
Na quinta-feira, o Cruzeiro terá uma dura tarefa que, se concretizada, será épica. Após perder de 2×0 na Bombonera, os comandados de Mano Menezes precisam fazer pelo menos 3 gols para classificar às semifinais da Libertadores sem a necessidade dos pênaltis. Uma vitória pelo mesmo placar da ida levaria às penalidades e, caso soframos um gol, haverá a necessidade de fazer 4 e assim sucessivamente para cada gol sofrido.
É importante que a equipe entre pressionando o adversária com inteligência, algo que a experiência do elenco tem de sobra para fazer. Do outro lado está uma equipe cascuda, acostumada com a competição e especialista na catimba. O que o Boca mais deseja é um Cruzeiro afobado, indo ao ataque sem organização e deixando espaços na defesa para que encaixem um contra-ataque e matem o jogo fazendo um ou mais gols. Até por isso, Schelotto dá indícios de preparar seus titulares para atuar com dois pontas agudos – Sebastián Villa e Pavón – e Zárate na referência, pois não contarão com Benedetto (lesionado) e Ábila ainda não está 100% fisicamente (ficou três semanas parados).

Sabendo da necessidade de marcar gols do adversário, Schelotto prepara uma equipe com pontas agudos para explorar a velocidade e contra-ataques. Foto: TyC Sports.
Desde o seu retorno, em 2016, Mano Menezes soma 134 jogos contra equipes da 1ª divisão e 57 vitórias (42,5% de aproveitamento). Nas competições de mata-mata, são 14 confrontos decidindo a segunda partida no Mineirão e 100% de aproveitamento. Isso mesmo, caro leitor. Com o Maestro da Orquestra no comando, o Maior de Minas ainda não se despediu das Copas decidindo em casa. Dessa vez, porém, é diferente. Mano nunca chegou para a partida decisiva com um revés de 2-0. A pior derrota foi para o Grêmio, em 2017, quando perdeu na Arena por 1×0 e classificou a equipe devolvendo o placar e levando para às penalidades. Por este motivo, fiz um levantamento das vitórias protagonizada pela equipe do treinador gaúcho contra times da Série A para entender qual a probabilidade de revertermos o placar. Vamos aos números:
O Cruzeiro de Mano Menezes venceu 21 jogos por 1×0, totalizando 36,8% das vitórias. Com este placar, estaríamos eliminados. O segundo maior placar da “era Mano” é o 2×0, que aconteceu em 14 oportunidades, totalizando 24,5% dos triunfos. Aqui, já conseguiríamos levar o jogo para às penalidades. O placar que nos classificaria de forma direta é o 3×0, este aconteceu apenas uma vez.
E se o Cruzeiro sofrer um gol?
Analisando o histórico do nosso treinador, é importante não ser vazado. Porém, caso aconteça, qual a probabilidade de avançarmos? Os números não são animadores. Caso sofra um gol, será necessário marcar 4. Nesse cenário, ainda não há resultados por 4×1 contabilizados, todavia aconteceu um 4×0 contra o Vasco, na Libertadores desse ano. Caso sofra dois gols, em apenas uma oportunidade a equipe de Mano Menezes conseguiu vencer por 5×2. O placar mais elástico com o técnico foi um 7×0, contra a Universidad de Chile, no Mineirão.

Apesar da dificuldade, Mano Menezes foi capaz de mobilizar sua equipe e conseguir os resultados quando necessário. Dessa vez, terá seu maior desafio. Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro
O histórico de vitórias com Mano Menezes demonstra que a chance do Cruzeiro conseguir avançar é vencendo por 2×0 e superando o Boca Juniors nos pênaltis. Entretanto, sabemos que números frios servem apenas para consulta, sem dar certeza. O futebol possui tantas variáveis que cravar um resultado positivo ou negativo se baseando apenas nos dados estatísticos é arriscado, por isso esse esporte é tão apaixonante. A tarefa é difícil, mas essa equipe já demonstrou em outros momentos força mental para reverter quadros adversos como a vitória contra o Grêmio na semifinal da Copa do Brasil em 2017, a final do Mineiro de 2018 e nos jogos contra Universidad de Chile e Racing. O importante, no fim das contas, é lutar até o final.
#VamosLaBestia
Foto de capa: Vinnicius Silva/ Cruzeiro E.C.
#MeDibre