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SAF: XP Investimentos já se movimenta com possíveis investidores e Cruzeiro vê projeto evoluir

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FOTO: REPRODUÇÃO / CRUZEIRO E.C.

Entendida como a grande salvação do Cruzeiro, a transformação do futebol do clube em Sociedade Anônima do Futebol vem evoluindo a cada dia mais. Após todo o processo interno e burocrático, que acabou com a aprovação do conselho deliberativo pela transformação, agora o caminho para que a SAF seja implementada – e consequentemente vendida – segue um trâmite mais prático e objetivo.

Nossa reportagem conversou com Pedro Mesquita, head da XP Investimentos e, hoje, o responsável por realizar todo o trâmite entre o clube, já dentro do modelo da Sociedade Anônima do Futebol, e possíveis investidores que tenham o interesse em adquirir os 49% que serão colocados para venda. É sempre necessário ressaltar que a parte que será implementada na SAF diz respeito ao futebol, enquanto o clube social permanece no modelo de associação.

Pedro foi didático ao explicar toda a tramitação que envolverá a venda do clube, mas ressaltou que o processo é feito de forma discreta e que todos os interessados precisam assinar um documento que garante a confidencialidade da negociação. Diante das diversas dúvidas que o tema pode trazer, questionamos sobre a autonomia, processo de venda, diretoria executiva e alvos interessados no clube.

Quem irá comprar o Cruzeiro?

“Nós estamos indo atrás dos maiores investidores desse mercado (de futebol)” garantiu Pedro Mesquita. Apesar de não poder citar nominalmente, o número de possíveis investidores interessados já passa de 15, como havia informado anteriormente o portal Superesportes/EM

“Quem vai escolher quem vai comprar o Cruzeiro, somos nós (XP Investimentos).”

Inicialmente, caberá à XP Investimentos promover a venda do clube, procurando de forma analítica potenciais investidores do ramo do futebol, principalmente de fundos internacionais. “Qualquer marca que tenha quase 10 milhões de torcedores está valorizada”, garante Pedro. 

Essa procura por possíveis investidores já está acontecendo e faz parte desse trâmite inicial. É o primeiro passo para consolidar o projeto da SAF, que deverá ser formalizada ainda em dezembro deste ano. Preparar as apresentações e o teaser do que foi, é e o que poderá ser essa formatação de um novo Cruzeiro.

“Só vai ter proposta quando nós abrirmos para isso.”

O head da XP explicou que, até mesmo a apreciação e a análise das propostas seguirá um cronograma. A ideia é que depois de buscar a maioria dos possíveis investidores, que os mesmos apresentem as propostas, para que a corretora possa fazer uma análise tanto quantitativa (em termos financeiros) como qualitativa (em relevância e especialização). A partir disso, poucos serão selecionados e uma das ofertas será aceita.

“O processo é feito para apenas um comprador. O processo tem avaliação, você faz um teaser mostrando quanto que o Cruzeiro vale. Você identifica os possíveis compradores e escolhe as melhores propostas.”

Comprou, e agora?

Caso tudo ocorra da forma como planejado, o futebol do Cruzeiro poderá estar na mão do novo investidor ainda no primeiro trimestre de 2022. De início, caberá ao comprador determinar o CEO e montar uma nova diretoria para comandar o clube. Áreas como marketing, comunicação, relações internacionais e tudo mais que for determinante para o funcionamento do futebol, passarão a ser comandadas dentro desse contexto.

“20% da receita tem que ser dedicada para pagar a dívida de acordo com a Lei.”

A Lei 14193/2021 traz em sua redação a obrigatoriedade dita por Pedro. Sancionada este ano, a lei foi o verdadeiro diferencial para que o Cruzeiro enxergasse na transformação do clube em SAF a saída para os seus problemas. Em seu 10º artigo, a lei traz as condições para que o clube não descumpra com suas obrigações passadas. De acordo com Pedro essa é, inclusive, a melhor opção também para os credores, que poderão negociar condições melhores para evitar um possível “calote”.

“Esse cara que comprar, na hora que zerar a dívida, metade do lucro é dele.”

Um dos motivos que torna o negócio tão atrativo, é a possibilidade de enxergar um sucesso além do desportivo. Com uma marca valorizada e com uma vida econômica saudável, é possível que em médio ou longo prazo, a SAF passe a ser lucrativa para aquele que se dispor a investir. 

“Uma marca que tem 9 milhões de fãs sempre vai ser valorizada. Não importa se está na primeira ou na segunda divisão.”

Finalizando a conversa, Pedro Mesquita também valorizou a marca Cruzeiro e ressaltou que a grandeza do clube é um dos fatores que vem atraindo diversos olhares para essa transformação. Com o clube encabeçando esse movimento e servindo de exemplo, todas as atenções nestes próximos meses estarão voltadas para o que o futuro reserva ao Cruzeiro.