RESPIRE FUNDO ANTES DE JULGAR

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É muito comum em situações que envolvam stress, ansiedade, raiva, frustração e toda sorte de sentimentos extremos ouvirmos pessoas dizerem “respira fundo…”, “calma que as coisas irão se resolver…”, “respire e volte ao foco…”.
Após o empate da última quarta-feira vimos grande parte da torcida muito brava, esbaforida de tanto cobrar e alguns até por vaiarem

Eu poderia estar agora escrevendo um texto com minha impressão sobre o jogo, tentando traçar perspectivas sobre o jogo contra a Chapecoense, debater possibilidades de escalações, variações táticas, mas, nesse momento, a única coisa que sou capaz de pensar para escrever para todos – torcida e atletas – é o seguinte:
RESPIREM FUNDO ANTES DE QUALQUER COISA. OXIGENEM AS IDEIAS E VOLTEM AO FOCO.

Na última partida contra o Vasco, a presunção de que a partida contra o Vasco seria a chance de um passeio com muitos gols a favor da equipe celeste deu lugar a um cenário de cobranças exageradas e, para muitos, de tanto gritar e esbravejar faltou oxigênio para a compreensão das ideias e do cenário que se apresentou.

A cobrança expressada pela torcida para cima do moleque da base, Marcelo, a meu ver, foi a prova cabal disso. Ainda que a estreia do jovem Marcelo, no campeonato brasileiro, não tenha sido um primor (até porque não há como negar que ele tenha errado em muitos lances, assim como erraram e falharam, e muito, Thiago Neves e Robinho), a torcida do Cruzeiro se ocupou nos vinte e poucos minutos de partida de fritarem o menino de forma sumária e já decretarem que o egresso da base celeste não vingará no futebol.

Respirem fundo… Repensem… Deixem para julgar com um pouco mais de evidências e, principalmente, minutos jogados pelo mesmo.

Aliás, nesse sentido, é muito oportuno ressaltar que o técnico Mano Menezes foi muito feliz ao perceber essa “ansiedade” do Marcelo e da torcida durante o próprio jogo. Quem tiver a oportunidade de assistir a reprise do jogo de quarta irá perceber que em determinado momento o repórter do Premiere intercede a transmissão para dizer que o técnico celeste teria pedido calma ao garoto e falado que confiava no mesmo.

A fala do Mano Menezes, vazada e captada pelo repórter de campo, transcendeu a simples orientação ao jogador. Foi um recado claro e indireto à parte da torcida celeste através dos microfones do canal que transmite os jogos.
No fundo, no fundo, Mano pedia calma nas análises e principalmente nos julgamentos sumários que grande parte de nossa torcida insiste em fazer.

A escalação de Marcelo se deu porque o elenco celeste está carente em muitas posições, principalmente no ataque e este era a única peça que o clube lhe dispunha para o momento.

Ainda que fosse, é necessário ressaltar que Marcelo não chegou ali por acaso: foi campeão brasileiro e da copa do Brasil nas divisões de base, participou das seleções de base jogando pelo Cruzeiro. Se o Mano – que é um técnico que não se notabiliza como um utilizador habitual da base – o escalou foi porque viu elementos que o permitissem colocá-lo em campo.

Em que pese ter sido claro, notório e indiscutível que Marcelo não jogou como muitos esperam, e não tenha jogado bem, não há como crucificar o garoto como responsável único pelo empate da última quarta, até porque, como já dito, Thiago Neves e Robinho, por exemplo, não jogaram bem, também.

Não é motivo para taxar ninguém de imprestável, duvidar da capacidade de cada um, mas, é sim momento para que respiremos fundo, voltemos a focar no campeonato e que concentremos para melhorar.

Não será a primeira e nem a última vez que passaremos por situações como a de quarta. Com mais oxigênio e respirando de forma cadenciada evitamos a tomada de decisões precipitadas, emotivas, impulsivas e na maioria das vezes erradas.
Calma com o andor que o santo é de barro.

Menos julgamentos sumários e mais apoio aos nossos.
Vamos, vamos Cruzeiro!!

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