Rodízio uruguaio: como Paulo Pezzolano vem utilizando o atual elenco do Cruzeiro

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FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR / CRUZEIRO

Escalar um time do Cruzeiro neste início de temporada tem sido tarefa árdua para os jornalistas e analistas que cobrem o time diariamente. Saber exatamente o que se passa na cabeça do uruguaio Paulo Pezzolano, para além do que é explicitado em entrevistas coletivas, é um grande mistério e que acaba gerando questionamentos.

Mas é preciso ressaltar que há coerência no trabalho prático em relação ao que é dito. Pezzolano, desde o primeiro contato com o Cruzeiro, deixou claro que iria utilizar o campeonato mineiro para experimentar formações e testar jogadores. As oportunidades existem e a prova disso é o número total de atletas utilizados nos primeiros 8 jogos da equipe: 32 jogadores.

É neste momento, em que o Cruzeiro irá enfrentar uma sequência de jogos mais decisivos, que todos esperam visualizar o que pode ser a base para um time principal. A Raposa enfrenta o Sergipe, amanhã, pela primeira fase da Copa do Brasil e na sequência já se prepara para o clássico contra o Atlético, pela fase classificatória do Campeonato Mineiro.

Se não é possível cravar um time titular, é possível analisar quais foram os atletas que mais atuaram com Paulo Pezzolano neste início de temporada. Mas é importante ressaltar que vários atletas do sub-20 foram promovidos logo após o término da Copa São Paulo de Futebol Júnior e só agora estão ganhando mais oportunidades. Também é preciso levar em consideração a condição de atletas que estão se recuperando de lesões, como o atacante Vitor Leque, o volante Lucas Ventura e o zagueiro Sidnei.

Confira os 10 jogadores com mais “minutagem” com Paulo Pezzolano:

Rafael Cabral – 540 minutos
Edu – 452 minutos
Felipe Machado – 450 minutos
Rafael Santos – 442 minutos
João Paulo – 429 minutos
Rômulo – 381 minutos
Waguininho – 377 minutos
Eduardo Brock – 365 minutos
Giovanni – 340 minutos
Willian Oliveira – 333 minutos

Rafael Cabral chegou como o responsável por substituir um dos maiores ídolos do clube. Sua experiência e suas temporadas passadas são as suas credenciais até o momento; Edu é o novo xodó da torcida, com 5 gols marcados é o artilheiro do time na temporada e, junto com Rafael Santos e João Paulo, entra na lista dos que atuaram em mais partidas (7 das 8);

Apesar de não conter nenhum atleta promovido recentemente das categorias de base do Cruzeiro entre os 10 primeiros, por motivos já explicitados acima, vários desses jovens já possuem uma boa “minutagem” com Pezzolano. A necessidade e os empecilhos de ir ao mercado nos últimos anos acabou abrindo espaço para alguns jogadores que subiram na última temporada ou até mesmo neste ano, casos como o de Geovane (305 minutos), Thiago (247 minutos), Adriano (225 minutos), Daniel Júnior (211 minutos) e Marco Antônio (206).

Mas quais seriam os atletas menos utilizados por Paulo Pezzolano? A lista de minutos jogados acaba mostrando que os 10 que tiveram menos tempo em campo são atletas que chegaram depois, sofreram lesões e estão terminando seus processos de recondicionamento ou entram na questão de serem jogadores jovens, ainda em processo de transição para o profissional.

Confira os 10 jogadores com menos “minutagem” com Paulo Pezzolano:

Gabriel Dias – 133 minutos
Vitor Roque – 124 minutos
Lucas Ventura – 122 minutos
Sidnei – 121 minutos 
F. Canesin – 112 minutos
Miticov – 101 minutos
Paulo – 90 minutos
Ageu – 68 minutos
Vitor Leque – 25 minutos
Weverton – 11 minutos

Dos atletas que compõem e estão treinando com o elenco principal, apenas o goleiro Gabriel Brazão, que ainda não teve sua situação contratual devidamente regularizada, não teve oportunidades na equipe principal.

Enfim, números sozinhos não mostram necessariamente uma verdade, mas o contexto atual mostra que Pezzolano tem, sim, aplicado conceitos novos e utilizando o Campeonato Mineiro como um verdadeiro laboratório. Contando com a experiência de jogadores mais rodados e aproveitando para utilizar jovens valores da base, o seu time apresenta um aproveitamento de 79,17% e basta uma vitória amanhã para se tornar o melhor de um técnico em início de projeto desde Enderson Moreira, em 2020, que também teve 6 vitórias, 1 derrota e 1 empate em seus primeiros 8 jogos no comando.

Com base em tudo isso, é possível escalar um time “base” de Paulo Pezzolano? Num mero exercício de “achismo” essa seria a formação levando em conta o esquema 4-2-3-1 e o número de minutos em campo de cada um dos atletas até o momento:

*() = minutos em campo, sem contar acréscimos. IMAGEM: Deus me Dibre
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