SEM MANO MENEZES E SEM COMANDO NENHUM

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FOTO: VINNICIUS SILVA / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.

Sem comando moral, sem comando técnico, sem comando em campo e o pior, sem comando estrutural. O Cruzeiro, que perdeu, em casa, por 1 a 0 para o Internacional no primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, chegou a injustificável marca de 825 minutos sem marcar gols. São 18 jogos com apenas 1 vitória. Esses números mostram que o Cruzeiro, hoje, está jogado ao acaso e o destino tem sido implacável.

O que fica evidente que Mano Menezes não conseguia mais tirar nada desse elenco, que aos poucos foi desfeito por uma diretoria omissa e incompetente. Se a demissão é o caminho? Eu não sei, mas defender seu retrospecto atual só pelo seu histórico de conquistas não é justo. A situação pede mudanças drásticas – e talvez a mudança de treinador seja esse caminho. Entretanto, sabemos que a troca de treinador, por si só, pode ser um tiro no pé absurdo – entrando naquele rodízio vicioso de “resultadismo” que quase nos rebaixou em 2011.

O time que enfrentou o Internacional errou muito. Erros absurdos de passe. Jogadores como Thiago Neves simplesmente parece que desaprenderam a jogar. Decisões erradas de Pedro Rocha e Orejuela. Um time nulo, que teve a posse de bola (63%) e foi inofensivo em todo primeiro tempo e boa parte do segundo. Se todo adversário que entregar a bola pro Cruzeiro tiver essa facilidade em conter ataques e contra-atacar sem marcação pesada, já podemos considerar o ano trágico e finito.

No segundo tempo, um relapso de um time que ataca e pressiona no campo ofensivo, mas sem nenhuma efetividade, seja pela falta de pontaria ou pelas péssimas decisões dos homens de frente. Idêntico ao que foi apresentado contra o River Plate. A diferença é que, dessa vez, não houve tempo para se fechar e buscar segurar o empate, o Inter foi mortal e numa pressão de poucos minutos, abriu o placar num lance idêntico ao que já tinha feito no Brasileiro: Fábio operando milagre e o erro de rebote na desatenta defesa.

Enfim, a Copa do Brasil é feito improvável e agora toda a concentração do time deve ser em se recuperar o quanto antes no Brasileirão. Essa diretoria terá uma árdua missão de buscar por um novo técnico, que aceite as condições difíceis pelas quais o clube passa e pela falta de planejamento dos que comandam o time. Não há horizonte otimista, nem mesmo com um técnico novo, pois como já dito o elenco está defasado e sem condições de reforçar, por conta das condições financeiras.

Mano Menezes encerra seu ciclo no Cruzeiro, marcado na história pelos títulos e pelo estilo de jogo sempre controverso diante das opções. Mas longe de ser o grande vilão pela atual situação: é preciso repetir e deixar claro que tudo pelo que o Cruzeiro passa hoje, seus desmandos e sua imagem institucional manchada é por conta do presidente Wagner Pires de Sá, Itair Machado, Sérgio Nonato e outros.

Números de Mano Menezes em suas duas passagens pelo Cruzeiro (2015 / 2016-2019):
235 jogos, 112 vitórias, 69 empates, 54 derrotas.

Coletiva do ex-técnico Mano Menezes

https://soundcloud.com/user-164762989/coletiva-despedida-mano

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