
FOTO: PEDRO CHAVES / LIGHTPRESS / CRUZEIRO E.C.
Nem 50 dias. Foi o que durou Rogério Ceni no comando técnico do Cruzeiro. Rogério chegou, tentou mudar a casa, moldar um time que – ao contrário do que vinha apresentando com Mano Menezes – desse resposta em campo ao pedido de todos: ofensividade, velocidade, intensidade. Um início bom, com duas vitórias e um empate. Uma sequência cruel contra Internacional (pela Copa do Brasil, tendo que reverter um cenário difícil), Grêmio, Palmeiras e Flamengo, que somaram quatro derrotas e, por último, o empate com o Ceará.
Entretanto, o respaldo que Rogério Ceni achou que teria no comando do Cruzeiro não existiu. Com o retorno de Itair Machado ao comando do futebol, como apurou o jornalista Pedro Rocha, jogadores como Edilson e Thiago Neves mostravam insatisfação com as escolhas do treinador. Pesou pro lado mais fraco, Rogério era profissional – ao contrário da diretoria do Cruzeiro. Quando chegou, Rogério disse que veio porque “É o Cruzeiro” e só isso bastava. Hoje sai sabendo que isso aí não é o Cruzeiro e sim um clube aparelhado, que caminha a passos largos para a série B.
Os bastidores da saída de Ceni mostram que não há qualquer comando no Cruzeiro. Os jogadores determinam se e quando querem jogar. A diretoria é covarde e foge do embate, das coletivas e das perguntas. A cartilha do descenso está sendo preenchida com sucesso e o Cruzeiro, quase centenário, vive hoje o pior momento de sua história – tudo com respaldo do conselho deliberativo.
Rogério Ceni tem currículo e uma história vencedora. Mesmo que esteja no seu início de carreira como treinador, sabe como funciona o futebol no brasil e seus bastidores. Era a opção certa, no momento errado. Enfrentar um sistema como esse, hoje, é quase impossível. Infelizmente, quem perde com isso é o Cruzeiro.
Agora, o Cruzeiro volta ao mercado e já busca novas opções para técnicos. Dorival Júnior, nome que agrada a diretoria, disse estar indisponível por motivos de saúde. O tempo corre contra o clube.