Rodrigo Pastana concede coletiva e fala sobre salários, equipe fechada com Mozart e surpresa com negociação recente

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FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR / CRUZEIRO E.C.

O diretor de futebol do Cruzeiro, Rodrigo Pastana, concedeu entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (22). As perguntas foram abertas aos veículos de comunicação através da assessoria do clube e repassadas ao dirigente, que comentou sobre o momento do clube, expectativas na Série B, salários atrasados e ainda comentou sobre as negociações recentes envolvendo a saída de atletas.

Rodrigo foi questionado sobre o momento do clube e as perspectivas dentro da Série B, com o time ocupando a zona de rebaixamento. O dirigente foi bem assertivo ao dizer que não se trabalha com outra hipótese que não seja o acesso do time para a Série A do Campeonato Brasileiro e citou exemplos de recuperação em outras edições e também dentro da competição atual.

“Nós não trabalhamos com essa hipótese de não subir. Nós temos uma avaliação semanal da competição. Já tiveram campanhas surpreendentes como a do América em 2018, como a do próprio CSA ano passado, que não chegaram a pontuação de classificação por 2 ou 3 pontos. Então a gente acredita ainda no acesso. É óbvio que essa vitória precisa vir rapidamente e a gente espera que com a primeira vitória a gente engrena e consiga chegar num patamar de classificação bem maior. É o caso hoje do Guarani e o caso do Remo.”

Sobre uma possível demissão ou decisão em comum acordo para a saída do técnico Mozart e sua comissão técnica, Pastana ressaltou que o grupo está fechado e que não houve nenhuma procura por algum outro técnico, citando Vanderlei Luxemburgo, que de acordo com outros veículos, teria sido procurado para o cargo.

“Não houve nenhuma procura a treinador algum. Nem ao Luxemburgo. Nós pensamos diariamente no trabalho com o Mozart. O grupo está unido e gosta do trabalho dele. Essa avaliação acontece pelos resultados e eu respeito. Mas o trabalho diário é muito bom, ele tem muito conhecimento, tem experiência. Vem de um trabalho excelente junto ao CSA ano passado. E o fato dele ter o grupo na mão ajuda muito. A gente acredita sim que essa comissão técnica vai nos trazer ao caminho natural que é o de vitórias.”

“Eu não chamo ainda de trabalho. A gente não pode falar que é trabalho quando você tem a oportunidade de estar há 40 dias exercendo uma função, mas o seu trabalho realmente como treinador é treinar. E nós tivemos uma semana de treino. Avalio sim o resultado, o resultado não é satisfatório. Mas a gente ta fazendo por onde. Eu tenho visto o empenho dos atletas e a relação deles como treinador. Nós esperamos que agora, contra o Vila, essa vitória venha e aí teremos 2 jogos com duas semanas cheias de treinamento. E aí sim, talvez o Mozart consiga implantar um padrão melhor de jogo.”

A dificuldade do técnico Mozart em encontrar uma equipe ideal, com formação tática definida e repetindo escalações também foi motivo de questionamento ao diretor de futebol. Pastana deixou claro que entende a forma de trabalho do Mozart e que o técnico tem sido prejudicado pelo calendário, além de questões de campo, como expulsões e lesões. Ainda deixou claro que não há qualquer diferença entre atletas vindo da base que hoje estão no grupo profissional.

“São muitas mudanças. Infelizmente, a maioria delas por expulsão ou lesões. O Mozart foi claro nas primeiras entrevistas sobre o modelo que ele gostaria de adotar, que é o 3-4-3, infelizmente não houve a possibilidade. Tiveram vezes que a gente tinha só dois zagueiros pra uma partida. Isso pode voltar a acontecer com o tempo, mas por hora foi muito difícil manter o 3-4-3. E isso prejudicou bastante. Você é obrigado a mudar jogadores em todos os jogos muito por falta de equilíbrio. É um diagnóstico que já fizemos. Quanto a questão de garotos da base, essa frase a gente nem usa aqui, nem tem essa caracterização, são todos atletas profissionais que já performaram, já tem certa minutagem e que precisam de performar diariamente pra serem escalados ou serem relacionados nas partidas da Série B.”

Pastana ainda comentou sobre as saídas recentes de atletas e como isso pode enfraquecer a equipe. Ressaltou que a saída para um clube da Série A era um desejo do atacante Airton, que está sendo negociado e irá por empréstimo ao Ceará, além de ter sido pego de surpresa com a liberação do volante Matheus Barbosa, que se transferiu ao Atlético-GO. O diretor não comentou sobre uma possível negociação envolvendo o atacante Marcelo Moreno.

“Você tem razão sobre perder forças, mas a gente tem que explicar a situação contratual e pessoal de cada um. Primeiro Airton, já havia recebido duas sondagens de clubes da Série A e já tinha exposto sua vontade de sair do clube por n motivos e motivos principalmente pessoais. Infelizmente ele não vinha desempenhando um resultado desportivo satisfatório, então a gente avaliou que seria uma boa sim, a proposta do Ceará foi uma boa e nós aceitamos. Quanto ao Matheus Barbosa, foi uma questão contratual, me pegou de surpresa, porque eu jamais imaginaria que um clube como o Cruzeiro deixasse uma cláusula insegura como essa, de liberação pra clubes da Série A. Enfim, essa cláusula existe no contrato dele, mesmo que não seja onerosa. E ele preferiu aceitar uma proposta do Atlético-GO. No caso do Marcelo Moreno, ele teve um problema familiar e solicitou que não fosse treinar. Voltou só na terça-feira e por isso não está aqui (em Goiânia) pra enfrentar o Vila Nova.”

Rodrigo Pastana, questionado sobre os números atuais e as possibilidades estatísticas do time permanecer na Série B, ou até mesmo ser rebaixado no Campeonato Brasileiro, deixou claro que não concorda e que se trata de uma matemática incorreta. O diretor prefere aguardar até que o primeiro turno do campeonato se encerre e também ressaltou seu papel dentro do organograma do clube.

“Não concordo com esses números. Essa matemática feita nas primeiras rodadas, antes que a gente cumpra pelo menos 50% do campeonato, é totalmente evasiva e incorreta. É simplesmente um método estatístico. E eu não concordo. Tenho certeza que a gente vai se recuperar e vai voltar ao caminho das vitórias.”

“Eu não acredito em estatística antes de cumprir 50% da competição. Eu como diretor de futebol tenho que fazer meu trabalho, integrar todos os departamentos, pra que tudo seja entregue da melhor forma a comissão técnica. Eu preciso de manter um bom ambiente de trabalho e isso eu garanto que a gente tem, um excelente clima e ambiente de trabalho. A única coisa que eu posso fazer é tentar colaborar ao máximo no que eles precisam: qualidade de treino, condição de trabalho, qualidade da viagem, integração dos departamentos, fluxo de informações e também tentar, junto a diretoria, resolver os problemas de cunho salarial.”

O próximo confronto do Cruzeiro é no sábado (24), às 16:30h, contra o Vila Nova, em Goiânia, onde o time já se encontra. O Cruzeiro vem de sete jogos sem vitória e ocupa a 17ª colocação do Campeonato Brasileiro da Série B, com 11 pontos conquistados em 13 jogos.

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