Rodrigo Pastana fala sobre polêmicas, base, reforços e protestos

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FOTO: REPRODUÇÃO / YOUTUBE / CRUZEIRO E.C.

Apresentado oficialmente na tarde deste domingo (6) o novo diretor de futebol do Cruzeiro, Rodrigo Pastana, respondeu às diversas perguntas da imprensa em sua primeira entrevista coletiva na Toca da Raposa II. 

Muito contestado pela torcida, que chegou até a protestar contra sua vinda, Pastana não se absteve de comentar sobre casos do passado e sua perspectiva para o futuro da Raposa. De acordo com o Pastana, ainda não houve tempo para entender e diagnosticar o elenco do Cruzeiro. 

“Nós vamos fazer esse diagnóstico nas próximas 3, 4 rodadas. Vinha conversando com o Deivid, com o presidente, com o Toninho que é nosso chefe de análise de mercado. E com o próprio Felipe Conceição e se necessário vamos sim trazer mais alguns reforços.”

Questionado sobre os protestos da torcida e as manifestações que aconteceram no último sábado (5), Pastana disse ter tomado conhecimento e pretende mudar essa impressão.

“Eu tomei conhecimento sim (sobre os protestos) e vejo com total respeito. É mais uma responsabilidade que eu tenho com a Nação Azul de me empenhar cada vez mais e de mudar esses índices de rejeição. Eu torço para que abraçados no final da Série B a gente mude tudo isso. Mude essa rejeição considerável que estou tendo. E estou a par da rejeição e dos protestos.”

Sobre possíveis reforços e a sua relação com empresários, num momento onde o Cruzeiro lida com alguns problemas com agentes de atletas, Pastana falou que pretende ter uma boa relação e ainda relembrou o caso do áudio vazado do técnico Argel Fuchs, com quem trabalhou no Coritiba e no Figueirense.

“Essa relação com empresários é saudável, é claro que ela tem um âmbito somente profissional, a gente tem que tomar muito cuidado com essa relação, pra que ela não passe dos limites. Eu já tive acusações infundadas por causa disso com o Argel (Fuchs, treinador) e todos sabem. Então a gente tenta manter uma relação saudável pra que o clube não se prejudique. Quanto a relação de algum atleta, ou algum empresário pra que tragam jogadores pro Cruzeiro, eu de verdade não acredito nisso. O Cruzeiro é gigante, todo jogador tem o sonho de vestir a camisa do Cruzeiro e no meu caso vai ser um facilitador pra trazer um jogador seja ele de que posição for. Se tiverem lacunas elas serão completadas.”

Uma das pautas vigentes na Raposa e que sempre se discute, é sobre a utilização de atletas da base. Nas últimas semanas, o Cruzeiro chegou a liberar jogadores de destaque do sub-20 para que procurem outros clubes por empréstimo – curiosamente, os mesmos voltaram a fazer parte da lista de atletas relacionados do técnico Felipe Conceição.

“Quanto aos garotos da base, nós não podemos nos esquecer que o objetivo maior do clube é subir pra Série A. E esses jogadores da base, sobem com uma grande minutagem já, porque se trata de um clube gigante, que disputa competições importantes no cenário nacional. Eles vem com uma minutagem considerável no profissional para que eles melhorem. Caso eles não performem da melhor maneira possível, não sejam titulares, isso será uma escolha do treinador e claro que alguns o clube toma a melhor decisão de emprestá-los em algum clube do qual nós somos parceiros. É um processo natural.”

Sobre reforços, Pastana falou que contratações pontuais podem se fazer necessária, focando principalmente no objetivo de buscar a Série A do Campeonato Brasileiro.

“O objetivo se faz urgente, que é o acesso. Nós temos vários atletas para pensar no futuro, que são os de base. Mas nós temos que pensar no nosso objetivo, que é competir, vencer e ter o acesso neste ano, de centenário. Se tivermos que contratar jogadores que venham só pra performar esse ano nós o faremos também.”

Questionado sobre as polêmicas, que vão desde uma acusação de improbidade administrativa dos tempos em que trabalhava no Barueri, até os áudios do técnico Argel Fuchs e também sobre o caso envolvendo o jogador Jadson, Pastana comentou pontualmente sobre cada um:

“Ela (acusação) vem de um convênio que o Barueri (clube) tinha com a prefeitura de Barueri. Eu nunca fui funcionário público, eu era simplesmente sócio minoritário do clube. Fomos absolvidos do processo em 2018. Esse processo já foi, fomos absolvidos. MP entendeu que estava errada a forma processual que foi feita a acusação. Quanto as acusações do Argel, todo mundo sabe que são infundadas e ele vai responder na justiça.  (Sobre o Jadson) na época eu me equivoquei, são bastidores, a gente confere informações sobre todos os jogadores e na época não foram boas. E eu me equivoquei de externar isso numa coletiva. “

Sobre protestos pedindo sua saída em outros clubes que trabalhou e também sobre uma possível saída do meia Marcinho – que estava negociando com o CSA, clube em que Pastana estava atuando como Diretor de Futebol – o novo profissional da Raposa comentou:

“Eu sou um cara extremamente democrático e acho que a torcida tem o direito de se manifestar. Hoje, no futebol, existe a paixão envolvida e isso está deflagrado nas mídias sociais. Dos 4 clubes citados, 3 dele eu consegui o acesso (Figueirense, Paraná e Coritiba) foram fatos isolados, no ABC eu reconheço que não tenha feito um bom trabalho, mas logo em seguida fui contratado pelo Ceará e quase conseguimos o acesso. Quanto ao Marcinho, nós estávamos negociando a ida dele pro CSA e quando o próprio agente ouviu o boato de que eu viria pra cá, pediu pra esperar um pouquinho pra conversar com o atleta, eu também não tinha acertado, precisava de conversar com o Felipe para saber os reais motivos do afastamento do Marcinho e não o fiz ainda.”

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