
FOTO: ACERVO PESSOAL
Após matéria publicada na manhã desta terça-feira (15) no portal O Tempo, a reportagem do Deus Me Dibre entrou em contato com o 2° vice-presidente do Cruzeiro, Ronaldo Granata, para abordar o futuro da sua chapa e sua possível renúncia ao cargo. Você confere a entrevista com as perguntas e respostas abaixo:
Deus Me Dibre: A possibilidade de renúncia realmente está descartada por você? Mesmo que ela seja protocolar para chamar novas eleições?
Ronaldo Granata: inicialmente, é preciso deixar bem claro que eu fui o primeiro a dar o grito contra essa diretoria. Enquanto se dizia que o clube tinha um “presidente raiz” e um “mito” no futebol eu já alertava para os riscos que estávamos correndo. Jamais participei de qualquer decisão dessa diretoria. Minha postura radical sempre foi contra as pessoas que o Wagner Pires de Sá levou para o clube antes mesmo da posse, o que me fez romper com ele. Nunca concordei com as escolhas e tomei a decisão de permanecer longe sem nenhum envolvimento. Infelizmente, não fui ouvido quando lá alertava ao conselho, a imprensa e a nossa torcida. Minha vida é limpa. Sou um homem honrado e que não tem nenhum denúncia contra mim. Por isso, quem tem que renunciar não sou eu. Estão criando uma situação para favorecer politicamente pessoas que têm interesses. São essas pessoas que estão manobrando para assumir o clube diante da situação caótica que nos encontramos. Penso que os envolvidos nas acusações devem sair do Cruzeiro imediatamente, não é preciso nem esperar pela reunião do dia 21. O que eu não aceito é ser colocado no mesmo balaio. Não tem nada que pese contra mim.
DMD: Você não acha que a possibilidade de ser afastado pelo conselho no dia 21 seria pior para a sua imagem do que a renúncia?
RG: O Cruzeiro precisa ser tratado com responsabilidade, mas também com justiça. Temos um estatuto que precisa ser cumprido também. Da mesma forma que o Clube tem pessoas extremamente perniciosas, existe também muita gente do bem. É preciso separar as coisas. Não se trata de vaidade a recusar em renunciar ou de afastamento. Sou um pai de família e empresário honrado. Não posso admitir que meu nome fique na história do Cruzeiro com um vice presidente que renunciou sem que eu tenha feito nada de errado.
DMD: a torcida tem deixado claro que anseia por novas eleições e via em você um caminho para o início da mudança, não seria uma decisão antipática a escolha pela permanência?
RG: A torcida do Cruzeiro tem sido enganada há anos, e isso é uma covardia. Se aproveitam da paixão de milhões de pessoas para ficar vendendo a elas falsas expectativas. Sempre me coloquei à disposição para fazer o máximo da minha vida pelo Cruzeiro, e acho que nesse momento a minha maior contribuição é estar lá dentro, acompanhando tudo o que será feito. Se eu me afastar, serei conivente com decisões que possam ser tomadas politicamente O torcedor precisa saber que o endividamento do Clube começou não foi na era Wagner e nem Gilvan. O Cruzeiro vem se comprometendo financeiramente desde que os irmãos Perrella assumiram o poder. O presidente Gilvan encontrou o clube já com uma dívida de 117 milhões. Esses valores corrigidos hoje seriam muito superiores a 200 milhões. No primeiro mês não tinha dinheiro nem para pagar os salários. Foi essa a herança que o Zezé Perrella deixou. Agora ele tá aparecendo como se fosse o salvador de tudo.
DMD: ao contrário de você, o vice Hermínio Lemos é um dos maiores apoiadores e se mostra ao lado de Wagner e Itar. Sua decisão em comum com a dele não passa uma mensagem errada?
RG: Eu sempre respondi por mim. Se tivessem me ouvido, o Cruzeiro não teria chegado no fundo do poço com essa administração. O Hermínio tomou as decisões dele, com os motivos dele. Decidi permanecer no Cruzeiro, mesmo depois que rompi com o Wagner, em respeito aos conselheiros que votaram em mim. Na campanha trabalhei muito e nossa chapa só foi eleita porque eu tinha muitos votos. Nesses quase dois anos, acompanhando tudo o que acontecia lá dentro, fiz diversos alertas, mas, infelizmente, meus gritos não deram em nada. Quando o Fantástico me procurou, eu novamente fui muito claro contra tudo o que acontece dentro do Clube. Mas volto a dizer, há muito tempo eu vinha fazendo esforços para mostrar a realidade. Pena que só se propagava que o Cruzeiro tinha um “presidente raiz” e o “mitair”, o homem forte que destruiu o clube.
DMD: caso Wagner renuncie, como você pretende agir? Hermínio não seria a manutenção dos privilégios e desmandos?
RG: Qualquer pessoa que se dispuser a assumir o Cruzeiro hoje precisa ter muita noção de como o Clube está. Ouço falar que o Pedro Lourenço seria a salvação. Quem fala isso está pensando só em dinheiro, o que hoje precisamos muito. Mas o Pedrinho vai colocar do bolso dele todo mês 20 milhões para pagar a folha? Vai pagar os dois milhões da multa do Itair e os prêmios que ele ainda tem a receber? Empresário como o Pedro são muito bem vindos para ajudar a salvar a instituição Cruzeiro desse buraco, mas além de dinheiro o Clube precisa também de gente séria para fazer a limpeza que tanto se faz urgente
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