acaso o pior ataque do clube na história dos pontos corridos, contrastando com a melhor defesa da nossa história nos pontos corridos. Por esse motivo, fizemos um torneio mediano, sem correr riscos em nenhum momento. Priorizando Copas e com um elenco caro, porém falho, foi o que deu pra fazer. Precisa melhorar? evidente que sim, e isso passará por escolhas mais criteriosas ano que vem.

Construção ofensiva do Cruzeiro no Brasileiro. Arrascaeta lidera gols e assistências, Romero mostra ser o 12° titular. Fonte: Footstats.
Com média de 0,89 gol por jogo e diversos erros de arbitragem, principalmente durante o primeiro turno, o Brasileiro do Cruzeiro deixou a desejar. A prioridade foram às Copas e, como dito na introdução, a utilização de um time misto ou praticamente todo reserva comprometeu o desempenho. A imagem acima demonstra que, mesmo focados em outros torneios, foram os titulares os principais responsáveis pelos pontos conquistados.
Retirando os 10 jogos finais, quando o Cruzeiro já havia se tornado hexcampeão da Copa do Brasil e jogou sem pressão (5 vitórias, 1 empate e 4 derrotas), as 28 rodadas revezando entre time principal com poucas alterações – sendo assim, misto – e uma equipe repleta de reservas cobrou seu preço. Vamos aos números:
Brasileiro com time titular/misto
Com a utilização de uma equipe titular ou, no máximo, com poucas alterações na defesa, meio e ataque, o Cruzeiro teve bom aproveitamento. Foram 17 jogos, com 9 vitórias, 3 empates e 5 derrotas. O time marcou 17 gols e sofreu 14. Em 51 pontos disputados, essa equipe conquistou 30, um aproveitamento de 58,8%.
Brasileiro com time reserva
Por outro lado, quando entrou em campo utilizando reservas, ou seja, nenhum titular de fato começava jogando, o desempenho foi bem abaixo do esperado. Foram 11 jogos, com 7 empates e 4 derrotas. Marcaram 5 gols e sofreram 11 gols. Um aproveitamento de 21,2%.

Egídio e Edílson, dos contratados, deram certo. Contudo, Hermes, Mancuello e Bruno Silva deixaram a desejar. Foto: Cruzeiro E.C/Flickr Oficial.
Números Gerais:
Em passes para gol, o Cruzeiro ocupou a 16° colocação, com 23 assistências (0,6 de média) e totalizou 330 passes para finalização (8,7 de média) ficando no 9º lugar. Então, nota-se que faltou, principalmente, pontaria. Em finalizações totais, ficamos na 11° posição com 437 arremates totais (11,5 por jogo) e apenas 35,9% de conversão, com 157 finalizações certas (4,6 por jogo). Não por acaso tivemos um ataque tão ineficiente, apenas o 14° do campeonato (34 gols). No quesito cruzamento, ocupamos o 7° lugar com 194 certos (média de 5,1 por jogo e 21,4% de aproveitamento), no geral foram 906 (23,6 por jogo). Mostrou que o time buscou manter a bola no chão ao invés de abusar do chuveirinho. Com 512 desarmes certos e 87,9% de efetividade, ocupamos a 12ª colocação. Foram apenas 108 dribles com 74% de efetividade e a 18ª posição. Um sinal de que falta no elenco essa peça mais incisiva. Foi a 10º equipe com maior posse de bola (50,4%) e a 7ª que mais trocou passes certos (14329, 377,1 por jogo) e 91,2% de aproveitamento. Também fomos o 7º time em lançamentos certos (516, 13,6 por jogo) e 41,1% de aproveitamento.
Jogadores Importantes
Sem dúvida, o principal jogador do Maior de Minas no Brasileiro foi Giorgian de Arrascaeta. Foram apenas 20 jogos no Brasileiro, porém o uruguaio foi nosso artilheiro, com 6 gols, e principal assistente com 6, sendo responsável por 12 dos 34 tentos anotados pela equipe (35,2%). Também foi o maior driblador do time com 13 certos. Robinho foi o jogador com maior aproveitamento nos cruzamentos com 26,4% de aproveitamento e 42 certos, média de 26,4 por jogo e 159 totais. Raniel foi o jogador que mais recebeu (50) e cometeu (45) faltas. Thiago Neves e Arrascaeta foram os jogadores com mais finalizações certas (20), com o camisa 30 sendo o que mais finalizou (50) com aproveitamento de 40%. Contudo, apenas 3 gols marcados no torneio. Raniel foi o vice-artilheiro da equipe com 4 gols em 32 jogos. David foi o jogador que mais ficou em posição de impedimento (17 vezes).
Na parte defensiva, Egídio foi o que mais interceptou bolas (16) em 25 jogos, seguido por Dedé com 9 em 20 jogos. Fábio foi o 6º goleiro com mais defesas difíceis (27) e 58 defesas/bloqueios de finalização. Nos desarmes, Lucas Romero foi o 1° do time e com 54 certos em 23 jogos, média de 2,3 por jogo. Egídio foi o 2° com 52 certos em 25 jogos, média de 2,1 por partida. Léo foi o 1° do time em rebatidas, com 184 em 31 jogos (média de 5,9 por jogo) seguido pelo Dedé com 132 em 20 jogos (média de 6,6 por jogo), e Manoel, com 99 em 16 jogos (6,2 por jogo). Hernán Barcos foi o jogador que mais perdeu a bola, com 72 perdas em 14 jogos, média de 5,1 por jogo. Seguido pelo Arrascaeta, com 97 perdas em 20 jogos, média de 4,9 por jogo, Thiago Neves com 112 em 24 jogos, média de 4,7 por jogo e Raniel com 137 perdas em 32 jogos, média de 4,3 por jogo.
Nos lançamentos, Fábio liderou com 110 certos e uma média de 37,4% de aproveitamento. Robinho vem logo atrás com 53 certos em 28 jogos e aproveitamento de 49,1%. Lucas Silva teve o melhor aproveitamento com 36 certos e 62,1% de aproveitamento. Nos passes, Egídio liderou com 1236, média de 49,4 por jogo e 90,7% de aproveitamento. Seguido por Léo com 1195, média de 38,5 por jogo e 97,5% de aproveitamento, Lucas Romero com 1188, média de 51,7 por jogo e 94,3% de aproveitamento, Robinho com 977, média de 34,9 por jogo e 88,9% de aproveitamento, Henrique com 911, média de 47,9 por jogo e 94,2% de aproveitamento e Lucas Silva com 906, média de 39,4 por jogo e 93,7% de aproveitamento.

Arrascaeta foi o principal jogador do Cruzeiro no Brasileiro, mesmo jogando pouco. Foto: Vinnicius Silva/ Cruzeiro E.C.
Conclusão
A impossibilidade de utilizar o time principal em todo a competição, somado ao baixo rendimento dos reservas quando utilizados frustraram o torcedor no Brasileiro. Pessoalmente, gostaria que a diretoria e comissão técnica optassem por disputar o principal torneio do Brasil pra valer, não colocando a Libertadores como prioridade, a Conmebol não merecem tal consideração. O Palmeiras mostrou que um elenco homogêneo é suficiente para vencer a competição, já que atuaram o segundo turno em vários momentos com time misto. Claro que é difícil, mas temos um time titular forte e precisamos melhorar justamente na composição de banco. Com nosso time titular/misto, tivemos um aproveitamento de 58,8%. Se esse rendimento fosse mantido, terminaríamos o campeonato a frente do Grêmio, que teve 57,9%, na 4ª colocação. O Cruzeiro pode mais e, após dois anos seguidos conquistando Copas, seria interessante voltar a conquistar o Campeonato Nacional, principalmente para o treinador Mano Menezes, que possui no seu currículo três conquistas de Copa do Brasil e nenhum campeonato de pontos corridos.
Saudações celestes
#MeDibre
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